Notícias
Uma noite no museu
Passeio noturno no parque marca comemoração do aniversário do naturalista Augusto Ruschi
No próximo sábado, dia 10 de dezembro, o Instituto Nacional da Mata Atlântica (INMA) promove a atividade "Uma noite no museu". Pesquisadores da instituição guiarão os visitantes pelas alamedas do parque do Museu Mello Leitão, para observar anfíbios, insetos, corujas e morcegos. Comuns no parque, o público pode ainda encontrar gambás no caminho.
“Uma noite no museu” celebra o aniversário do naturalista Augusto Ruschi, que nasceu no dia 12 de dezembro. Famoso por seus estudos com beija-flores e orquídeas, Ruschi também se dedicou a conhecer os morcegos. Na década de 1950, o naturalista estudou a fauna de morcegos do Espírito Santo. Para mostrar este lado menos conhecido do cientista, o INMA preparou "Uma noite no museu".
Na área de vivência do parque, um painel mostrará ilustrações das pranchas de morcegos elaboradas pelo ilustrador científico alemão Rudolf Wolff, no início dos anos 1950, desenvolvidas para estampar os artigos publicados por Augusto Ruschi no Boletim do Museu de Biologia Prof. Mello Leitão.
“Uma noite no museu” acontece também na quinta-feira, dia 8 de dezembro, mas nesse dia, a atividade é voltada exclusivamente para estudantes do Escola Estadual José Pinto Coelho.
No sábado, a atividade é aberta a todo o público. A recomendação é usar calçado fechado e calça comprida, além de trazer lanterna para viver a experiência noturna no parque.
“Uma noite no museu”
Dia: 10/12/2022
Horário: 18h
Local: Museu Mello Leitão / INMA
Augusto Ruschi, Patrono da Ecologia no Brasil
Augusto Ruschi nasceu em 12 de dezembro de 1915, em Santa Teresa/ES. Foi o oitavo dos doze filhos do agrimensor Giuseppe Ruschi e da dona de casa Maria Roatti Ruschi. Ainda criança, manifestou paixão pela biologia, tornando-se colecionador de orquídeas, bromélias e insetos, espécies encontradas na rica região de Mata Atlântica em que ele morava, onde hoje está instalado o INMA.
Em 1940, Ruschi formou-se em agronomia pela Escola Superior de Agricultura, Veterinária e Química Industrial de Campos. Dez anos depois, concluiu sua segunda graduação, Ciências Jurídicas, na Faculdade de Direito do Espírito Santo, hoje, a UFES.
As boas relações de sua família o levaram ao Museu Nacional do Rio de Janeiro, cujas portas lhe foram abertas pelo zoólogo Cândido Firmino Mello Leitão. No Museu Nacional, Ruschi realizou diversas excursões científicas, mapeando regiões pouco exploradas do Brasil, especialmente do Espírito Santo, e procedeu ao colecionamento biológico de diversos exemplares de fauna e flora.
O professor Mello Leitão faleceu em dezembro de 1948. Para homenageá-lo, Ruschi batizou com o nome do mestre e amigo o museu que fundou em 26 de junho de 1949. O museu foi instalado na propriedade doada por sua mãe, onde o cientista deu continuidade às atividades ligadas ao colecionamento biológico, aos estudos de zoologia, botânica, ecologia e conservação da natureza.
À frente do Museu de Biologia Prof. Mello Leitão, Ruschi teve projeção mundial. Seu maior reconhecimento se deu pelas pesquisas com beija-flores, especialmente pelas técnicas que desenvolveu para captura, transporte, criação e reprodução em cativeiro.
Ruschi participou de diversas associações científicas, como a Academia Brasileira de Ciências. Pelo seu destacado papel na produção de conhecimentos sobre o ambiente natural e na defesa da vida, foi agraciado com diversos prêmios e medalhas. Postumamente, em 1994, recebeu o título de Patrono da Ecologia no Brasil.
Augusto Ruschi faleceu no dia 3 de junho de 1986, em decorrência de uma doença no fígado. Seu legado se mantém vivo e é expandido com a atuação do INMA, com ações e pesquisas inspiradas em suas descobertas, atividades e pensamento em prol da biodiversidade e da conservação da Mata Atlântica.
Em 2014, a Lei federal nº 12.954 deu origem ao INMA, criado a partir do Museu de Biologia Prof. Mello Leitão. Vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), tem como missão produzir, apoiar a produção, sintetizar e difundir conhecimento científico, com o propósito de contribuir para a conservação, restauração e uso sustentável da biodiversidade da Mata Atlântica. Atua de forma a ser referência na geração e divulgação de conhecimentos relacionados ao passado, presente e futuro desse bioma. O INMA guarda importantes coleções científicas – zoológica, botânica e documental. Este valioso acervo está disponível para a comunidade científica e é fundamental para o desenvolvimento da pesquisa nessas áreas.