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SISBIN SUL
Inteligência da região Sul discute a prevenção de ataques em escolas
Com o tema “Ataques em escolas, no contexto do extremismo violento”, a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) reuniu representantes do Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin) da região Sul na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) para debater ações estaduais e o papel da Inteligência diante do fenômeno. O público, de mais de 250 pessoas, também foi composto por integrantes da sociedade civil e por acadêmicos.
Na abertura do evento, o diretor-geral da ABIN, Luiz Fernando Corrêa, afirmou que o tema deve ser tratado com rigor científico e que a Agência tem capacidade de analisar dados e apresentar metodologias, em parceria com centros de pesquisa e universidades.

“O extremismo, com todas as suas variantes de motivação, não é compatível com a democracia. Não interessa de qual natureza, qual linha, qual motivação, o resultado é a violência. Esse é o estudo que a ABIN está realizando com acadêmicos no sentido de identificar essa dinâmica e todos os fatores desse ciclo do fenômeno do extremismo”, declarou o diretor-geral.
Para Corrêa, o Sisbin deve atuar nas políticas públicas de Estado em um ambiente de colaboração nas três esferas. Neste contexto, a ABIN teria o papel de facilitadora. “A consciência de servidor público é o que nos traz aqui hoje. Cada um, dentro das suas atribuições, deve fomentar essa complementariedade tão necessária para o enfrentamento”, afirmou.
“A ABIN está muito preocupada em assessorar os decisores em políticas públicas. Vamos emprestar a capacidade analítica da Agência para, junto com acadêmicos, produzirmos base teórica neste esforço”, concluiu o gestor.
Também na mesa de abertura, o presidente da Alesc, Mauro de Nadal, destacou a necessidade de comunicação para que o tema seja tratado em conjunto. Segundo o parlamentar, por meio dos sistemas de Inteligência, é possível evitar que fatos dessa natureza aconteçam.
O deputado também destacou o papel da sociedade e da família “para que a comunidade faça o que é difícil para o poder público fazer, que é convencer as pessoas que nossos pequenos precisam ser protegidos por todos nós”.
Ações estaduais
No primeiro painel do encontro, a deputada estadual Paulinha apresentou a linha histórica de ataques em Santa Catarina, dados de operações integradas de segurança escolar e medidas multidisciplinares para prevenção. “Temos que entender como vamos arrancar jovens deste mundo violento, que está tão disponível para eles e não sabemos como evitar”, argumentou.
Como desafios, a parlamentar mencionou integrar políticas públicas de proteção e segurança escolar; revisitar a cultura frente à violência; e retificar a forma de comunicação utilizada pela imprensa sobre atos violentos nas escolas.
O capitão da Polícia Militar do Paraná Lucas Marquetti, representando a Secretaria de Segurança Pública do estado, explicou o funcionamento do Comitê Intersetorial de Segurança Escolar para análise de situações de risco. O policial também mostrou estudos junto aos órgãos de segurança pública e ações de Inteligência.
Segundo o militar, os órgãos em conjunto realizam acompanhamento sistemático das ameaças contra escolas e o monitoramento das ameaças graves por meio de análise quantitativa. “Estamos preparados hoje enquanto sistema de Inteligência para compartilharmos informações para que possamos dar vazão ao problema”, declarou.
Na mesma linha, a delegada da Polícia Civil Simone Chaves, da Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul, apresentou ações do gabinete de gestão integrada de Inteligência do estado para acompanhamento do tema. Entre as contribuições estão a capacitação da rede escolar sobre ações de prevenção e respostas – com entrega de protocolos – e a criação da rede de proteção escolar.

Segundo Simone, é importante “diferenciar o que é conflito escolar de uma real ameaça às escolas e saber comunicar muito bem o que de fato é ameça”.
Especialista na temática, o coronel Valmor Racorti, da Policia Militar de São Paulo, abordou a pronta resposta, tratando do gerenciamento de incidentes na modalidade “ataque ativo”.

Universidades e Inteligência
Especialistas do meio acadêmico apresentaram percepções para a compreensão do fenômeno de ataques em escolas. Participaram Cleo Garcia, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp); Brenda Santana, da Universidade Federal de Pelotas (UFPel); e Lola Anorovich, da Universidade Federal do Ceará (UFC). As especialistas demonstraram pesquisas, dados e casos referentes ao tema.

Já o papel da Inteligência na prevenção de ataques em escolas foi abordado por oficial de Inteligência da ABIN. Na apresentação, o profissional comentou sobre conceitos, apresentou dados e a metodologia usada pela Agência na análise do fenômeno.