Notícias
Hipátia: Projeto do Ibict fortalece preservação digital arquivística no Brasil
O Modelo Hipátia é uma proposta de preservação digital arquivística desenvolvida pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict) que integra ambientes de gestão, preservação e acesso, assegurando a autenticidade dos documentos a longo prazo.
O projeto faz parte da Rede Brasileira de Serviços de Preservação Digital do Ibict (Rede Cariniana) e foi criado em 2018, por meio de parceria estabelecida com o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) para pesquisar os Repositórios Arquivísticos Digitais Confiáveis (RDC‑Arq). A partir dessa demanda, o Ibict formou uma equipe, hoje composta por 28 profissionais, para conduzir os estudos e definir os requisitos para a construção do modelo, embasado em normativas nacionais e internacionais.
Ao longo da trajetória do projeto, o Ibict atuou e atua junto a diferentes instituições públicas espalhadas pelo Brasil: Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) em 2018, 2020 e atualmente conduz outro projeto iniciado em 2024; Arquivo Nacional em 2019; Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais (TJMG) e Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT‑4) que iniciaram em 2022; Tribunal de Contas da União (TCU) e Tribunal de Justiça de Rondônia (TJRO) iniciados em 2023 e em fase final de implementação; Tribunal Regional de São Paulo (TRE‑SP) e Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) estabelecidos em 2024 e Tribunal Regional de Minas Gerais (TRE‑MG) e Tribunal de Justiça do Acre (TJAC) em 2025.
Cada parceria permitiu aprimorar e documentar práticas, consolidando o Hipátia como referência para preservação digital confiável no setor público, além de ser a primeira experiência nacional de implementação de RDC-Arq que atende aos requisitos do Conselho Nacional de Arquivos (Conarq).
O projeto
O nome Hipátia presta homenagem à matemática e filósofa de Alexandria (séc. IV e V d.C.), cujo legado só pôde ser recuperado graças à dedicação à guarda e recuperação de suas obras. Assim, o modelo reforça a importância de um RDC-Arq na preservação da memória e do patrimônio documental.
Construído sobre softwares livres, o Hipátia é compatível com vários sistemas produtores (SEI, DJe,‑PJe,, Projudi, e-TCU, PAD) e abraça diferentes cenários institucionais. Sua arquitetura contempla características que permitem trabalhar em distintas configurações de software e hardware, facilitando a adoção por órgãos públicos de diferentes portes.
O destaque do Modelo Hipátia se consolidou no X Congresso Nacional de Arquivologia (CNA), realizado em outubro de 2024, em Salvador (BA), cujo tema central foi “A Arquivologia e as Tecnologias Disruptivas: O Arquivista na Era da Ciência de Dados e da Inteligência Artificial”. Foram nove trabalhos aprovados dentre os quais dois foram premiados, além da organização e condução de uma sessão de diálogos. apresentação do modelo evidenciou sua contribuição à preservação da memória institucional e ao fortalecimento de políticas arquivísticas alinhadas às inovações tecnológicas.