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RiSAF - RISCO DE SECA NA AGRICULTURA FAMILIAR ABR/25
RiSAF
SEVERIDADE DA SECA PARA AGRICULTURA
De acordo com o calendário de plantio da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) para as culturas de feijão e milho, vinte estados encontram-se com calendário de plantio vigente (Figura 1).
As diferentes condições da severidade da seca podem indicar atenção nas diferentes etapas do ciclo das culturas. Seca fraca sinaliza uma atenção, mas não necessariamente um impacto na produção; por outro lado, secas nas categorias moderada a excepcional sinalizam algum impacto, dependendo do período em que ocorre o déficit hídrico. Se as condições de seca moderada a excepcional ocorrerem no início do plantio, pode indicar o atraso no calendário de plantio; e, caso ocorra no meio do ciclo, pode indicar a quebra de safra.
Assim, referente ao mês de abril, a região Nordeste apresentou 1 município com condição de seca excepcional, no estado da Bahia; 46 municípios com condição extrema; 138 em condição de seca severa; e, por fim, 385 com condição de seca moderada.
A região Sudeste apresentou 6 municípios com condição de seca severa; 269 municípios com condição severa; e, por fim, 155 com condição de seca moderada.
Na região Centro-Oeste, apenas o estado de Goiás estava com calendário vigente para plantio de feijão ou milho. Cinquenta e três municípios apresentaram condição de seca moderada.
Na região Norte, por sua vez, 4 municípios apresentaram condição de extrema, 49 em condição de seca severa. Outros 156 municípios com condição de seca moderada, sendo a maior parte deles nos estados do Tocantins (91).
Por fim, em relação à região Sul, apenas o Paraná estava com calendário vigente para plantio e apresentou 2 municípios com condição de seca moderada.

- Figura 1 - Severidade da Seca (IIS1) Referente ao mês de abril considerando apenas os estados com calendário vigente.
O monitoramento da severidade da seca no contexto da agricultura familiar é realizado por meio do Índice Integrado de Seca (IIS), tal índice combina informações sobre o déficit de precipitação na escala de um mês (SPI1), umidade do solo (anomalia da umidade do solo considerando um metro de profundidade) e o índice de saúde da vegetação (VHI), que combina dados de temperatura e condição do vigor vegetativo. A partir do IIS é possível inferir áreas com maior potencial de impactos em razão da seca. As diferentes condições da severidade da seca podem indicar atenção nas diferentes etapas do ciclo das culturas. Seca fraca sinaliza uma atenção, mas não necessariamente um impacto na produção, por outro lado, secas nas categorias moderada a excepcional já podem sinalizar algum impacto, dependendo do período do deficit hídrico. Se as condições de seca moderada a excepcional ocorrerem no início do plantio, pode indicar o atraso no calendário de plantio; e caso ocorra no meio do ciclo, pode indicar a quebra de safra.
RISCO DE SECA NA AGRICULTURA FAMILIAR
O risco de seca na agricultura familiar é avaliado considerando o cultivo de feijão e/ou milho não irrigados. O risco considera a exposição ao déficit hídrico associada às vulnerabilidades e capacidades adaptativas de cada município em relação ao sistema de agricultura familiar. Além disso, é utilizado o calendário agrícola disponibilizado pela CONAB*.
As Figuras 2, 3 e 4 mostram, respectivamente, o risco de seca para o plantio realizado nos meses de abril/25, março/25 e fevereiro/25. Para o plantio realizado no mês de abril (Figura 2), 1 município na região Norte (PA) e 44 na região Nordeste apresentaram risco muito alto, e outros 368 municípios apresentaram risco alto em relação à seca: 319 na região Nordeste, 46 na região Norte e 3 na região Centro-Oeste. Outros 253 municípios apresentaram risco moderado, 145 na região Nordeste, 92 na região Norte, 7 na região Centro-Oeste, 7 na região Sudeste e 2 na região Sul.
Considerando o plantio em março (Figura 3), 91 municípios apresentaram risco alto, distribuídos entre as regiões Nordeste (54), Norte (19), Sudeste (10) e Centro-Oeste (8). Além disso, outros 184 municípios apresentaram risco moderado, distribuídos nas regiões Sudeste (114), Norte (30), Centro-Oeste (18), Sul (17) e Nordeste (5).
Para os municípios que iniciaram o plantio no mês de fevereiro (Figura 4) e, portanto, encerraram o seu ciclo no mês de abril. Ao todo, 107 municípios apresentaram risco alto em relação à seca, distribuídos nas regiões Nordeste (46), Sudeste (25), Norte (22), Centro-Oeste (9) e Sul (5). Outros 435 apresentaram risco moderado, sendo 260 na região Sudeste, 91 na região Sul, 36 na região Centro-Oeste, 25 na região Norte e 22 na região Nordeste.
O risco de seca na agricultura familiar é avaliado considerando o cultivo de feijão e/ou milho não irrigados. O risco considera a exposição ao déficit hídrico associada às vulnerabilidades e capacidades adaptativas de cada município em relação ao sistema de agricultura familiar. Além disso, é utilizado o calendário agrícola disponibilizado pela CONAB*.
IMPACTO DA SECA NA AGRICULTURA
O impacto da seca na agricultura considera o boletim da CONAB e traz os destaques para o plantio de grãos no geral, possibilitando a comparação de estimativa de safra inicial e do mês corrente, panorama geral e as principais commodities.
Na primeira estimativa de outubro de 2024 para a safra de grãos 2024/25, previa-se uma produção total de 322,5 milhões de toneladas. A sétima estimativa da safra, divulgada em abril de 2025, indica o volume de produção de 330,3 milhões de toneladas. Comparativamente à primeira estimativa, observa-se um acréscimo de 2,42% ou aproximadamente 7,8 milhões de toneladas.
A Tabela 1 indica os estados, as culturas impactadas e a variação da produção estadual divulgada em maio de 2025 comparada com a primeira estimativa (outubro de 2024). Além da seca, outros fatores, como a diminuição ou o aumento da área semeada, migração para culturas mais rentáveis e infestação de pragas, podem influenciar a variação na produção.

- Tabela 1 - Culturas impactadas pela seca nos estados e variação total da produção divulgada em abril de 2025 comparado a primeira estimativa de outubro de 2024. As culturas consideram a produção total (Fonte: CONAB).
Atualmente, conforme a Conab os impactos na produção agrícola em alguns estados se destacam:
Bahia: feijão, cores e milho 1ª safra: ambas as culturas sofreram perdas na produção em decorrência da escassez de chuvas, que atrasou a semeadura, exigiu replantios e reduziu o potencial produtivo. Nas regiões centro-norte e sul, mesmo com parte das áreas já colhidas, a irregularidade pluviométrica comprometeu o desenvolvimento das lavouras e a produtividade final.
Piauí: Feijão-caupi e milho 1ª safra: os atrasos em função da irregularidade das chuvas contribuíram para atrasos no plantio, além do veranico prolongado que comprometeu o ciclo das culturas, reduzindo a produção esperada.
Santa Catarina: Feijão Cores 1ª safra: as lavouras enfrentaram oscilações climáticas entre chuvas e estiagens, o que reduziu parte do potencial produtivo. Ainda assim, a estimativa permanece acima da safra anterior, embora inferior ao levantamento anterior.
Minas Gerais: Milho 1ª safra: A estiagem entre fevereiro e março afetou lavouras tardias de milho no Noroeste e Triângulo Mineiro, comprometendo o enchimento de grãos e reduzindo o potencial produtivo nessas áreas.
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REGISTRO DE IMPACTOS : Gostaria de contribuir registrando ocorrência de eventos de secas no seu município? Sua informação é bem-vinda, mesmo ocorrências de pequenos impactos são de extrema importância. Você pode enviar suas informações pelo link: REGISTRO DE IMPACTOS DE SECAS .
Para mais informações fale conosco: secas@cemaden.gov.br
Como citar:
CEMADEN - CENTRO NACIONAL DE MONITORAMENTO E ALERTAS DE DESASTRES NATURAIS. RiSAF - Risco da Seca na Agricultura Familiar, SP, v. 5, n. 55, ABRIL 2025. ISSN: 2965-2014


