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Na SBPC, ministra Luciana Santos defende soberania tecnológica e ciência como pilares do desenvolvimento
A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Luciana Santos, participou nesta segunda-feira, 14 de julho, da conferência de abertura da 77ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), o maior evento científico da América Latina. A palestra aconteceu no campus da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), no Recife.
Durante sua conferência, realizada no Salão Nobre da reitoria, a ministra destacou o papel estratégico da ciência para o desenvolvimento do país e a dimensão da soberania tecnológica como caminho para garantir a autonomia da nação. “A soberania do país é palavra-chave. Nós não temos como caminhar sem ter o nosso próprio projeto nacional de desenvolvimento”, avalia.
A ministra citou a importância da ciência e tecnologia em temas estratégicos e transversais, como conectividade 5G, inteligência artificial, transição energética, combate à fome, melhoria dos serviços públicos, proteção ambiental e saúde. “A gente quer resgatar a centralidade da ciência como pilar do desenvolvimento sustentável. E desenvolvimento cientifico é sinônimo de soberania”.
Ao falar sobre os avanços recentes da pasta, Luciana Santos destacou a recomposição integral do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), que possibilitou recordes de investimento em pesquisa, infraestrutura científica e capacitação profissional. Ela também citou a importância da área de C&TI como vetor para a reindustrialização brasileira.
Entre 2023 e 2024, o MCTI financiou mais de 2.100 projetos no âmbito do programa Nova Indústria Brasil (NIB). Para Luciana, a participação soberana do Brasil nas cadeias globais de maior valor agregado depende da superação do atraso tecnológico com políticas públicas que transformem conhecimento em riqueza.
Entre os projetos estruturantes estão o Laboratório Órion — primeiro NB4 (nível máximo de biossegurança) da América Latina —, o Reator Multipropósito Brasileiro, o satélite CBERS-5, que vai ampliar o monitoramento ambiental via espaço, e a ampliação da capacidade do Santos Dumont, o supercomputador nacional. O ministério também conduz o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA), com foco em infraestrutura e capacitação.
Outras prioridades da pasta incluem a redução das desigualdades regionais, com mais recursos para Norte, Nordeste e Centro-Oeste; editais para promover a equidade de gênero e a presença feminina na ciência; e a formação de uma nova geração de pesquisadores em áreas estratégicas como inteligência artificial, semicondutores e tecnologia quântica.
Por fim, Luciana ressaltou que a ciência está presente em todas as dimensões da vida cotidiana. “Ela não está apenas nos laboratórios. Está nos hospitais, nas indústrias, nas escolas, nos rios e nas florestas. A ciência é patrimônio do povo brasileiro.”
40 anos do MCTI e lançamento de selo comemorativo
Ao final da tarde, a ministra Luciana Santos e autoridades participaram de uma sessão especial da 77ª Reunião Anual da SBPC em comemoração aos 40 anos do MCTI. O ministério nasceu na retomada da democracia, durante o governo do então presidente Tancredo Neves, e tem sido peça-chave na articulação da produção científica brasileira.
“O MCTI é uma história de resistência. Ao longo desses anos todos, a ciência brasileira se manteve firme. O papel central do ministério na promoção de políticas públicas consolidou o Brasil numa posição de referência”, celebra a ministra Luciana Santos.
Na ocasião, foi lançado o selo comemorativo dos 40 anos do MCTI, desenvolvido pelos Correios. O selo e o carimbo têm a marca dos 40 anos do MCTI e trazem uma imagem inspirada na estrutura do Sirius, o importante acelerador de partículas brasileiro, localizado em Campinas (SP). A arte postal poderá ser colecionada ou usada para envio de carta simples. A SBPC traz ainda uma grande exposição comemorativa dentro do evento.
Realizada de 13 a 19 de julho, na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), a SBPC reúne cientistas, estudantes, professores, gestores públicos e a sociedade em geral para debater o futuro da ciência e da inovação no Brasil. Com o tema “Progresso é Ciência em Todos os Territórios”, a programação valoriza a ciência em todas as regiões do país e aproxima o conhecimento da população.