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Pesquisadores do Ibict e da CNEN analisam como a informação digital ganha sentido e valor na era da eScience
Pesquisa analisa como objetos digitais são reutilizados e ganham consistência no ecossistema da eScience
O avanço da ciência orientada por dados, ou eScience, tem transformado não apenas os métodos de investigação, mas também os próprios objetos da pesquisa científica. Nesse sentido, um novo artigo publicado pelos pesquisadores Luana Farias Sales Marques, do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), e Luís Fernando Sayão, da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), lança luz sobre uma questão ainda pouco explorada: o que confere materialidade aos objetos digitais que circulam e são reutilizados no ecossistema científico contemporâneo?
O estudo, publicado no periódico Brazilian Journal of Information Science, tem como título “Materialidade Performática dos Objetos Digitais Informacionais no Domínio da eScience: a construção de uma hipótese”. Nele, os autores desenvolvem uma hipótese fundamentada na ideia de que os objetos digitais informacionais possuem uma materialidade distribuída e performática, configurada pelas camadas de metadados e pelos agentes que atuam sobre eles, conforme destacam no artigo.
Segundo os pesquisadores, na era da eScience os dados são gerados em grande volume e velocidade, muitas vezes de forma automatizada, por sensores, simulações ou instrumentos avançados. Diante desse cenário, acrescentam que a simples existência do dado em um suporte digital não garante seu valor científico. Eles destacam que o que importa é sua capacidade de ser acessado, interpretado, reutilizado e validado, algo que depende diretamente de sua estrutura representacional e da ação sobre seus metadados.
Sobre a pesquisa:
A pesquisa integra dois projetos de produtividade em pesquisa do CNPq, coordenados pelos professores Luís Sayão e Luana Sales, além de investigações em curso no Ibict sobre objetos digitais FAIR. Também está alinhada à atuação da autora como coordenadora do GO FAIR Brasil e líder dos grupos de pesquisa BRIET e Comunicação e Divulgação Científicas, ambos reconhecidos pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. (CNPq).
Para Luís Fernando Sayão, que é professor do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação (PPGC-Ibict/UFRJ), a reflexão proposta é estratégica: “Pensar a materialidade performática dos objetos digitais é essencial para compreender como é possível operar unidades informacionais e epistêmicas na ciência contemporânea”.
O artigo pode ser acessado gratuitamente, na íntegra, pelo link: Leia na BJIS