RiSAF - RISCO DE SECA NA AGRICULTURA FAMILIAR SET./24

SEVERIDADE DA SECA PARA AGRICULTURA

De acordo com o calendário de plantio da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) para as culturas de feijão e milho, sete estados encontram-se com calendário de plantio vigente (Figura 1).

As diferentes condições da severidade da seca podem indicar atenção nas diferentes etapas do ciclo das culturas. Seca fraca sinaliza uma atenção, mas não necessariamente um impacto na produção, por outro lado, secas nas categorias  moderada a excepcional já podem sinalizar algum impacto, dependendo do período que ocorre o déficit hídrico. Se as condições de seca moderada a excepcional ocorrerem no início do plantio, pode indicar o atraso no calendário de plantio; e caso ocorra no meio do ciclo, pode indicar a quebra de safra. 

Assim, referente ao mês de setembro, a região Sudeste apresentou 236 municípios com condição extrema e 535  municípios com condição severa, todos nos estados de Minas Gerais (95; 354) e São Paulo (141; 185). Outros 539 municípios apresentaram condição de seca moderada para o mês de setembro.

Na região Centro-Oeste, para o mês de setembro, apenas o estado do Mato Grosso do Sul estava com calendário de plantio vigente. Dessa forma, 2 municípios apresentaram condição de seca extrema, 15 municípios apresentaram condição de seca severa e 19 municípios apresentaram condição de seca moderada. 

Na região Norte, por sua vez, 7 municípios com condição de seca extrema, todos eles distribuídos no estado do Amazonas, o único com calendário de plantio vigente para o mês de setembro. Outros 15 municípios com condição de seca severa e 32 municípios com condição seca moderada no Amazonas. 

A região Nordeste, para o mês de setembro, não possui calendário de plantio vigente segundo a  CONAB.

Por fim, em relação à região Sul, para o mês de setembro,  11 municípios apresentaram condição de seca severa, sendo 10 no estado do Paraná. Além disso, outros 314 municípios apresentaram condição de seca moderada, sendo 200 deles no estado do Paraná. 

igura 1 – Severidade da seca (IIS1) referente ao mês de setembro considerando apenas os estados com calendário vigente.

O monitoramento da severidade da seca no contexto da agricultura familiar é realizado por meio do Índice Integrado de Seca (IIS), tal índice combina informações sobre o déficit de precipitação na escala de um mês (SPI1), umidade do solo (anomalia da umidade do solo considerando um metro de profundidade) e o índice de saúde da vegetação (VHI), que combina dados de temperatura e condição do vigor vegetativo. A partir do IIS é possível inferir áreas com maior potencial de impactos em razão da seca. As diferentes condições da severidade da seca podem indicar atenção nas diferentes etapas do ciclo das culturas. Seca fraca sinaliza uma atenção, mas não necessariamente um impacto na produção, por outro lado, secas nas categorias  moderada a excepcional já podem sinalizar algum impacto, dependendo do período do deficit hídrico. Se as condições de seca moderada a excepcional ocorrerem no início do plantio, pode indicar o atraso no calendário de plantio; e caso ocorra no meio do ciclo, pode indicar a quebra de safra.

RISCO DE SECA NA AGRICULTURA FAMILIAR

O risco de seca na agricultura familiar é avaliado considerando o cultivo de feijão e/ou milho não irrigados. O risco considera a exposição ao déficit hídrico associada às vulnerabilidades e capacidades adaptativas de cada município em relação ao sistema de agricultura familiar. Além disso, é utilizado o calendário agrícola disponibilizado pela CONAB*.

As Figuras 2, 3 e 4 mostram, respectivamente, o risco de seca para o plantio realizado nos meses de setembro/24, agosto/24 e julho/24. Para o plantio realizado no mês de setembro (Figura 2), 14 municípios apresentaram risco muito alto, sendo 9 na região Norte e 5 na região Sudeste. Outros 375 municípios apresentaram risco alto em relação à seca,  22 na região Norte, 347 na região Sudeste, 4 na região Centro-Oeste e 2 na região Sul. Outros 624 municípios apresentaram risco moderado, sendo 559 deles na região Sudeste. 

Considerando o plantio em agosto (Figura 3), 9 municípios apresentaram risco muito alto, todos na região Norte. Outros 102 municípios apresentaram risco alto em relação à seca, distribuídos entre as regiões Sudeste (73), Norte (28) e Centro-Oeste (1). Além disso, outros 230 municípios apresentaram risco moderado, distribuídos nas regiões Sudeste (188), Centro-Oeste (15), Norte (19)  e Sul (8).

Para os municípios que iniciaram o plantio no mês de julho (Figura 4), e, portanto, encerraram o seu ciclo no mês de setembro. Ao todo, 11 municípios apresentaram risco muito alto em relação à seca, sendo 9 deles 9 na região Norte e os outros 3 na região Nordeste. Outros 151 municípios apresentaram risco alto em relação à seca, distribuídos nas as regiões Nordeste (79), Norte (57), Sudeste (3) e Centro-Oeste (12). Outros 266 municípios apresentaram risco moderado, sendo 94 na região Centro-Oeste, 84 na região Nordeste, 49 na região Norte e 39 na região Sudeste.  

Figura 2 – Risco da Seca na Agricultura Familiar. Plantio: Set/24.

Figura 3 – Risco da Seca na Agricultura Familiar. Plantio:Ago/24.

Figura 4 – Risco da Seca na Agricultura Familiar. Plantio: Jul/24.

IMPACTO DA SECA NA AGRICULTURA

O impacto da seca na agricultura considera o boletim da CONAB e traz os destaques para o plantio de grãos no geral, possibilitando a comparação de estimativa de safra inicial e do mês corrente, panorama geral e as principais comodities. 

A partir deste mês, inicia o monitoramento da safra 2024/25. Na primeira estimativa de outubro de 2024 para a safra 2024/25 indica o volume de produção de 322,47 milhões de toneladas. A partir do segundo boletim RiSAF apresentaremos a tabela indicando os estados, as culturas de feijão, milho e arroz impactadas e a variação da produção estadual comparado com a primeira estimativa (outubro 2024).

Atualmente, conforme a Conab os impactos na produção agrícola em alguns estados se destacam:

Amazonas: a seca tem dificultado o planejamento e a execução da semeadura de arroz e milho, prejudicando as operações agrícolas.

Minas Gerais: o clima extremamente desfavorável, marcado por uma seca  prolongada de cerca de 180 dias em quase todo o estado, aliado a temperaturas muito acima da média histórica, gerou um déficit hídrico acentuado no solo, impossibilitando o início da semeadura do milho (primeira safra).

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