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Cármen Lúcia fala sobre literatura e democracia na FliRui
O debate sobre a defesa da democracia abriu a programação deste sábado (29) na Festa Literária da Casa de Rui Barbosa -FliRui . Na conferência “Literatura e democracia”, a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, discursou sobre os desafios da comunicação na era digital e a importância da literatura na construção de uma sociedade mais democrática e humana.
Definindo a democracia enquanto uma experiência que se constrói todos os dias, a magistrada ressaltou: “Sonho com um Brasil em que cada pessoa possa ser o que desejar. Esse será um país livre e justo para todas e todos”.
Citando Cecília Meirelles, em um discurso profundo, a ministra refletiu sobre a importância das palavras como possibilidades de transformação da história de um povo: “Hoje em dia todo mundo tem um celular, mas a gente não sabe se comunicar mais. Nós estamos desaprendendo o diálogo, que é o que nos faz humanos, próximos e fortes. A palavra traduz a alma de uma pessoa, a literatura traduz a alma de um povo. Os sonhos de justiça e de paz são traduzidos por palavras, nós nos comunicamos por elas”, afirmou a ministra que é a segunda mulher a ser indicada para o cargo e a primeira a presidir o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Na conferência para uma plateia de mais de 200 pessoas, ela falou sobre temas que fazem parte da sua trajetória como a violência contra as mulheres, o racismo e a defesa dos direitos humanos.
“Ainda hoje, nós temos seres humanos sendo tratados como coisas. Se nós não tivermos democracia, vamos manter essa trágica lógica brasileira, que é termos uma mulher assassinada a cada seis horas apenas por ser mulher. Em uma sociedade onde a maioria são mulheres e negros, nós não fomos capazes de construir pelo diálogo e pela palavra um país de iguais nas nossas liberdades e, portanto, na nossa dignidade”, declarou.
MEDALHA RUI BARBOSA
No encerramento da conferência, o presidente da Fundação Casa de Rui Barbosa, Alexandre Santini, entregou à ministra a Medalha Rui Barbosa, distinção que reconhece personalidades dos poderes públicos, da produção intelectual, dos movimentos sociais e também colaboradoras e colaboradores da instituição.
O objetivo é reconhecer trajetórias que fazem da cultura um campo de transformação social e de fortalecimento da democracia.
“A cada Carmen Lúcia que temos a oportunidade de fazer essa homenagem, nós honramos a memória de Rui Barbosa e restauramos a dignidade dessa tradição. Essa primeira festa literária é, para nós, a consolidação da retomada dessa instituição e das políticas culturais no Brasil. É essa casa reencontrando a sua vocação democrática e voltando a orgulhar Rui Barbosa”, destacou Santini.
A FliRui é uma realização da Fundação Casa de Rui Barbosa, vinculada ao Ministério da Cultura, com apoio da Liga Brasileira de Editoras (LIBRE) e da Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade. O acesso será realizado por ordem de chegada e depende da lotação. A Casa Rui comporta até 500 pessoas, sendo que o auditório principal tem 250 lugares. O evento está sujeito à lotação por medidas de proteção ao patrimônio histórico. Teremos telão e sala extra com projeção.
Acesse a programação completa aqui: https://www.gov.br/casaruibarbosa/pt-br/centrais-de-conteudo/noticias/2025/primeira-festa-literaria-da-casa-de-rui-barbosa-tera-grandes-nomes-da-cultura-nacional-e-internacional