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Fundaj marca presença na Inauguração da Cátedra Naná Vasconcelos
Base do ritmo e responsável por envolver a música de sentimento e energia, é inegável a importância da percussão nas melodias. Especialista em dar o tom das celebrações e fazer da música um ritual de conexão com as raízes culturais, Naná Vasconcelos se consagrou como um dos maiores percussionistas do mundo. "O primeiro instrumento é a voz e o melhor é o corpo", afirmava. Para homenagear o músico e compositor que levou os ritmos populares de Pernambuco para o mundo, a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) inaugurou na manhã desta sexta-feira (23) a Cátedra Naná Vasconcelos.
A cerimônia contou com a presença da viúva e curadora de Naná, Patrícia Vasconcelos, do músico e amigo do homenageado, Nelson Angelo, integrante do Clube da Esquina, do reitor da UFRPE, Marcelo Carneiro Leão, do pró-reitor de Extensão, Cultura e Cidadania, Moises de Melo Santana, do coordenador de Direitos Humanos e Diversidades, José Nilton Almeida e do diretor de Memória, Educação, Cultura e Arte (Dimeca) da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), Túlio Velho Barreto, convidado para integrar a Cátedra.
Além do diretor, o coordenador-geral do Museu do Homem do Nordeste (Muhne), Moacir dos Anjos, também faz parte do grupo de associado inicial da Cátedra. Com o objetivo de proporcionar uma série de atividades junto aos associados e parceiros, como a Fundaj e o Muhne, desde palestras, pesquisas, seminários, exposições e oficinas, voltadas para celebrar personalidades destacadas em diversas áreas, a Cátedra visa, ainda, contribuir para a cidadania e construir uma sociedade mais justa.
“A obra de Naná era repleta de transcendentalismo, era junção. Que a Cátedra frutifique e alce voo transcendente à sua obra. Com essa junção que está aqui, me sinto muito mais confortável, sabendo que vocês estão conosco para exaltar e assegurar a proposta da Cátedra”, celebrou Patrícia Vasconcelos. A abertura do evento foi repleta de emoção dos participantes. Para Nelson ngelo, a inauguração é importante porque “estimula o presente e busca o futuro de peitos abertos”.
Durante o evento, que aconteceu na Reitoria da UFRPE e na Pró-Reitoria de Extensão, Cultura e Cidadania (PROExC), os primeiros associados da Cátedra tomaram posse e participaram da apresentação da Resolução. A inauguração contou com o descerramento da placa, a apresentação dos primeiros membros e momento cultural com os artistas presentes, além do Coro da UFRPE, da Escola Naná Vasconcelos, do cantor Ed Carlos e do contramestre Cacique.
“Ainda há muito caminho para trabalhar as memórias africanas, afro-brasileiras e indígenas que temos em nosso país. Temos mudado e este momento é fruto da mudança. Os objetivos da Cátedra apontam para a necessidade da universidade de se recriar e se reinventar, em uma relação diferente com as mãos diversas matrizes culturais”, destacou o pró-reitor de Extensão, Cultura e Cidadania, Moises de Melo Santana
Sobre Naná Vasconcelos
Doutor honoris causa pela universidade, Juvenal de Holanda Vasconcelos, o Naná Vasconcelos, nasceu no Recife no dia 2 de agosto de 1944. Ele foi eleito por oito vezes o melhor percussionista do mundo, pela revista americana Down Beat, lançou vários álbuns e ganhou oito prêmios Grammy. O artista se especializou em percussão e deixou sua marca com os sons do berimbau. Participou de álbuns de artistas como Milton Nascimento, Caetano Veloso, Marisa Monte, Mundo Livre S/A, além de dividir outros com Egberto Gismonti, Collin Walcott, Don Cherry.
No Muhne
Celebrar e dialogar com a obra de Naná Vasconcelos é passear pela memória artística da cultura afro-brasileira feita em terras pernambucanas e levada para todo o Brasil e para o mundo. No Museu do Homem do Nordeste, a obra de Naná está presente nas expressões artísticas e religiosas expostas no espaço. O artista fez trilhas sonoras e intervenções musicais que acompanham o visitante nas salas do Muhne e, ainda, um vídeo onde apresenta instrumentos de percussão de origem afrodiaspórica e que marcam os ritmos brasileiros, do samba ao Maracatu.