Notícias
Primeiro dia do Seminário Cultura Viva Comunitária promove intensos debates na Cidade do México
Publicado em
09/04/2025 17h06
Atualizado em
09/04/2025 17h27
Foto: Neander Heringer
Reunindo mais de 300 participantes de mais de 10 países, o Seminário Internacional "Cultura Viva Comunitária – Uma Escola Latino-Americana de Políticas Culturais" começou com debates intensos e reflexões profundas sobre as políticas culturais na América Latina e Ibero-América, em encontro realizado na Cidade do México, que teve início na última segunda-feira (8). A conferência de abertura foi conduzida pelo antropólogo e pesquisador Néstor García Canclini, com mediação de Alexandre Santini, presidente da Fundação Casa de Rui Barbosa – instituição correalizadora do evento.
Com o tema “Desafios da Cultura Viva Comunitária: dos diálogos com instituições às plataformas digitais”, Canclini abordou o papel das redes sociais na formação de comunidades digitais e o envolvimento das instituições no apoio à cultura comunitária. Ao longo da fala, o pesquisador apresentou exemplos de iniciativas que, em diferentes territórios, utilizam a tecnologia como aliada na criação e expansão de comunidades digitais de cultura.
Canclini destacou ainda a importância do uso estratégico das mídias digitais como instrumento de mobilização, visibilidade e sobrevivência da cultura: “Estamos vivendo formas de opressão e de limitação dos nossos direitos. Um dos poderes da cultura é essa capacidade de não aceitar limites e fronteiras, de encontrar caminhos”, afirmou. Ao finalizar, o antropólogo destacou: “Como trabalhar em condições onde a relação entre comunidades territoriais e digitais seja possível? Essa reunião é uma prova que se pode fazer.”
O presidente da Fundação Casa de Rui Barbosa, Alexandre Santini destacou que: “As políticas públicas culturais de base comunitária partem do princípio da participação ativa da sociedade. Como Canclini explicou perfeitamente, temos o desafio de construir novos caminhos e redes que, de forma compartilhada e com o uso de tecnologias digitais, possibilitem a criação de comunidades virtuais, que ultrapassem os territórios físicos. Esse é um passo estratégico para garantir o direito à cultura, o acesso à informação e o exercício da cidadania de forma plena, diante de uma transformação tecnológica mundial. O Ministério da Cultura e a Casa Rui somam esforços nesse objetivo, partindo desse seminário como espaço de formação e formulação para pensar novos caminhos de forma coletiva”.
Sobre o seminário
O seminário tem como propósito estimular o debate sobre as culturas de base comunitária, fortalecer e reconhecer ações desenvolvidas nos territórios, discutir o papel do Estado na garantia do direito à cultura e fomentar redes de cooperação para o intercâmbio de saberes. Ao participar da realização do encontro, a Fundação Casa de Rui Barbosa reforça seu compromisso com o fomento ao pensamento crítico, a valorização da diversidade e a construção de políticas públicas culturais com participação social e no fortalecimento das iniciativas coletivas.