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RiSAF - RISCO DE SECA NA AGRICULTURA FAMILIAR AGO/25
RiSAF
SEVERIDADE DA SECA PARA AGRICULTURA
De acordo com o calendário de plantio da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) para as culturas de feijão e milho, seis estados encontram-se com calendário de plantio vigente (Figura 1).
As diferentes condições da severidade da seca podem indicar atenção nas diferentes etapas do ciclo das culturas. Seca fraca sinaliza uma atenção, mas não necessariamente um impacto na produção. Por outro lado, secas nas categorias moderada a excepcional já podem sinalizar algum impacto, dependendo do período em que ocorre o déficit hídrico. Se as condições de seca moderada a excepcional ocorrerem no início do plantio, pode indicar o atraso no calendário de plantio; e, caso ocorra no meio do ciclo, pode indicar a quebra de safra.
Assim, referente ao mês de agosto, a região Sudeste apresentou 8 municípios com condição severa e 344 municípios com condição de seca moderada, todos no estado de Minas Gerais. Ressalta-se que o estado é o único com calendário vigente para plantio de feijão e/ou milho no mês de agosto.
Em relação à região Sul, para o mês de agosto, 3 municípios apresentaram condição de seca severa no estado do Paraná. Além disso, outros 49 municípios apresentaram condição de seca moderada, todos eles no estado do Paraná.
Na região Centro-Oeste, para o mês de agosto, apenas o estado do Mato Grosso do Sul estava com calendário de plantio vigente. Dessa forma, 16 municípios apresentaram condição de seca moderada.
Na região Norte, por sua vez, 9 municípios com condição de seca moderada, todos eles distribuídos no estado do Amazonas, o único com calendário de plantio vigente para o mês.
A região Nordeste, para o mês de agosto, não possui calendário de plantio vigente, segundo a CONAB.

- Figura 1 - Severidade da Seca (IIS1) Referente ao mês de agosto considerando apenas os estados com calendário vigente.
O monitoramento da severidade da seca no contexto da agricultura familiar é realizado por meio do Índice Integrado de Seca (IIS), tal índice combina informações sobre o déficit de precipitação na escala de um mês (SPI1), umidade do solo (anomalia da umidade do solo considerando um metro de profundidade) e o índice de saúde da vegetação (VHI), que combina dados de temperatura e condição do vigor vegetativo. A partir do IIS é possível inferir áreas com maior potencial de impactos em razão da seca. As diferentes condições da severidade da seca podem indicar atenção nas diferentes etapas do ciclo das culturas. Seca fraca sinaliza uma atenção, mas não necessariamente um impacto na produção, por outro lado, secas nas categorias moderada a excepcional já podem sinalizar algum impacto, dependendo do período do deficit hídrico. Se as condições de seca moderada a excepcional ocorrerem no início do plantio, pode indicar o atraso no calendário de plantio; e caso ocorra no meio do ciclo, pode indicar a quebra de safra.
RISCO DE SECA NA AGRICULTURA FAMILIAR
O risco de seca na agricultura familiar é avaliado considerando o cultivo de feijão e/ou milho não irrigados. O risco considera a exposição ao déficit hídrico associada às vulnerabilidades e capacidades adaptativas de cada município em relação ao sistema de agricultura familiar. Além disso, é utilizado o calendário agrícola disponibilizado pela CONAB*.
As Figuras 2, 3 e 4 evidenciam, respectivamente, o risco de seca para o plantio realizado nos meses de agosto/25, julho/25 e junho/25. Para o plantio realizado no mês de agosto (Figura 2), 80 municípios apresentaram risco alto em relação à seca, 75 na região Sudeste e 5 na região Norte. Outros 72 municípios apresentaram risco moderado, sendo 64 deles na região Sudeste e 4 nas regiões Sul e Norte.
Considerando o plantio em julho (Figura 3), 42 municípios apresentaram risco alto em relação à seca, distribuídos entre as regiões Norte (30), Nordeste (9) e Centro-Oeste (3). Além disso, outros 95 municípios apresentaram risco moderado, distribuídos nas regiões Norte (61), Centro-Oeste (21), Nordeste (11) e Sudeste (2).
Para os municípios que iniciaram o plantio no mês de junho (Figura 4) e, portanto, encerraram o seu ciclo no mês de agosto. Ao todo, 8 municípios apresentaram risco muito alto em relação à seca, todos na região Nordeste, estado da Bahia.
Outros 234 municípios apresentaram risco alto em relação à seca, distribuídos nas regiões Nordeste (135), Norte (48), Sudeste (38) e Centro-Oeste (12). Outros 265 municípios apresentaram risco moderado, sendo 108 na região Nordeste, 80 na região Norte, 46 na região Centro-Oeste e 30 na região Sudeste.
O risco de seca na agricultura familiar é avaliado considerando o cultivo de feijão e/ou milho não irrigados. O risco considera a exposição ao déficit hídrico associada às vulnerabilidades e capacidades adaptativas de cada município em relação ao sistema de agricultura familiar. Além disso, é utilizado o calendário agrícola disponibilizado pela CONAB*.
IMPACTO DA SECA NA AGRICULTURA
O impacto da seca na agricultura considera o boletim da CONAB e traz os destaques para o plantio de grãos no geral, possibilitando a comparação de estimativa de safra inicial e do mês corrente, panorama geral e as principais commodities.
Na primeira estimativa de outubro de 2024 para a safra de grãos 2024/25, previa-se uma produção total de 317,5 milhões de toneladas. A décima primeira estimativa da safra, divulgada em agosto de 2025, indica o volume de produção de 345,2 milhões de toneladas. Comparativamente à primeira estimativa, observa-se um acréscimo de 8,72% ou aproximadamente 27,7 milhões de toneladas.
A Tabela 1 indica os estados, as culturas impactadas e a variação da produção estadual divulgada em agosto de 2025 comparada com a primeira estimativa (outubro de 2024). Além da seca, outros fatores, como a diminuição ou o aumento da área semeada, migração para culturas mais rentáveis e infestação de pragas, podem influenciar a variação na produção.

- Tabela 1 - Culturas impactadas pela seca nos estados e variação total da produção divulgada em agosto de 2025 comparado a primeira estimativa de outubro 2024. As culturas consideram a produção total (Fonte: CONAB).
Atualmente, conforme a Conab os impactos na produção agrícola em alguns estados se destacam:
Minas Gerais: Feijão Cores 2ª Safra: nesta safra houve uma retração na área cultivada devido à escassez de chuvas no período ideal de plantio, o que corrobora para a redução do potencial produtivo. Milho 2ª safra: as lavouras semeadas ainda em fevereiro estão registrando produtividades menores em virtude do grande déficit hídrico enfrentado no seu desenvolvimento inicial.
Paraíba: Feijão Cores 2ª Safra: houve perda significativa da cultura que estava em estágio inicial de desenvolvimento devido ao veranico, acarretando a necessidade de replantio. As lavouras se encontram em condições regulares a ruins e nas fases fenológicas de floração e enchimento de grãos, com poucas áreas já colhidas. Milho 2ª safra: devido ao veranico ocorrido entre fevereiro e março, houve perda significativa da cultura que se encontrava em seu estágio inicial de desenvolvimento, o que acarretou a necessidade de replantio e redução no potencial produtivo.
Ceará: Feijão-caupi 2ª safra: houve queda no rendimento em muitas áreas de lavouras, afetadas significativamente pelo veranico. Milho 2ª safra: a cultura sofreu uma queda expressiva nos rendimentos nesta safra. O veranico da primeira quinzena de fevereiro, durante a implantação da cultura, e a escassez de chuvas em abril e maio afetaram o desenvolvimento do cereal, principalmente no centro do estado.
Pernambuco: Feijão-caupi 2ª safra: as lavouras foram colhidas, e verificou-se perda no rendimento, ocasionada por irregular distribuição de chuvas ao longo do ciclo da cultura, com consequente deficiência hídrica nas áreas de cultivo. Milho 2ª safra: as lavouras de milho segunda safra tiveram seu potencial produtivo reduzido devido ao déficit hídrico na fase de desenvolvimento vegetativo e início da formação da espiga. Para ambas as culturas, embora tenha ocorrido perdas, houve equilíbrio em termos de potencial de produção para o Estado.
Piauí: Milho 2ª safra: as lavouras se estabeleceram em boas condições, em sua maioria; apenas algumas áreas nos municípios de Uruçuí e Sebastião Leal sofreram com veranico. Em fevereiro e parte de março, registraram perda de produtividade.
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REGISTRO DE IMPACTOS : Gostaria de contribuir registrando ocorrência de eventos de secas no seu município? Sua informação é bem-vinda, mesmo ocorrências de pequenos impactos são de extrema importância. Você pode enviar suas informações pelo link: REGISTRO DE IMPACTOS DE SECAS .
Para mais informações fale conosco: secas@cemaden.gov.br
Como citar:
CEMADEN - CENTRO NACIONAL DE MONITORAMENTO E ALERTAS DE DESASTRES NATURAIS. RiSAF - Risco da Seca na Agricultura Familiar, SP, v. 5, n. 59, AGOSTO 2025. ISSN: 2965-2014


