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Programa Futuras Cientistas 2026: conheça os 5 projetos aprovados para a Imersão Científica
Lançado com o objetivo de incentivar a participação feminina nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM), o Programa Futuras Cientistas tem se consolidado como uma importante iniciativa de inclusão e promoção da equidade de gênero na pesquisa científica brasileira. Voltado para alunas do ensino médio da rede pública, o programa oferece uma imersão em ambientes de pesquisa e desenvolvimento tecnológico, conectando estudantes a cientistas e profissionais atuantes em instituições de referência.
No Instituto Nacional de Tecnologia (INT), o Programa Futuras Cientistas teve início em 2023 e, desde então, segue fortalecendo o envolvimento estudantes no ambiente científico. Nas edições anteriores, jovens talentos tiveram a oportunidade de participar de projetos reais, acompanhadas por pesquisadoras, vivenciando o cotidiano dos laboratórios e contribuindo com investigações em andamento. Para o próximo ano, cinco novos projetos foram aprovados no âmbito do programa, abordando temas de pesquisa desenvolvidos nos laboratórios LABIC (Biocatálise, Bioprocessos e Bioprodutos), LAQOI (Análises Químicas Orgânicas e Inorgânicas), LACAT (Catálise)/CENANO (Centro de Caracterização em Nanotecnologia para Materiais e Catálise) e pela Divisão de Design Industrial (DivDI).
A ciência por trás da interação energia-matéria: desvendando o mundo nanométrico e a composição química de amostras do nosso cotidiano (LACAT/CENANO)
Coordenado pela pesquisadora Laís Ferreira de Castro, este projeto propõe uma imersão no universo da caracterização de materiais em escala nanométrica. A proposta é introduzir as alunas do Programa Futuras Cientistas às técnicas de microscopia eletrônica de varredura (MEV) e espectrometria por fluorescência de raios X (FRX), aplicadas à análise de objetos comuns do cotidiano, como moedas, grãos de areia e fios elétricos.
A MEV permite observar a superfície das amostras com altíssima resolução, gerando imagens tridimensionais a partir da interação de um feixe de elétrons com o material analisado. Já a FRX utiliza radiação de raios X para excitar os átomos da amostra, detectando a radiação fluorescente emitida por eles, possibilitando a identificação dos elementos químicos presentes e suas concentrações.
Durante a iniciativa, as estudantes terão contato com os fundamentos teóricos dessas técnicas, além de participarem de todas as etapas práticas: desde a preparação das amostras até a obtenção e interpretação dos resultados. A experiência visa despertar o interesse pela ciência e demonstrar, na prática, como ela se conecta com os objetos e materiais que nos cercam todos os dias.
Avaliação de Fungos Filamentosos Produtores de Enzimas com Aplicações Industriais (LABIC)
Com foco no potencial biotecnológico dos microrganismos, idealizado pelas pesquisadoras Ayla Sant’Ana da Silva e Roberta Pereira Espinheira, esta pesquisa convida as alunas do Futuras Cientistas a mergulharem no campo da biocatálise, área que estuda o uso de enzimas para acelerar reações químicas, com diversas aplicações na indústria.
Durante as atividades, as estudantes irão investigar fungos filamentosos capazes de produzir enzimas como a mananase e a amilase, que atuam na quebra de carboidratos presentes em alimentos do dia a dia, como legumes, arroz e batatas. A experiência combina teoria e prática: elas participarão do cultivo dos fungos, da extração das enzimas e da análise dos dados obtidos ao longo da pesquisa.
Mais do que um contato com a microbiologia aplicada, o projeto revela como processos naturais podem ser usados para desenvolver soluções industriais mais eficientes e sustentáveis.
A química dos óleos essenciais: Um passeio pela cromatografia gasosa e espectrofotometria (LAQOI)
Com foco na química analítica aplicada ao cotidiano, esta atividade apresenta às estudantes da rede pública de ensino a técnica de cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas, usada para identificar e caracterizar os compostos presentes em óleos essenciais. As alunas irão trabalhar com amostras como camomila, sálvia e eucalipto, aprendendo desde a extração por hidrodestilação até a análise dos resultados obtidos nos equipamentos, sob a coordenação de Leilson Ribeiro e Eliane Jung.
Além disso, será introduzida a técnica de espectrofotometria UV-Vis para avaliar a capacidade antioxidante das amostras, permitindo uma compreensão mais ampla sobre suas propriedades químicas. A experiência combina teoria e prática, incentivando o pensamento científico e mostrando como a química está presente em elementos simples do dia a dia.
Projeto Cocriativo de Objetos Pedagógicos para o Ensino de Ciências utilizando o método Design Thinking (DIVDI)
A proposta do projeto, coordenado pelo tecnologista Gil Brito, é envolver as Futuras Cientistas no processo criativo de desenvolvimento de objetos pedagógicos para o ensino de ciências, utilizando metodologias de design centradas no usuário. Ao participarem de todas as etapas, desde a concepção até a prototipagem, as alunas aprenderão a identificar acertos e ajustes necessários, compreendendo o caminho completo até a concretização de um produto educativo.
Mais do que pensar em aparência ou estética, o design de produtos envolve entender as reais necessidades e expectativas dos usuários. Com base nisso, o designer propõe soluções alinhadas ao contexto sociotécnico em que o produto será utilizado, sempre apoiado por métodos científicos que variam conforme a complexidade do projeto.
Dentro dessas abordagens, ganha destaque o Design Thinking, uma metodologia colaborativa, criativa e centrada no usuário, que permite criar soluções eficazes de forma ágil e participativa. Ao vivenciar essa experiência, as participantes não apenas desenvolvem um olhar crítico sobre o processo de criação, como também exercitam habilidades de inovação e pensamento científico.
O que é Catálise? Descobrindo como reações químicas transformam o mundo ao nosso redor (LACAT)
Processo fundamental na Química, que acelera reações e está presente na produção de inúmeros bens de consumo, desde medicamentos até combustíveis, este projeto convida as Futuras Cientistas a explorarem o universo da Catálise, sob a coordenação de Andréa Farias. As participantes serão introduzidas aos conceitos centrais da área, como o papel dos catalisadores, os diferentes tipos de catálise e os principais fatores que influenciam o desempenho desses materiais, incluindo variáveis como temperatura, agitação e área superficial.
As atividades práticas incluem experimentos com vitamina C, titulação de substâncias do dia a dia (como limão e shampoo) e uma reação com amido para produção de glicose, utilizando testes colorimétricos.
Para a edição de 2026, são esperadas entre 15 e 20 alunas, selecionadas por meio de edital previsto para agosto deste ano. A Imersão Científica acontecerá de 5 a 30 de janeiro, período de férias escolares, com atividades em formato híbrido, parte virtual, parte presencial nos laboratórios do INT. No dia 12/01, haverá uma recepção oficial com todas as participantes e a presença da diretora do Instituto, Marcia Oliveira. Mais uma vez, o programa oferecerá uma experiência transformadora, aproximando jovens da ciência e incentivando futuras trajetórias nas áreas STEM.
A Imersão Científica do Programa Futuras Cientistas de 2026 será realizada de 5 a 30 de janeiro, com atividades em formato híbrido, parte virtual e parte presencial nos laboratórios do INT. No dia 12/01, está prevista uma recepção oficial com todas as participantes e a presença da diretora do Instituto, Marcia Oliveira.
O edital para inscrição de alunas e professoras da rede pública será lançado no próximo mês agosto.
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