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Cinema da Fundação realiza sessão acessível em parceria com o SAD Recife
O Cinema da Fundação, equipamento cultural vinculado à Diretoria de Memória, Educação, Cultura e Arte (Dimeca) da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), realizou, nesta terça-feira (18), uma sessão acessível na Sala Museu, localizada no Campus Gilberto Freyre, em Casa Forte. A atividade integrou a programação do evento "Dia do Cuidador SAD", promovido pelo Serviço de Atendimento Domiciliar da Prefeitura do Recife, que busca reconhecer a importância dos cuidadores na recuperação dos pacientes e proporcionar um momento de lazer para esses profissionais. A sessão contou com cerca de 50 cuidadores vinculados ao Hospital Maria Lucinda.
O documentário exibido foi "Frevo Michiles", dirigido por Helder Lopes, que retrata a trajetória do compositor Jota Michiles, responsável por frevos emblemáticos e reverenciado por artistas como Getúlio Cavalcanti, Maestro Edson Rodrigues e Alceu Valença. A exibição contou com a presença do próprio diretor e da produtora Kika Latache, seguidos de um debate com a mediação de Túlio Rodrigues, da equipe de acessibilidade do Cinema da Fundação, e a participação do compositor e maestro Rafael Marques, da Orquestra Malassombro.
Para Túlio Rodrigues, a exibição buscou oferecer aos cuidadores um momento de respiro e lazer, longe da rotina hospitalar. “O Cinema entrou na programação do evento ‘Cuidando do Cuidador’, que é pensado dentro do contexto do lazer que a cultura pode ofertar. A ideia era que esse público, que está sempre numa dinâmica hospitalar, pudesse sair um pouco dessa ambiência e ir para outro espectro, relaxando com a sessão de cinema. Trabalhamos memória, música e cultura popular, fazendo referência aos nossos símbolos. Isso também impacta na autoestima dessas pessoas. O cinema tem esse poder de ser um facilitador nesse momento de lazer e de suspensão da realidade.”
O diretor Helder Lopes destacou a importância de levar a cultura pernambucana às salas de cinema. “É muito oportuno poder levar nossa cultura e identidade para as telas. Quando pensamos em carnaval e frevo, normalmente não associamos a uma sala de cinema. Com esse filme, tentamos fazer o frevo caber nesse universo cinematográfico, trazendo uma forma de apreciação da obra desse compositor incrível. É um filme que fala de frevo, mas com mais paciência e calma do que costumamos ver nesse gênero eletrizante, como é a obra de Michiles.”
Ele também comentou sobre o processo de pesquisa para a produção do documentário. “Crescemos ouvindo Michiles. Tenho um grande interesse por compositores e, ao pesquisar outro, cheguei até ele. Foi uma forma de entender sua trajetória e sua maneira original de estar no mundo, sempre muito musical. A partir disso, construímos o roteiro e seguimos com essa abordagem.”
Ana Alice de Queiroz, do apoio técnico do SAD, ressaltou o impacto da sessão para os participantes. “Quero parabenizar todos que fizeram o filme. Parece um presente para Pernambuco. Resgatar nossa história, nossa memória, especialmente em um estado com uma essência cultural tão forte, une gerações. A gente cantou, dançou, chorou. Isso nos dá força e nos faz lembrar dos nossos afetos. Foi extremamente importante, mexeu conosco.”
Simone Luna, coordenadora do SAD Recife, reforçou a relevância da iniciativa. “Trouxemos os cuidadores dos usuários em atendimento para uma tarde de lazer. Tivemos cerca de 50 pessoas participando dessa atividade, que proporcionou um momento de bem-estar para esses profissionais.” Por fim, Rafael Marques falou sobre a importância de manter viva a tradição do frevo e renová-la. “A Orquestra Malassombro nasce com o propósito de escoar uma produção contemporânea do frevo. O nosso objetivo é conseguir fotografar o nosso tempo, o nosso carnaval. E a Malassombro está trilhando esse caminho.”