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Com mais de mil participantes presencialmente, o SIPC reforça o papel do Brasil nas políticas culturais
Foto: Marcella Saraceni
A Fundação Casa de Rui Barbosa (FCRB) encerrou na última sexta-feira, 4 de julho, a 14ª edição do Seminário Internacional de Políticas Culturais, reafirmando o protagonismo do Brasil nas articulações culturais internacionais. Realizado ao longo de cinco dias, o encontro reuniu mais de 230 especialistas do Brasil e da América Latina, promoveu mais de 40 mesas e mobilizou mais de mil pessoas presencialmente, além de cerca de 8 mil visualizações no canal do YouTube da instituição.
O último dia da programação foi marcado por reflexões sobre os desafios contemporâneos das políticas culturais, com destaque para as mesas dedicadas à comunicação e para a mesa-redonda “Mondiacult 2025: diálogos urgentes e visões prospectivas”. O debate reforçou a atuação do Brasil na construção de políticas públicas culturais robustas e seu engajamento ativo em fóruns multilaterais, especialmente no contexto da conferência mundial da UNESCO sobre cultura e desenvolvimento sustentável, que será realizada no próximo ano.
As mesas sobre comunicação trataram de temas estratégicos para a formulação de políticas culturais, como acessibilidade, interseccionalidade, cultura digital, controle social, transparência e patrimônio imaterial. Os debates envolveram gestores públicos, pesquisadores, estudantes e representantes da sociedade civil, consolidando o seminário como espaço plural, democrático e descentralizado.
A mesa sobre a Mondiacult contou com a participação de nomes como Daniel Granado (Conselho Provincial de Barcelona), Sara Diez (Espaço Cultural Iberoamericano), Bruno Melo (Ministério da Cultura), Lia Calabre (FCRB), Márcio Tavares (Ministério da Cultura) e Mariana Salvadori (UNESCO Brasil), com mediação do presidente da FCRB, Alexandre Santini. O encontro destacou o papel da cultura como um bem público mundial e sua centralidade nas estratégias de desenvolvimento sustentável e defesa da democracia.“A cultura tem um valor coletivo e universal, e, portanto, merece ser protegida, promovida e acessível”, afirmou Mariana Salvadori, da UNESCO.
Já o secretário executivo do Ministério da Cultura, Márcio Tavares, ressaltou: “Dentro de um contexto geopolítico desafiador, o Brasil tem vocalizado, desde 2023, a importância dos mecanismos multilaterais como instrumentos fundamentais para a resolução dos problemas globais. E o Mondiacult é uma plataforma central nessa agenda.”
Para Alexandre Santini, o legado histórico da primeira Mondiacult, realizada em 1982, permanece atual: “Aquela edição foi fundamental na afirmação da cultura como direito, em um momento de transição democrática na América Latina. Não há possibilidade de pensar o futuro da humanidade sem pensar a cultura por essa perspectiva.”
A edição de 2025 consolida o Seminário Internacional de Políticas Culturais da FCRB como um espaço estratégico de articulação entre governo, academia e sociedade civil. Com uma potente agenda coletiva, o evento contribui para a formulação de políticas públicas que reconhecem a cultura como direito, motor de transformação social e elemento fundamental para a democracia no Brasil e no mundo.