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Primeiro dia de seminário na Fundaj debate democracia, educação e discriminações
O encerramento do ano letivo e a celebração dos 11 anos do Programa de Pós-graduação em Educação, Culturas e Identidades (PPGECI), fruto de parceria entre a Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) e a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), tiveram início nesta terça-feira (9/12) com a realização do seminário “Nas trilhas da democracia: políticas e práticas para subverter o pensamento hegemônico neoliberal, ampliar os direitos e combater as discriminações”.
O seminário segue até a próxima quinta-feira (11/12), na Sala Aloísio Magalhães, no Campus Ulysses Pernambucano, no Derby, e envolve também a programação do I Seminário Educação Integral e em Tempo Integral: Concepções de educação em disputa, organizado pelo PPGECI e pelo Grupo de Pesquisa e Estudos Docência na Educação Básica (GPED), nesta quarta-feira (10/12).
Durante a mesa de abertura, a presidenta da Fundaj, a professora Márcia Angela Aguiar, destacou o papel fundamental do Programa para refletir sobre questões fundamentais atinentes ao fortalecimento da democracia. “Esse espaço tem sido construído e este é um momento importante porque considera a diversidade da sociedade brasileira.”
Para Maurício Antunes, pesquisador da Fundaj responsável pelo evento, “o seminário marca uma caminhada que se faz cotidianamente”. “São muitas desigualdades construídas em cima das diferenças, então nós resolvemos pautar esse seminário nas trilhas da democracia como uma parte já dessa caminhada, antenados com o contexto. Nós expressamos o nosso compromisso nessa luta democrática.”.
Representando a UFRPE, a professora Flávia Perez, coordenadora do PPGECI, falou sobre a importância de se construir espaços de reflexão sobre as temáticas. “Qualquer espaço que dê margem para essas reflexões nos fortalece como sujeitos e universidade. A gente precisa encontrar caminhos de transformação social, política e econômica e é possível através de um evento que nos fortaleça nas nossas buscas por um mundo mais digno e subvertendo essa lógica que está posta”, apontou.
O evento busca caminhos de enfrentamento das discriminações raciais, de sexo, gênero e pertencimento religioso, reunindo diferentes atores sociais como acadêmicos, professores, estudantes e a sociedade civil. A primeira mesa do dia, “Educação e Africanidades: reencantar a democracia”, reuniu pesquisadores para falar sobre como a democracia é atravessada e atravessa as questões raciais, religiosas e de educação.
Com mediação de Denise Botelho, fundadora do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação, Raça, Gênero e Sexualidades Audre Lorde - GEPERGES Audre Lorde, Diego dos Santos Reis, coordenador do Travessias, grupo de pesquisa, extensão e ativismo em filosofia e Educação Antirracista (UFPB/CNPq); e Valdenice José Raimundo, Pró Reitora de Pesquisa e Pós-graduação e Líder do Grupo de Estudos e Pesquisas em Raça, Gênero e Políticas Públicas/UNICAP, destacaram a produção de conhecimento a partir da relações construídas nos territórios e da partilha do que é vivido.
Já a segunda mesa, “Violências contra a mulher e a população infanto-juvenil: diálogos a partir do livro ‘Agora meu chão são as nuvens’”, foi mediada por Humberto Miranda (PPGECI/UFRPE) e teve participação de Hugo Monteiro Ferreira (PPGECI/UFRPE, autor do livro), Gi Carvalho, presidente nacional das Mães da Resistência, e Rawan Gabriel, representante de Pernambuco no Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (CONANDA).
Partindo da obra de Hugo Monteiro, que analisa e investiga os casos dos ataques nas escolas no Brasil, além de propor que os meninos sejam educados a partir de uma perspectiva feminista, os participantes da roda de conversa abordaram a regulamentação das redes sociais e uma educação mais democrática, que abrace a juventude e acolha as pessoas LGBTQIAPN+.