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Festa Literária da Fundação Casa de Rui Barbosa reuniu cerca de 7 mil pessoas em três dias de programação literária
Fundação Casa de Rui Barbosa, vinculada ao Ministério da Cultura, encerrou neste domingo (30) a primeira edição da Festa Literária da Casa de Rui Barbosa - FliRui com um resultado histórico: Cerca de sete mil pessoas passaram pelos espaços da instituição ao longo dos três dias de programação gratuita. A festa ocupou o auditório, o jardim, as áreas externas e o Museu Casa de Rui Barbosa com literatura, debates, espetáculos e oficinas para todas as idades.
Foram mais de 40 atividades que transformaram os espaços em um território vivo de leitura, encontro e criação. A programação celebrou a diversidade da produção literária brasileira e internacional e reuniu nomes como Maria Bethânia, Ailton Krenak, Dira Paes, ministra Cármen Lúcia, Ana Paula Tavares, Ondjaki, Lirinha, Geraldo Carneiro, Gringo Cardia, Bia Lessa, Amara Moira, André Dahmer, além da presença da ministra da Cultura, Margareth Menezes. A intensa circulação de artistas, escritores, pesquisadores, crianças, famílias, estudantes e leitores evidenciou uma experiência coletiva de democratização do acesso à literatura.
Segundo Maria de Andrade, idealizadora e curadora da FliRui, “essa Festa nasceu de um processo coletivo. É resultado do trabalho dedicado de muitas pessoas da Fundação e do conselho curatorial, que pensaram os temas e nomes de mesas de debate. O Arquivo-Museu de Literatura Brasileira da Fundação Casa de Rui Barbosa guarda acervos de mais de 150 escritores brasileiros, um patrimônio de expressão nacional. Um dos objetivos centrais do evento é aproximar esses acervos do público, democratizando o acesso ao conhecimento e ampliando nossas ações para toda a sociedade. E a FliRui fez isso, levou Neide Archanjo, Dalcídio Jurandir, João Cabral de Melo Neto, escritores titulares do acervo da Casa, para 7 mil pessoas."
Um dos momentos mais simbólicos da FliRui foi a Cerimônia de Doação de Acervos ao Arquivo-Museu de Literatura Brasileira, realizada com a presença da ministra Margareth Menezes. Daniel Munduruku, Eliane Potiguara e Márcia Kambeba passaram a integrar oficialmente as coleções da instituição em um gesto histórico que amplia a representatividade da memória literária brasileira. A doação, realizada em um evento aberto ao público, reforçou a vocação da Festa em aproximar o patrimônio literário da população, promovendo acesso, diálogo e reconhecimento da diversidade que compõe a literatura nacional.
A FliRui destacou também a presença da literatura indígena, da literatura negra, das infâncias e das múltiplas linguagens que compõem o campo cultural. Performances, rodas de leitura, conversas, encontros formativos, atividades para crianças e uma intensa ocupação dos espaços reforçaram a vocação da Fundação como lugar de convivência, diálogo e promoção da democracia cultural.
Segundo o presidente da Fundação Casa de Rui Barbosa, Alexandre Santini, a primeira edição inaugura um novo capítulo institucional: “A FliRui é um divisor de águas. Ela marca, de forma definitiva, um reposicionamento da Fundação como uma instituição dedicada à cultura brasileira, mas conectada aos novos tempos, à contemporaneidade e à diversidade cultural do país. Estamos vivendo um momento de democratização, de abertura de espaços e oportunidades, e a FliRui coloca a literatura em um lugar de grande circulação, de acesso real. Muita gente passou pela festa, inclusive pessoas que talvez nunca tivessem entrado aqui ou conhecido o que fazemos. Isso revela o real sentido da difusão cultural. A Fundação é uma instituição voltada à pesquisa, à memória, à preservação e ao patrimônio, mas é por meio da difusão cultural que encontramos nosso canal de diálogo com a sociedade. A Festa Literária veio para ficar. Esta é a primeira edição, ano que vem estaremos de volta. Vida longa à FliRui."
Com três dias de intensa programação e milhares de pessoas circulando pelos seus ambientes, a primeira FliRui encerra deixando os sentimentos de alegria, pertencimento e realização. No ano em que o Rio de Janeiro é reconhecido pela UNESCO como Capital Mundial do Livro, a cidade ganha mais uma festa literária comprometida com a democratização da leitura e com a valorização da diversidade cultural. A Fundação Casa de Rui Barbosa reafirma seu compromisso com a cultura, a memória, a pesquisa e a formação de leitores, consolidando a FliRui como um novo e permanente encontro da cidade com a literatura e com o acesso público ao patrimônio literário brasileiro.
A curadoria coletiva da FliRui foi coordenada pela editora literária e chefe do Arquivo-Museu de Literatura Brasileira, Maria de Andrade, com o conselho curatorial formado por Andressa Marques, coordenadora-geral de Livro e Literatura da Secretaria de Formação, Livro e Leitura do Ministério da Cultura; Carla Santos, pesquisadora em Literatura de língua portuguesa em países africanos; Daniel Munduruku, escritor, professor e curador do Encontro de Artistas e Escritores Indígenas; Éle Semog, poeta, pesquisador e curador da Bienafro; Elisa Ventura, empresária, produtora cultural e curadora literária; Isabel Werneck, secretária executiva do programa Rio Capital Mundial do Livro; e Verônica Lessa, coordenadora-geral de Cooperação e Difusão da Fundação Biblioteca Nacional, além da colaboração dos servidores do AMLB, em um conjunto de trajetórias que atravessam o campo literário e a gestão cultural.
Sobre a Fundação Casa de Rui Barbosa
A Fundação Casa de Rui Barbosa (FCRB), vinculada ao Ministério da Cultura, é uma instituição federal dedicada ao desenvolvimento da cultura, pesquisa e ensino. A FCRB preserva um dos maiores acervos documentais do país, incluindo a casa de Rui Barbosa, sua biblioteca com mais de 30 mil volumes e seu arquivo pessoal com 60 mil documentos. Além disso, a Fundação promove estudos, conferências e eventos que incentivam a difusão da cultura e da memória no Brasil.
Sobre o Arquivo-Museu de Literatura Brasileira (AMLB)
Criado em 1972, o AMLB da FCRB abriga um dos maiores acervos literários do Brasil, com arquivos de 152 escritores, entre eles José de Alencar, Manuel Bandeira, Vinicius de Moraes, Clarice Lispector, Rubem Braga e Carlos Drummond de Andrade. Além dos documentos, o museu preserva cerca de duas mil peças museológicas.