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Programas de educação e combate à pobreza previnem o terrorismo, conclui BRICS
Após três dias de discussões em Brasília/DF, o Grupo de Trabalho de Contraterrorismo do BRICS concluiu que a promoção à educação e o combate à pobreza são fundamentais para o enfrentamento ao terrorismo, que explora minorias e regiões mais vulneráveis para manter suas atividades. O GT é coordenado pela Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) nesta presidência do Brasil no BRICS em 2025.

Para o grupo, o financiamento ao terrorismo é ameaça internacional à paz e segurança das pessoas, que leva à desestabilização econômica e social e, por isso, a necessidade de medidas preventivas.
Há preocupação especial com crianças e outros membros da família expostos a contextos sociais desfavoráveis. Para integrantes do BRICS, esses grupos precisam ser reintegrados à vida normal, sem estigmatização e com apoio médico, psicólogo e educacional.
A diretora do Departamento de Inteligência Externa da ABIN e chefe da delegação brasileira do GT de Contraterrorismo, Ana Ribeiro, destacou os programas de prevenção e reintegração apresentados durante as reuniões.
"Ao tratar das experiências exitosas de diferentes países com a implementação de programas de reintegração de combatentes terroristas e de estratégias de intervenção precoce em processos de radicalização em curso, foi destacada a importância de abordagem multidimensional que engaje o Estado e a sociedade civil, por meio da família e da comunidade, especialmente de líderes comunitários", declarou.
A diretora destacou ainda que a resposta dos Estados também precisa estar "em constante adaptação e atualização considerando as rápidas mudanças de estratégias, métodos e táticas de grupos terroristas e movimentos associados ao extremismo violento".
Debates
Durante os últimos três dias, as delegações presentes compartilharam diferentes perspectivas, conhecimentos e experiências sobre o terrorismo e o extremismo violento.
Foram debatidos os impactos das novas tecnologias na capacidade de recrutamento, de financiamento e de promoção de desinformação por parte de organizações terroristas, bem como na geração de novas formas de violência e na promoção de processos de auto-radicalização.
Como exemplos foram citados o uso de criptomoedas para financiamento e a disseminação de propaganda do terrorismo em diferentes línguas.
Os países destacaram ainda a relevância da cooperação internacional para construção de capacidades no âmbito dos Estados, em meio às novas tendências do terrorismo. Também foi apontado o alinhamento de legislações domésticas em relação a padrões internacionais.
"Os países membros do BRICS respondem por cerca de metade da população mundial e há representação de todos os continentes. Essa diversidade favorece a formação de perspectiva abrangente e multidimensional acerca desses fenômenos e contribui para a promoção de avanços nas estratégias nacionais de prevenção e combate do terrorismo", avalia a diretora da ABIN.