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Medalha Rui Barbosa 2025 reconhece trajetórias dedicadas à cultura e à democracia
A Fundação Casa de Rui Barbosa, instituição vinculada ao Ministério da Cultura (MinC), realizou nesta sexta-feira (7) a cerimônia de entrega da Medalha Rui Barbosa 2025. O evento reuniu agraciados, homenageados, familiares e colaboradores da Casa, em uma celebração marcada pela emoção e pelo reconhecimento ao trabalho de quem contribui para a cultura, a pesquisa e o fortalecimento da democracia brasileira. A Medalha Rui Barbosa é a mais alta honraria concedida pela Fundação, destacando trajetórias comprometidas com o legado de Rui Barbosa e com a construção da vida cultural do país.
Na abertura da cerimônia, o presidente da Fundação, Alexandre Santini, reforçou o sentido histórico da premiação: “Manter esta tradição é algo que nos alegra, nos inspira, mas que também é uma missão da instituição. Outorgar a medalha Rui Barbosa aos representantes do nosso corpo funcional, a representantes do poder público, da academia, das artes, movimentos sociais e instituições culturais que contribuem para promover o conhecimento, a liberdade, a pluralidade e a memória como base de uma sociedade mais justa e democrática, é parte das nossas obrigações e responsabilidades na preservação do legado e dos ideias do nosso patrono”.
Os trabalhadores da Casa foram os primeiros a receber a medalha, em reconhecimento ao papel fundamental que desempenham na construção cotidiana das ações da Fundação. A homenagem destacou profissionais de diversas áreas, reafirmando o compromisso institucional com a valorização de sua equipe.
Em seguida, a premiação contemplou representantes do poder público, da academia, das artes, de movimentos sociais e de instituições culturais. A honraria destacou trajetórias que contribuem para a preservação da memória, a produção de conhecimento, o fortalecimento da cultura brasileira e a ampliação do direito à cultura como base de cidadania democrática.
Entre os agraciados esteve o frade dominicano, escritor e ativista social Frei Betto, que ressaltou a dimensão comunitária da celebração: “É fundamental que a Casa Rui Barbosa se estabeleça como um reduto de consciência crítica e de educação popular, onde, como testemunhei com a entrega desta medalha, seja formada uma comunidade, desde o presidente até o porteiro, o guarda, o jardineiro, o faxineiro. Uma comunidade onde possamos sentir que o futuro está sendo construído”.
O pesquisador em memória social e patrimônio cultural, presidente da Associação de Capoeira Kilombarte e mestre de capoeira Paulão Kikongo também recebeu a medalha e dedicou o reconhecimento à sua trajetória e à sua ancestralidade: “Sou um homem negro, pai de seis filhos, e são minhas filhas que me inspiram a continuar defendendo a democracia, os direitos culturais, o patrimônio e a memória”.
A artista, pesquisadora e liderança indígena do povo Tukano, Daiara Tukano, encerrou as falas com uma reflexão sobre memória e permanência: “Nossas memórias são construídas por todos os nossos sentimentos, nossas dores, nossas alegrias, nossas tristezas, nossos prazeres. São essas memórias que nos edificam e nos conectam. Somos as sementes dos sonhos e das memórias de nossos ancestrais. É bom que possamos ser essas sementes, pois ser semente é também uma promessa de sermos floresta, frutos, alimento, de sermos casa, uma casa de memória e afeto. E assim pude ver hoje a Casa Rui Barbosa”.
Além das condecorações, a cerimônia também prestou homenagens à deputada federal Jandira Feghali, a projetos e a equipes internas que contribuíram para importantes ações da Fundação, como o Projeto de Reforma Elétrica do Museu Casa de Rui Barbosa, o Grupo de Trabalho do Concurso Público realizado em 2024 e o Projeto de Preservação e Redução de Riscos da Biblioteca Rui Barbosa.
Entre os agraciados de 2025 estiveram representantes do poder público, da academia, das artes, dos movimentos sociais e de instituições culturais, como Alexandre de Moraes, Ministro do Supremo Tribunal Federal; a Associação Juízes e Juízas pela Democracia; a Campanha Sem Memória Não Há Democracia, que atua pela preservação da memória, verdade e justiça; os deputados federais Chico Alencar e Daniel Soranz; a artista, pesquisadora e liderança indígena Daiara Tukano; o frade dominicano e escritor Frei Betto; o Instituto Cultural da Feira de São Cristóvão, dedicado à promoção da cultura nordestina; João Jorge Rodrigues, presidente da Fundação Cultural Palmares; José Dirceu, advogado e ex-ministro-chefe da Casa Civil; Lúcia Lippi, professora emérita do CPDOC/FGV e membro do Conselho Consultivo da FCRB; e Mestre Paulão Kikongo, mestre de capoeira, pesquisador e referência da memória social e do patrimônio cultural afro-brasileiro. Também serão homenageados trabalhadores e trabalhadoras da própria Fundação Casa de Rui Barbosa, reconhecidos pela dedicação às atividades institucionais: Ana Lígia Medeiros, Cleidimar Maria Rodrigues, Diego do Nascimento Rocha, Isabela Ramos de Oliveira, Jumara Florêncio de Sousa, Letícia Krauss Provenzano, Pablo Aurélio da Conceição, Priscila Soares Vaisman, Vivian Paccico e Vinícius Amaral dos Santos de Lima.
Sobre a Medalha
Instituída em 1949 e concedida anualmente desde então, a Medalha Rui Barbosa reconhece trajetórias que expressam os valores que orientam a atuação da Casa e sua missão: a ética pública, o pensamento crítico e o compromisso com a cultura como dimensão essencial da vida democrática. A outorga anual expressa o reconhecimento público a trajetórias que traduzem os valores que orientam a atuação da Casa e refletem os princípios humanistas e republicanos de Rui Barbosa: ética pública, pensamento crítico e compromisso com a cultura como dimensão essencial da vida democrática.