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Fundaj celebra o legado de Aloísio Magalhães com atividades na Semana de Preservação de Olinda
Aloísio Magalhães: uma personalidade fundamental para a preservação da memória de Olinda e do Brasil. A Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) participou da Semana de Preservação de Olinda com palestra ministrada nesta quinta-feira (11/22), no Palácio dos Governadores, no bairro do Varadouro, com foco no célebre designer, artista plástico e gestor cultural pernambucano.
Voltada para servidores municipais de Olinda, a atividade destacou a trajetória e os principais feitos de Aloísio Magalhães, importante defensor da valorização do patrimônio histórico local e nacional. A palestra foi ministrada por Rita de Cássia Araújo, historiadora e pesquisadora titular da Fundaj, ao lado da designer e ceramista Gisela Abad, com mediação do historiador Jackson Júnior, representante do Arquivo Público Municipal de Olinda.
Na palestra, a perspectiva de Aloísio sobre identidade nacional brasileira e patrimônio foi um dos principais pontos destacados por Rita. Ela rememorou as influências da modernização no Brasil do século XX no pensamento do especialista sobre patrimônio, que se estendia para muito além do material. “Aloísio se preocupou muito com esse binômio, de desenvolver sem perder a identidade, e a buscou no patrimônio cultural. Não no de pedra e cal, mas na dinâmica de cotidiano em que aquele patrimônio estava. Era entre os cidadãos comuns que ele era vivido, criado, construído e significado”, destacou.
Por meio de diversos cargos públicos nas décadas de 1970 e 80, Aloísio defendeu os patrimônios nacionais e cumpriu um importante papel no reconhecimento de Ouro Preto, em Minas Gerais, e de Olinda como Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura). O título foi concedido a Olinda em dezembro de 1982, poucos meses após sua morte. “Era um político na melhor acepção da palavra, que conduzia o entorno a suas ideias”, pontuou Gisela Abad. Em 1988, Aloísio recebeu uma honraria póstuma, com a instituição do Dia Nacional do Designer em sua data de nascimento: 5 de novembro.
Além das falas das palestrantes, o público também prestigiou o lançamento de duas obras: o livro "Olinda quatro cantos do mundo: Aloisio Magalhães, bens culturais e desenvolvimento nacional", de autoria de Rita de Cássia e edição da Editora Massangana, equipamento vinculado à Diretoria de Memória, Educação, Cultura e Arte (Dimeca) da Fundaj; e o encarte "Olinda nos quatro cantos do mundo - e no coração de Aloisio Magalhães", que contém 11 litogravuras criadas por Aloisio Magalhães como suporte à candidatura de Olinda à honraria da Unesco.
Com lançamento gratuito previsto para uma data futura, as obras tiveram exemplares entregues de forma simbólica a representantes de diversas instituições, como: o Arquivo Público Municipal de Olinda; o Museu de Arte Moderna Aloisio Magalhães (MAMAM); o
Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural; o Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano (IAHGP); o Clube Carnavalesco Misto Lenhadores Olindense; o Instituto Gilberto Gabral; o Conselho de Preservação dos Sítios Históricos de Olinda (CPSHO); e a Sociedade Olindense de Defesa da Cidade Alta (Sodeca).
O arquivo privado de Aloísio Malhães está atualmente sob a guarda do Centro de Documentação e Estudos da História Brasileira (Cehibra), vinculado à Dimeca/Fundaj.