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COP30
ABIN promove debate sobre “Desafios Amazônicos na Agenda de Mudança do Clima”
A Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) coordenou a realização do encontro anual do Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin) no Pará para discutir os “Desafios Amazônicos na Agenda de Mudança do Clima”, em meio aos preparativos para a COP30. O evento reuniu aproximadamente 100 convidados de 35 diferentes setores – órgãos públicos, universidades e sociedade civil. O encontro ocorreu em 9 de setembro no auditório da Universidade da Amazônia (Unama), em Belém/PA.

A abertura do evento ficou a cargo da diretora do Departamento de Inteligência Externa (Diex), Ana Ribeiro, que destacou a relevância do debate para o fortalecimento da Inteligência nacional.
Em seguida, o professor doutor em economia João Cláudio Tupinambá Arroyo apresentou dados sobre o Financiamento Sustentável da Amazônia, lembrando que a região recebeu mais de R$ 220 bilhões em investimentos desde 1992, mas sem projetos comprometidos com a sustentabilidade. Ele criticou o modelo de pecuária extensiva, que mantém baixa produtividade e amplia desigualdades socioambientais.
A segunda palestra, conduzida por integrantes do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil do Pará, tratou dos Impactos de Eventos Climáticos Extremos. Os militares explicaram que o aumento da frequência desses fenômenos exige maior foco na prevenção e na resiliência comunitária, reforçando a necessidade de articulação entre entes nacionais para reduzir danos humanos, sociais e ambientais.
Na terceira exposição, o tenente-coronel Monteiro, do Comando Militar do Norte, falou sobre a Cooperação Regional na Proteção das Florestas. Ele citou como exemplo dessa cooperação as operações de desintrusão de terras indígenas, nas quais a ABIN teve papel estratégico. O oficial defendeu a integração entre Inteligência e políticas públicas, lembrando que as enchentes de 2024 no Rio Grande do Sul marcaram um ponto de virada na percepção sobre a urgência climática.
Encerrando o ciclo, oficial de Inteligência abordou a Atividade de Inteligência como ferramenta para enfrentar mudanças do clima. Segundo ele, a produção de conhecimento situacional é essencial para subsidiar políticas públicas e posicionar o Brasil como ator relevante na agenda ambiental global.
A reitora da Unama, Maria Betânia, ressaltou a participação feminina em posições de liderança no evento e apontou a crise climática como reflexo de problemas estruturais, como racismo e machismo. Já o representante da Vale destacou a geração de empregos no Sudeste do Pará e a importância da cooperação em Inteligência para o desenvolvimento regional.

No fechamento, o superintendente da ABIN no Pará, Ricardo Roveri, enfatizou a relevância da integração entre os diversos setores do Sisbin para o sucesso de estratégias de desenvolvimento sustentável na Amazônia.