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CDTN apresenta atualizações de norma em mesa sobre radioproteção e certificação
Apresentação de Pablo Grossi (CDTN/CNEN) - Foto: Ana Paula Freire
Durante o primeiro dia do VI Workshop de Radioproteção na Indústria, quarta-feira (12), realizado no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN/CNEN), especialistas discutiram os avanços e desafios na qualificação de profissionais responsáveis pela segurança radiológica no país.
A mesa intitulada “Radioproteção – experiências e preparação para a certificação 2026” reuniu representantes de instituições públicas e privadas em um debate técnico sobre atualização normativa e formação profissional. O evento ocorreu nos dias 12 e 13 de novembro, em São Paulo.
Moderada por Denise Levy (IPEN/CNEN e SBPR), a sessão contou com as apresentações de Pablo Andrade Grossi, do Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN/CNEN) e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Proteção Radiológica (SBPR), Cleber Jabarra (Jabarra Radioproteção), Waldomiro Costa Figueiredo Filho (Cetre do Brasil) e Marcos Fernando da Silva.
Em sua exposição intitulada “Atualizações da Norma ANSN 7.01 – Requisitos para Certificação da Qualificação de Supervisores de Proteção Radiológica”, Pablo Grossi apresentou os principais pontos desta norma da Autoridade Nacional de Segurança Nuclear (ANSN), revisada e publicada em abril deste ano.
O novo texto moderniza o processo de certificação de Supervisores de Proteção Radiológica (SPRs) e amplia as oportunidades de formação e atuação desses profissionais.
Entre as principais atualizações apresentadas estão a inclusão de novas áreas de certificação em Ensino e Pesquisa (Classes I e II) e a aceitação de cursos específicos reconhecidos pela ANSN como alternativa ao exame tradicional por meio de provas. As mudanças também contemplam a valorização da pós-graduação (lato ou stricto sensu) como requisito de formação, ampliando o reconhecimento de trajetórias acadêmicas especializadas.
A revisão propõe ainda a atualização dos requisitos de experiência prática, ajustando a carga horária exigida conforme o risco e a complexidade das instalações, e a harmonização da norma com outros regulamentos recentemente revisados, como a ANSN 3.01, para assegurar coerência e modernização no conjunto normativo.
Segundo Pablo Grossi, a revisão representa “um avanço significativo na regulamentação da certificação de SPRs, refletindo as demandas atuais do setor nuclear e a necessidade de integrar formação acadêmica, prática profissional e critérios regulatórios atualizados”.
“Um dos objetivos de interesse é promover o aprimoramento do processo de certificação dos Supervisores de Proteção Radiológica, fortalecendo a cultura de segurança e alinhando as expectativas entre ANSN, SPRs e Cursos de Formação”, destacou.
A mesa reforçou a importância da cooperação entre o órgão regulador, a comunidade científica e as entidades profissionais, como a SBPR, para garantir a constante atualização das normas e o fortalecimento da proteção radiológica no Brasil.
Ana Paula Freire