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Democracia, educação e sustentabilidade são debatidas em seminário da Fundaj
Nesta quinta-feira (11), a Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) realizou o seminário “Democracia, educação e sustentabilidade em Direitos Humanos”. Promovido pelo Núcleo de Educação, Cultura, Inclusão, Meio Ambiente e Diversidade em Direitos Humanos (NECIMADH), o evento ocupou a Sala Calouste Gulbenkian, no campus Gilberto Freyre da Fundaj, em Casa Forte, e fomentou a discussão sobre os princípios e desafios contemporâneos de educar em direitos humanos.
O encontro, que reuniu estudantes, pesquisadores e membros da sociedade civil, reforçou o papel da instituição como um espaço público dedicado ao pensamento sobre a vida em sociedade e a garantia da dignidade humana. Márcia Angela Aguiar, presidenta da Fundaj, destacou o simbolismo do núcleo e da sua missão. “O Núcleo de Educação, Cultura, Inclusão, Meio Ambiente e Diversidade em Direitos Humanos traduz a nossa utopia no sentido de realmente tentar instaurar aqui, na Fundaj, um espaço que pense exatamente na vida em sociedade e em como a gente pode contribuir para que as coisas melhorem neste país no sentido do respeito à dignidade humana", comentou.
A coordenadora do NECIMADH e diretora de Administração e Planejamento (Diplad) da Fundaj, Aida Monteiro, reforçou a importância do debate durante a abertura do evento. “Debater, na Fundação Joaquim Nabuco, o diálogo entre democracia, educação e sustentabilidade é imprescindível para que nós possamos ter um projeto de sociedade e um projeto de Brasil em que todas as pessoas sejam respeitadas. Isso só é possível num Estado democrático de direito”, afirmou.
Manoel Moraes, coordenador-geral do Centro Dom Helder Camara de Estudos e Ação Social (Cendhec), ministrou a primeira palestra do dia, durante a manhã, sob coordenação de Aida Monteiro, coordenadora do NECIMADH. Explorando o tema “Democracia e Direitos Humanos: desafios para o Brasil contemporâneo, justo e inclusivo”, Moraes comentou sobre o impacto de ações planejadas dos Estados Unidos na cultura e política brasileira atual.
Na primeira mesa do seminário, coordenada por Luciana Rosa Marques, coordenadora-geral de Cooperação e de Estudos de Inovação (CGINOV) da Fundaj e integrante do NECIMADH, a educação foi apresentada como um instrumento para a construção de uma cultura de paz e cidadania. Com o tema “Educação em Direitos Humanos: instrumentos para construção de uma cultura de paz e cidadania”, Catarina Gonçalves, da Universidade Federal de Pernambuco, e Camilla Iumatti, da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Prevenção à Violência de Pernambuco expuseram o papel da educação no enfrentamento da violência escolar e social.
Já no turno da tarde, foi realizada a roda de diálogo “O que é democracia e qual é o papel da escola?”, espaço participativo de escuta e troca com estudantes do ensino médio. Com coordenação de Cledson Severino de Lima, da Secretaria de Educação de Pernambuco, a atividade iniciou com uma apresentação das ações e projetos educativos do Museu do Homem do Nordeste (Muhne), equipamento cultural da Fundaj, que aproximam a instituição das comunidades e promovem acolhimento e inclusão social, como o Museu Itinerante e o Atravessando Mundos. Na ocasião, a coordenadora de Ações Educativas e Comunitárias do Muhne, Edna Silva, foi representada pelo educador Ângelo Araújo.
Em um segundo momento, o professor Paulo Cartágenes, da Escola de Referência em Ensino Médio (EREM) José Vilela, mediou uma conversa com dois estudantes da instituição de ensino. Maria Clara Santana da Silva e Júlio César Furtado Castelo Branco trouxeram suas vivências e percepções sobre a democracia no cotidiano escolar. “A democracia não é só sobre votar; ela é convivência no cotidiano e a escola é muito responsável por isso porque é o primeiro lugar onde a gente realmente coloca a democracia em prática”, disse a estudante Maria Clara.
A segunda e última mesa do encontro trouxe, por sua vez, um debate sobre o reconhecimento do meio ambiente como um direito humano fundamental. Com o tema “Sustentabilidade e Meio Ambiente como Direitos Humanos”, a sessão teve uma apresentação do jornalista Victor Moura, do Coletivo Redes do Beberibe, que falou sobre seu trabalho em defesa do direito dos moradores das comunidades — em especial a que representa — por uma cidade com políticas ambientais e justiça social que levem em conta suas vidas e o impacto das mudanças climáticas.