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Fundação Casa de Rui Barbosa lança livro sobre desenvolvimento e políticas culturais latino-americanas na Mondiacult 2025
Fundação Casa de Rui Barbosa lança livro sobre desenvolvimento e políticas culturais latino-americanas na Mondiacult 2025
A Fundação Casa de Rui Barbosa (FCRB), vinculada ao Ministério da Cultura (MinC), lança o livro “(Des)envolvimento sustentável e políticas culturais” durante a Mondiacult 2025 – III Conferência Mundial sobre Políticas Culturais e Desenvolvimento Sustentável, que acontece em Barcelona, Espanha. Reconhecida como o principal fórum internacional para discussão de políticas culturais, a Mondiacult reúne governos, organizações internacionais, pesquisadores e profissionais do setor para debater o papel da cultura no desenvolvimento sustentável e na construção de sociedades menos desiguais e mais democráticas.
“O Brasil, historicamente, tem uma relação muito importante com a Mondiacult desde 1982, no México, quando, na primeira edição, se afirmou a perspectiva da cultura como um direito. Desde então, essa relação tem sido significativa para os dois lados: tanto para o sistema internacional das Nações Unidas quanto para as políticas culturais do Brasil. O contexto daquela primeira Mondiacult coincide com a redemocratização do país, quando começava a se articular a criação do Ministério da Cultura. Nesta edição, o Brasil chega trazendo uma importante contribuição em defesa do multilateralismo, do sistema internacional e das Nações Unidas, com agendas centrais como a justiça climática, a regulação dos conteúdos no ambiente digital, a defesa dos direitos culturais e as políticas que promovem a participação social e a cultura como direito de cidadania’, destacou o presidente da Fundação Casa de Rui Barbosa, Alexandre Santini.
O livro conta com prefácio da ministra da Cultura, Margareth Menezes, que contextualiza sobre cultura e desenvolvimento sustentável como estratégias inseparáveis para o desenvolvimento social. A publicação, organizada por Lia Calabre (FCRB) e Luiz Augusto Rodrigues (UFF), reúne textos de pesquisadores brasileiros sobre patrimônio cultural e biocultural, diversidade, sustentabilidade ambiental, econômica e tecnológica, direitos culturais e integração de saberes comunitários e tradicionais. O livro propõe a diversidade biocultural como base de um modelo de desenvolvimento sensível, situado e justo, defendendo o conceito de “envolvimento sustentável” — cuidado, escuta e participação cidadã como dimensões essenciais das políticas culturais. Contribuem para essas discussões especialistas como: Alexandre Santini, Lia Calabre, Deborah Rebello Lima, Renata Rocha, Mário Pragmácio, José Marcio Barros, Simonne Teixeira, Alexandre Barbalho, Lourivânia Soares, Sophia Rocha, João Guerreiro, Leonardo Costa, Adélia Zimbrão, Lessandra da Silva e Luiz Augusto Fernandes Rodrigues.
Segundo Santini, “A publicação organizada pela Cátedra Unesco da Fundação Casa de Rui Barbosa reflete essa agenda brasileira, reunindo contribuições de pesquisadores e especialistas de todo o país e apontando para perspectivas relevantes, como um enfoque biocultural na formulação de políticas públicas. Trata-se de um trabalho consistente de pesquisa e produção de conhecimento que vem sendo feito no Brasil já é referência global e que teremos a oportunidade de apresentar nesta edição da Mondiacult.”
O lançamento ocorrerá no dia 27 de setembro, como parte da jornada "Ameroiberica ante Mondiacult- Caminatas compartidas desde América Latina", encontro que resulta de uma parceria estratégica entre a FCRB, e as organizações culturais Transit Projectes (Barcelona), Redes de Gestión Cultural (Argentina) e Instituto Latino-Americano de Promoção da Cultura Viva Comunitária (ILACVC), que se propõe a debater uma agenda latino-americana crítica, contextualizada e orientada para a ação em políticas culturais. A jornada "Ameroibérica” acontece no dia 27/09, a partir das 15h (Espanha), no espaço cultural Plantauno, em Barcelona e terá transmissão ao vivo.
A edição especial do livro traz 12 artigos traduzidos para inglês e espanhol, e será disponibilizada gratuitamente durante a Mondiacult, ampliando o acesso de públicos não lusófonos e fortalecendo a participação brasileira no diálogo internacional sobre políticas culturais participativas, sustentáveis e orientadas à justiça social. Produzido pela Fundação Casa de Rui Barbosa, RGC e Tránsit Projectes, em parceria com a Coleção Mirante, LABAC-UFF e Instituto Grão, o livro contribuir para fortalecer o papel da FCRB como referência internacional na pesquisa e produção de conhecimento sobre políticas culturais, fortalecendo o diálogo entre cultura, meio ambiente e desenvolvimento global.
Ao integrar a programação da Mondiacult 2025, a Fundação Casa de Rui Barbosa consolida seu papel internacional como referência na reflexão e produção de conhecimento sobre políticas culturais participativas, sustentáveis e voltadas à justiça social, contribuindo para a formulação de agendas globais que valorizam a cultura como bem comum e força transformadora.
Sobre o livro
A Cátedra UNESCO de Políticas e Gestão, vinculada à Fundação Casa de Rui Barbosa e ao Ministério da Cultura do Brasil, apresenta, para o Mondiacult 2025, o livro (Des)envolvimento sustentável e políticas culturales, coletânea de textos de pesquisadores brasileiros que propõe um diálogo entre cultura, natureza e desenvolvimento. Organizado por Lia Calabre e Luiz F. Augusto Rodrigues, o livro integra um processo de cooperação cultural envolvendo instituições do Brasil, Argentina e Espanha, como parte das ações preparatórias para a conferência mundial em Barcelona.
A obra questiona o conceito tradicional de desenvolvimento sustentável e propõe o “envolvimento sustentável”, baseado em cuidado, escuta e participação cidadã, superando a dicotomia entre cultura e natureza e estabelecendo a diversidade biocultural como base para um modelo de desenvolvimento sensível, situado e justo.
Entre os temas abordados estão patrimônio cultural e biocultural, diversidade cultural e biodiversidade, integração de saberes tradicionais e comunitários, sustentabilidade ambiental, econômica e tecnológica, direitos culturais, justiça social, formação de profissionais de gestão cultural, instrumentos de políticas públicas como a Política Nacional de Cultura Viva e os Pontos de Cultura, economias solidárias e estratégias de trabalho cultural digno.