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Pesquisadora da Fundaj debate emergência climática no Nordeste em seminário
A emergência climática tem tomado o centro do debate ambiental e da justiça social a cada ano. Para integrar diferentes entidades na discussão, o auditório do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Pernambuco (Sintepe) recebeu nesta quarta-feira (3) o seminário “Emergência Climática, Preservação e Desenvolvimento no Nordeste”, que contou com participação da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj).
Ao lado de especialistas e militantes da área, a pesquisadora Edneida Rabêlo Cavalcanti, coordenadora-geral do Centro de Estudos em Dinâmicas Sociais e Territoriais (Cedist) da Diretoria de Pesquisas Sociais (Dipes) da Fundaj, representando a presidenta Márcia Angela Aguiar, falou sobre mudanças climáticas no Nordeste e destacou a importância de realizar uma transição energética justa e com regulamentação que proteja as comunidades e seus territórios.
“A gente discute pouco os desdobramentos que as tecnologias limpas trazem, inclusive de desigualdades no acesso e dos impactos que causam. Também falamos pouco do quanto o próprio Estado muitas vezes é indutor da degradação”, pontuou. Ela destacou, ainda, que atualmente no Nordeste do Brasil são muitos os conflitos relacionados à implantação dos parques eólicos e a falta de regulamentação deixa as comunidades vulneráveis. É assim também para atividades de mineração. “Como fazer essa equação fechar de forma que não comprometa a existência da vida?”, provocou.
O encontro foi realizado pela Fundação Perseu Abramo, com o objetivo de promover uma reflexão sobre as especificidades do Nordeste diante da emergência climática. Além disso, o seminário buscou reunir diferentes atores sociais para discutir caminhos para um modelo de desenvolvimento que equilibre preservação ambiental, inclusão social e crescimento econômico sustentável. Estiveram presentes no evento o presidente da Fundação, Paulo Okamoto, o secretário de Habitação do Recife, Felipe Cury; o especialista em desertificação, Aldrin Perez Marin; a advogada e ativista pela justiça climática Luciana Florêncio; o arquiteto e professor da UFPE, Roberto Montezuma e o especialista em energia limpa João Cumarú.
Dialogando com a temática de pesquisa de Edneida Cavalcanti e com um dos assuntos explorados pela Fundaj, Aldrin Perez falou sobre desertificação e territórios nordestinos. Para ele, cada território pode encarar as emergências climáticas de uma maneira e “causas estruturais precisam ser tratadas de forma séria junto com a população para acabar o ciclo vicioso do poder”. Aldrin destacou problemáticas que persistem desde o processo histórico colonial, que resultam na perda da biodiversidade, por exemplo, e destacou: “Desertificação merece atenção imediata do país”.