Notícias
Diretor da Dimeca da Fundaj dá palestra sobre Miguel Arraes e golpe civil-militar de 1964, no Compaz Dom Hélder Câmara
Reforçando o compromisso institucional com a democracia a partir da memória de momentos políticos e sociais do país, o diretor de Memória, Educação, Cultura e Arte (Dimeca) da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), Túlio Velho Barreto, participou, nesta quarta-feira (22), de um bate-papo sobre Miguel Arraes e o Golpe Militar no Brasil. A palestra aconteceu no Auditório Geneton Moraes Neto, do Centro Comunitário da Paz (Compaz) Dom Hélder Câmara, na Ilha Joana Bezerra, e contou com a presença do filho de Miguel Arraes, Luiz Cláudio Arraes de Alencar, do ex-vereador Marcelo Santa Cruz, irmão do militante da Ação Popular (AP) Fernando Santa Cruz, desaparecido em 23 de fevereiro de 1974, no Rio de Janeiro, e de 100 estudantes do 8º ano das escolas municipais Octávio de Meira Lins, Bola na Rede e Professor Antonio De Brito Alves.
Integrando o ciclo de palestras e visitas guiadas sobre o golpe civil-militar no Brasil, o evento é uma iniciativa da Rede de Bibliotecas pela Paz, da Prefeitura do Recife, e contará com outros quatro encontros, visando fortalecer a democracia e a paz. “Tomamos essa iniciativa para marcar os 60 anos do Golpe Militar. É importante que a juventude conheça a história do Brasil e especialmente esses fatos que foram muito dolorosos”, destacou Deborah Echeverria, gerente da Rede de Bibliotecas pela Paz.
“Um país sem memória não vai para frente. Sem memória não há futuro”, pontuou Luiz Cláudio Arraes de Alencar. Ao longo da palestra, Túlio Velho Barreto fez um passeio sobre o contexto histórico, político e social do Brasil e de Pernambuco no período em que Miguel Arraes foi eleito governador do estado. O diretor da Dimeca falou sobre a visão geopolítica de Arraes, sobre o desfecho do golpe e como Pernambuco foi chave desse processo. Ele afirmou, ainda, que “todo mundo olhava para Pernambuco, para as mudanças que ocorriam aqui e para as políticas sociais que vinham sendo desenvolvidas no governo Arraes”.
Túlio ressaltou a importância do ex-governador para a luta pelos direitos humanos a partir de uma escuta ativa dos problemas sociais vivenciados pelos pernambucanos na época. “O contexto histórico vivido naqueles anos terminou por propiciar o surgimento de uma liderança que se tornou, do ponto de vista político, marcante na história do estado e do país, em função desse contexto histórico vivenciado”, contou. Ele ainda assinalou o destaque que Miguel Arraes teve no cenário nacional e apontou que a ascensão dele representa algo muito importante na história de Pernambuco.
Para complementar os conhecimentos sobre a temática, após a palestra, os estudantes participaram de uma visita guiada por Marcelo Santa Cruz ao Monumento Tortura Nunca Mais e ao Memorial da Democracia de Pernambuco, localizado no Sítio da Trindade.
Movimento de Cultura Popular
A fim de integrar os estudantes da rede municipal do Recife na temática do golpe civil-militar de 1964, o ciclo de palestras Encontros pela Democracia e pela Paz segue até o fim do ano. No dia 23 de outubro, o quinto encontro vai abordar o Movimento de Cultura Popular (MCP) e terá palestra de Moacir dos Anjos, coordenador-geral do Museu do Homem do Nordeste (Muhne), equipamento cultural vinculado à Fundaj por meio da Dimeca, e curador da exposição Mutirão, que trata do assunto.
Além da palestra, os estudantes irão participar de uma visitação guiada por Moacir à exposição Movimento de Cultura Popular 1960-1964, na Galeria Vicente do Rego Monteiro, no Campus Ulysses Pernambucano da Fundaj, no Derby.