Seminário Internacional na cidade do México irá debater a Cultura Viva Comunitária na América Latina

Fundação Casa de Rui Barbosa é uma das parceiras do Seminário 

O Seminário Internacional "Cultura Viva Comunitária - Uma Escola Latino-Americana de Políticas Culturais" tem como propósito aprofundar os debates sobre gestão cultural e as ações da Cultura Viva Comunitária, explorando experiências, desafios e práticas de organizações, cidades e países da América Latina. O evento ocorrerá de 8 a 10 de abril de 2025, na Cidade do México. O Seminário se insere no percurso da Caravana Quetzalcóatl, uma iniciativa do movimento latino-americano de Cultura Viva Comunitária, que atravessará territórios como Costa Rica, Chiapas, Tamaulipas e Guadalajara e Cidade do México,  entre 21 de março a 10 de abril.O encontro discutirá a trajetória das políticas culturais inspiradas nos conceitos de Pontos de Cultura e Cultura Viva Comunitária, bem como o papel das iniciativas de base comunitária na revitalização do tecido social e cultural. O Seminário será aberto à participação de todas as pessoas interessadas e as pré-inscrições estarão disponíveis em breve. Para solicitar uma carta-convite, entre em contato através do email info@institutocvc.org

Para a presidenta do IberCultura Viva, Márcia Rollemberg, o Seminário é um marco estratégico para fortalecer a cooperação entre países e sociedade civil. “As políticas de Cultura Viva nasceram de baixo para cima, impulsionadas pelo protagonismo das comunidades e suas redes de solidariedade e resistência. Cabe ao Estado manter uma escuta ativa para garantir que esses processos sigam fortalecendo os direitos culturais, a democratização e os Pontos de Cultura”.

Márcia pontua que “diante dos desafios socioambientais, os grupos culturais comunitários não só resistem, mas propõem soluções ancestrais, enraizadas no território, que apontam caminhos inovadores para enfrentar crises e desigualdades. Para avançarmos, é essencial conectar saberes acadêmicos e ancestrais, fortalecer redes de apoio e envolver todos os setores da sociedade. Para isso, manter a capacidade de diálogo e debate é fundamental. Cultura Viva Comunitária é transformação social.”

Oportunidade de participação 

Os interessados em participar do Edital de Mobilidade 2025 do IberCultura Viva  - que também possibilita a participação no Seminário -,  e tem como objetivo apoiar a presença de representantes de organizações culturais comunitárias, povos indígenas e comunidades, podem acessar as orientações completas no site: https://iberculturaviva.org/ibercultura-lanca-edital-de-mobilidade-2025/. Podem se inscrever tanto pessoas quanto organizações dos 13 países que fazem parte do IberCultura Viva: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, El Salvador, Espanha, México, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai. O valor total destinado é de US$ 60.000 (sessenta mil dólares), distribuído para compra de passagens aéreas, seguro de viagem, inscrição dos representantes selecionados, e custos bancários relacionados a essas ações. O prazo para enviar solicitações encerra dia 17 de fevereiro de 2025, às 23h59, considerando o horário oficial de Buenos Aires, Argentina.

O consultor de Redes e Capacitação do IberCultura Viva, Diego Benhabib, destaca "Além de apoiar a participação de representantes de organizações culturais comunitárias, povos indígenas e comunidades afrodescendentes no 6º Congresso Latino-Americano de Culturas Vivas  Comunitárias, que acontecerá de 11 a 16 de abril em Cherán K’eri e Morelia, Michoacán (México), os selecionados também poderão participar do Seminário na Cidade do México”, explicou.

Saiba mais sobre o Seminário:

Entre os temas abordados, estão a formação de agentes culturais na administração pública, a relação entre Cultura Viva Comunitária e políticas públicas, a participação social na elaboração e avaliação de políticas culturais e o conceito de bem viver como eixo para o desenvolvimento comunitário. O Seminário será um espaço de trocas e reflexões, consolidando caminhos para o fortalecimento das políticas culturais de base comunitária e contribuindo para a discussão global sobre cultura e desenvolvimento.

"O seminário tem um caráter intersetorial, reunindo gestores públicos de vários países da América Latina e Iberoamérica, além de organizações culturais comunitárias, sociedade civil, pontos de cultura e acadêmicos que contribuem na construção dessas políticas. Mais do que gerar políticas públicas, esse processo fortalece o conhecimento e o pensamento conceitual sobre o desenvolvimento cultural, tornando Brasil e América Latina referências globais. A proposta é refletir sobre esse cenário e destacar a importância de uma construção compartilhada entre governo, sociedade e pesquisadores. A Fundação Casa de Rui Barbosa se orgulha de apoiar esse processo, que integra um planejamento anual em que a Cultura Viva será pautada também na 14ª edição do nosso Seminário Internacional de Políticas Culturais”, afirma o presidente da Fundação Casa de Rui Barbosa, Alexandre Santini. 

Para a secretária técnica do IberCultura Viva, Flor Minici, os Pontos de Cultura na América Latina representam mais que um programa cultural: são uma proposta de política pública voltada ao desenvolvimento cultural comunitário a partir do conceito de cidadania cultural. "Isso implica no desafio de construir uma comunidade organizada, na qual governo e sociedade civil se unem para transformar o Estado. Estamos falando de um Estado poroso e permeável, que se transforma a partir das demandas e da participação da sociedade", afirma.

O seminário buscará aprofundar o debate sobre as perspectivas, desafios e experiências das políticas culturais de base comunitária, promovendo o diálogo entre organizações, cidades e países da América Latina. Será um espaço de intercâmbio sobre gestão cultural e Cultura Viva Comunitária, que permitirá fortalecer a articulação regional e promover o crescimento dessas políticas no continente.

“O seminário tem uma importância fundamental para o fortalecimento da democracia no continente e dos processos de Cultura Viva Comunitária e está ligado à necessidade de desenvolver processos transformadores que também impactem a institucionalidade e o tipo de Estado que precisamos criar em nosso continente. Nesse sentido, os resultados  serão um insumo fundamental para estratégias e iniciativas a serem desenvolvidas nos próximos anos. Por isso, o encontro ajuda a consolidar processos de desenvolvimento comunitário e políticas públicas que permitam construir uma sociedade mais igualitária e fraterna, com um modelo de desenvolvimento alternativo ao extrativismo, à precarização e à pobreza”, afirma Eduardo Balán, do Instituto Latino-americano de Promoção da Cultura Viva Comunitária.

O encontro, promovido pelo Instituto Latino-Americano de Cultura Viva Comunitária, conta com a parceria de diversas instituições, incluindo: Redes de Gestión Cultural (RGC), Caravana Quetzalcoatl, Programa Ibercultura Viva, Fundação Casa de Rui Barbosa/MinC, Secretaria de Cultura de la Ciudad de México, Universidade Autônoma da Cidade do México (UACM), Lab Cultura Viva (Extensão UFRJ), Secretaria de Cultura do Governo do México, Centro Cultural da Espanha na Cidade do México, Cátedra UNESCO de Políticas Culturais e Gestão, Pontão de Cultura Areté, FLACSO-Argentina e Administração Provincial de Barcelona.