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Fundação Casa de Rui Barbosa encerra o último dia da FliRui com programação dedicada à memória, ao autor Dalcídio Jurandir e às novas cenas literárias
A Fundação Casa de Rui Barbosa (FCRB), vinculada ao Ministério da Cultura, realizou neste domingo (30) o último dia de atividades da primeira edição da FliRui. A programação reuniu oficinas, debates, performances e encontros que reforçaram a proposta do evento de ampliar o diálogo entre literatura, memória e sociedade. As atividades da manhã foram dedicadas ao público infantil, à criação coletiva e às práticas de leitura, com oficinas voltadas à ancestralidade e às narrativas sociais.
No gramado da Casa, a atriz Dira Paes realizou uma leitura mágica de trechos de obras de Dalcídio Jurandir, um dos homenageados desta edição, integrante do Arquivo-Museu de Literatura Brasileira, mestre da literatura amazônica e autor de Extremo Norte, cuja escrita inovadora e profunda renovou o olhar sobre o Brasil a partir de suas margens. “Quero saudar a Casa de Rui Barbosa por essa festa que marca a memória dessa Amazônia que muitas pessoas veem como distante. Dalcídio é o maior romancista da Amazônia, um escritor provocador em camadas profundas. Sua memória merece ser reverenciada!”, afirmou a artista.
Ao longo do dia, os espaços da instituição receberam debates sobre bibliotecas comunitárias, circulação do livro e novas cenas literárias, reunindo autores, pesquisadores e gestores culturais. A programação também contou com lançamento de livros, encontros com escritores e um ritual poético no jardim.
Durante a conferência “A literatura em outros palcos”, Márcio Tavares, Secretário Executivo do Ministério da Cultura, destacou a ampliação dos espaços de circulação da literatura e o papel dos museus na preservação da memória literária. “A literatura precisa se tornar, cada vez mais, um objeto de desejo dos jovens. É fundamental que ela ocupe novos palcos, dialogue com diferentes linguagens e esteja presente em espaços que despertem a curiosidade pela leitura”, afirmou Márcio.
A programação contou ainda com participação da produtora cultural, rapper e poeta MC Martina, que integrou atividades dedicadas às expressões contemporâneas da palavra.“A FliRui abre espaço para a palavra que nasce do cotidiano e das periferias. Estar aqui é afirmar a potência desses discursos”, declarou.
A conferência de encerramento, “Sonhar, saber, criar: notas sobre cinema”, foi ministrada por Ailton Krenak, e a programação da primeira FliRui foi encerrada com a aula espetáculo “Tom Jobim: Literatura e Democracia” que contou a participação de Geraldo Carneiro, Alfredo Del-Penho e Jandira Feghali, reunindo música, palavra e memória na despedida do evento.
Com atividades gratuitas e abertas ao público, a FliRui consolidou o domingo como um dia de circulação intensa de público e programação diversa, reforçando o compromisso da Fundação Casa de Rui Barbosa com o fomento à literatura, à memória e à democratização do acesso à cultura.
A FliRui é uma realização da Fundação Casa de Rui Barbosa, vinculada ao Ministério da Cultura, com apoio da Liga Brasileira de Editoras (LIBRE) e da Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade.