Repressão policial a manifestação estudantil contra a ditadura no Rio de Janeiro em 1968
Arquivo Nacional, Correio da Manhã, BR RJANRIO PH.0.FOT.229
Jornal Correio da Manhã
O acervo do Correio da Manhã – jornal matutino diário, editado na cidade do Rio de Janeiro de 1901 a 1974 – foi adquirido por Fernando Gasparian em leilão de 1975, que o doou ao Arquivo Nacional em 1982. A documentação cobre o período de administração de três diretores – Paulo Bittencourt, Niomar Moniz e Maurício Nunes de Alencar – e reúne recortes de jornais, manuscritos, ampliações e negativos fotográficos de vários formatos, charges, ilustrações, cartazes, cartões-postais e desenhos originais, mapas rodoviários.
Destes, a parcela mais consultada são as 1.014.120 fotos, organizadas em 47.693 dossiês temáticos, cujas descrições estão disponíveis no Sistema de Informações do Arquivo Nacional – SIAN.
O acesso às fotografias é realizado de maneira presencial, mediante o acesso aos representantes digitais ou aos originais ainda não digitalizados. Já se encontram disponíveis para acesso imediato 113.692 arquivos digitais, integrantes de 4.247 dossiês. O acesso a originais precisa ser agendado com um mínimo de quatro dias de antecedência.
Reproduções podem ser solicitadas conforme as normas vigentes, que incluem a assinatura, em duas vias, de termo de responsabilidade pelo uso da imagem, no qual está explícita a proibição de repasse das reproduções a terceiros.
Publicado em
16/05/2022 11h35
Atualizado em
20/09/2023 09h35
Manifestação contra a ditadura na capital paulista em 9 de outubro de 1968
Segundo informações do jornal Correio da Manhã, autor da fotografia, a passeata teria reunido cerca de vinte mil pessoas protestando contra a “morte de um estudante e a liberdade de ação dos elementos do CCC – Comando de Caça Comunista.”, “Centenas de prisões foram registradas, o comércio cerrou as portas e todo o dispositivo da Força Pública, DOPS e Polícia Civil foram postos desde cedo em regime de prontidão.” Arquivo Nacional, Correio da Manhã, BR RJANRIO PH.0.FOT.555
Reunidos em 3 de maio de 1968, líderes estudantis decidem não negociar com a ditadura
Nas páginas do Correio da Manhã, a fotografia acompanhava o texto: "- Não podemos sentar à mesma mesa e trocar ideias com o ministro Tarso Dutra enquanto a polícia desse mesmo governo continua prendendo, massacrando e torturando estudantes, como fez a noite passada, invadindo a Casa dos Estudantes Secundaristas. Com estas palavras, os representantes da FUEC, UBES, UME e UNE assinalaram seu repúdio ao "diálogo" com o Governo. Consideram os estudantes que aceitar o "diálogo" seria "trair os colegas assassinados pela ditadura e, ao mesmo tempo, colocar o movimento estudantil dentro de uma perspectiva inteiramente ilusória". Arquivo Nacional, Correio da Manhã, BR RJANRIO PH.0.FOT.2007
Em 1968, Exército apreende livros e material de protesto em diretórios acadêmicos de faculdades no Rio de Janeiro
Os nomes dos estudantes envolvidos foram entregues aos serviços de informação e repressão da ditadura para inquéritos e prisões. Arquivo Nacional, Correio da Manhã, BR DFANBSB V8.MIC, GNC.CCC.79001244
Filmagem do documentário “O País de São Saruê”, de Wladimir Carvalho
Finalizado em 1971, o filme foi proibido pela ditadura, "por ferir a dignidade e os interesses nacionais", e apenas liberado para exibição em 1979 com a revogação do Ato Institucional n. 5. Arquivo Nacional, Correio da Manhã, BR RJANRIO PH.0.FOT.3916
Em outubro de 1968, faixa no Hospital Universitário Pedro Ernesto, no Rio de Janeiro, protesta contra o assassinato do estudante Luiz Paulo da Cruz Nunes, morto durante manifestação na Universidade Estadual da Guanabara - UEG
Arquivo Nacional, Correio da Manhã, BR RJANRIO PH.0.FOT.00229
Padres e freiras acompanham estudantes em manifestação contra a ditadura no Rio de Janeiro em julho de 1968
Arquivo Nacional, Correio da Manhã, BR RJANRIO PH.0.FOT.00229
Estudantes presos em manifestação contra a ditadura no Rio de Janeiro em junho de 1968
Arquivo Nacional, Correio da Manhã, BR RJANRIO PH.0.FOT.0229
Estudante presa em São Paulo durante o 30o Congresso da União Nacional dos Estudantes - UNE em outubro de 1968
Publicada pelo jornal Correio da Manhã, a fotografia acompanhava o texto: "Lamento - Enquanto seis de suas colegas estão sendo mantidas incomunicáveis - e sob oito horas diárias de interrogatórios - as moças recolhidas ao Presídio São Judas Tadeu queixam-se dos maus tratos sofridos nas mãos da polícia paulista" Arquivo Nacional, Correio da Manhã, BR RJANRIO PH.0.FOT.00229
Estudantes presos em manifestação contra a ditadura enfileirados no estádio do Botafogo, no Rio de Janeiro, em junho de 1968
Arquivo Nacional, Correio da Manhã, BR RJANRIO PH.0.FOT.00229
No Rio de Janeiro, em 21 de junho de 1968, estudantes carregam companheiro morto pela polícia militar em manifestação contra a ditadura
Em função da grande violência empregada pela repressão, a manifestação de 21 de junho de 1968 ficou conhecida como Sexta-feira Sangrenta. Calcula-se em 28 o número de mortos. Arquivo Nacional, Correio da Manhã, BR RJANRIO PH.0.FOT.00229
Enterro do estudante Edson Luis, morto pela polícia militar no Rio de Janeiro em março de 1968
Arquivo Nacional, Correio da Manhã, BR RJANRIO PH.0.FOT.00554
O escritor, jornalista e dramaturgo Nelson Rodrigues em manifestação contra a censura no Rio de Janeiro em fevereiro de 1968
Publicada pelo jornal Correio da Manhã, a foto acompanhava os dizeres: "ÓBVIO ULULANTE - Nelson Rodrigues levanta cartaz e protesta contra censura "burra" sentado três horas no Municipal" Arquivo Nacional, Correio da Manhã, BR RJANRIO PH.0.FOT.06440
Charge de novembro de 1968 sobre o início das atividades do Esquadrão da Morte em São Paulo
Publicada pelo jornal Correio da Manhã, a charge sugere a cooperação entre o Esquadrão da Morte (E.M.) com os grupos terroristas Comando de Caça aos Comunistas (C.C.C.) e Movimento Anticomunista (M.A.C.) Arquivo Nacional, Correio da Manhã, BR RJANRIO PH.0.CAH.0094
Cláudio Marzo, Célia Helena e Luiz Linhares na montagem de "Os pequenos burgueses", de Máximo Gorki, realizada pelo grupo Teatro Oficina Uzyna Uzona, em cartaz no teatro Maison de France, no Rio de Janeiro, em 1966
Arquivo Nacional, Correio da Manhã, BR RJANRIO PH.0.FOT.00785
Polícia montada persegue manifestantes no Rio de Janeiro em junho de 1968
Arquivo Nacional, Correio da Manhã, BR RJANRIO PH.0.FOT.00229
Em Belford Roxo, Rio de Janeiro, família de lavradores expulsa de suas terras por decisão de general, membro do Instituto Brasileiro de Reforma Agrária - IBRA, se abriga embaixo de árvore
Publicada pelo jornal Correio da Manhã em dezembro de 1966, a fotografia acompanhava o texto: “VÍTIMAS DO TERROR – Família que o general do IBRA expulsou de casa mora debaixo de uma árvore O general reformado do Exército Francisco Saraiva, chefe da Comissão de Verificação de Terras do IBRA, continua ameaçando de expulsão os lavradores dos sete núcleos coloniais na Baixada Fluminense. Vários lavradores residentes no Núcleo Colonial de São Bento que não cumpriram a ordem de mudança imposta pelo general do IBRA estão ainda com luz e água cortadas, esperando que não se concretizem a ameaça do militar, que promete retirar dali todos os lavradores antes de março de 1967” Arquivo Nacional, Correio da Manhã, BR RJANRIO PH.0.FOT.04974
Em dezembro de 1964, moradores da favela de Brás de Pina, ameaçados de remoção, tentam sem sucesso ser recebidos pelo marechal Castelo Branco, empossado na Presidência da República pelo golpe de Estado de abril daquele ano
Publicada pelo jornal Correio da Manhã, a fotografia acompanhava o texto: "Os favelados de Brás de Pina foram ontem ao Palácio das Laranjeiras para pedir ao presidente da República que os livrasse da ameaça de serem assistidos pelo sr. Carlos Lacerda, o qual não desiste de querer expulsá-los de suas próprias casas. Tinham audiência marcada desde quinta-feira passada; caminharam ordeiramente até os jardins do Palácio; antes rezaram pelo êxito da conversa presidencial, na Igreja da Glória. Nada disso adiantou. O capitão da Guarda ordenou aos seus soldados que os barrassem, sob a mira das metralhadoras. Só entraram cinco, inclusive o vigário da paróquia, padre José Sanz Artela. O presidente da República não apareceu. O chefe da Casa Civil, em nome dele, vagamente fez promessa de ajudá-los". Arquivo Nacional, Correio da Manhã, BR RJANRIO PH.0.FOT.01664
José Wilker e elenco no ensaio da peça "O rei da vela", montada pelo grupo Teatro Oficina em 1971
Arquivo Nacional, Correio da Manhã, BR RJANRIO PH.0.FOT.00785
Funcionários da empresa aérea Panair, fechada pela ditadura em fevereiro de 1965, recebem doações de alimentos
Publicada pelo jornal Correio da Manhã, a fotografia acompanhava o texto: "ALIMENTOS PARA A PAZ - Dificuldades financeiras levaram os empregados da Panair do Brasil às filas de comida" Arquivo Nacional, Correio da Manhã, BR RJANRIO PH.0.FOT.04277