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Ibict debate desafios e oportunidades da comunicação científica durante a 77ª SBPC
O Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict) participou, nesta segunda-feira (14), da mesa-redonda “A comunicação científica: desafios e oportunidades”, parte da 77ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), realizada no campus da Universidade Federal Rural de Pernambuco, no Recife.
O debate integrou a programação científica do evento e foi coordenado pela professora Marie Anne Van Sluys, da Universidade de São Paulo (USP). Participaram Washington Ribeiro de Carvalho Segundo, coordenador-geral de Informação Científica e Técnica do Ibict; Débora Peres Menezes, diretora de Análise de Resultados e Soluções Digitais do CNPq; e Luiz Antônio Pessan, diretor de Programas e Bolsas no País da CAPES.
A mesa-redonda trouxe reflexões fundamentais sobre o papel da Ciência Aberta na comunicação científica.
Washington Segundo abordou o panorama do Acesso Aberto (AA) e as múltiplas vertentes da Ciência Aberta (CA). Para ele, o atual modelo de comunicação científica, dominado por grandes editoras, restringe a circulação do conhecimento. “Estamos imersos num modelo refém. A Ciência Aberta é um caminho de libertação, apesar dos desafios”, afirmou.
O representante do Ibict destacou o impacto da pandemia de Covid-19, quando o amplo compartilhamento científico permitiu o desenvolvimento rápido de vacinas. “Foi uma abertura sem precedentes. Mas logo voltamos ao fechamento. É preciso uma gestão estratégica para manter avanços permanentes”, avaliou.
Para Washington Segundo, o Brasil é pioneiro no movimento de Acesso Aberto, com uma rede consolidada de mais de 200 repositórios e inúmeras iniacitivas de disseminação científica.
Débora Peres, do CNPq, apresentou os sistemas de informação da instituição, o histórico de abertura de publicações e os desafios atuais, como revistas predatórias, questões éticas e o uso crescente de inteligência artificial.
Já Luiz Antônio Pessan, da CAPES, defendeu a Ciência Aberta como estratégia de democratização do conhecimento. Ele abordou modelos de Acesso Aberto, e temas como o aumento global dos custos de APCs (taxas de publicação) e a desigualdade entre países do Norte e do Sul Global. “O Brasil é uma potência científica, mas enfrenta desafios estruturais”, afirmou.
Entre os entraves citados por Pessan estão as desigualdades regionais, barreiras linguísticas, limitações orçamentárias e questões ligadas à qualidade, reconhecimento e propriedade intelectual.
Os slides da apresentação de Washington Segundo podem ser acessados em: