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Educação financeira para o consumo consciente de crianças e adolescentes.
Ocorre de 17 a 23 de março de 2025 a 13º Global Money Week, campanha promovida pela OCDE, voltada à promoção da educação financeira para crianças e jovens, que tem como tema “Pense antes de seguir, seu futuro financeiro agradece por refletir”.
Para entrar no clima da temática do evento deste ano, gostaríamos de relembrar um bate-papo realizado pela CVM com a professora Maria Belintane, doutora em educação e especialista em desenvolvimento humano, em abril de 2021, que falava sobre Infância e Consumo: protegendo crianças e adolescentes pelo consumo consciente.
A professora abordou a importância do consumo consciente na infância, destacando a importância da educação financeira, o papel que as crianças representam no mercado consumidor e a necessidade de parceria entre escola e família para promover valores sustentáveis. As crianças são, também, seres sociais, e aprendem a lidar com o dinheiro e o consumo a partir da observação dos adultos ao seu redor: as experiências durante a infância podem ajudar a moldar a relação das crianças com o dinheiro e com o valor atribuído às coisas.
De acordo com Belintane, desde os anos 80, crianças têm sido estudadas como um mercado potencial, com três segmentos principais: o mercado presente, o de influência e o de fidelidade a marcas. No mundo moderno, os desafios são ainda maiores, uma vez que as crianças têm acesso acelerado à informação por meio de tecnologias avançadas, tornando-as mais vulneráveis ao consumismo, uma vez que começaram a usar smartphones e cartões de crédito dos pais para realizar compras.
A professora discute a importância do consumo consciente entre crianças e adolescentes, enfatizando a necessidade de educá-los sobre escassez, a relação entre desejo, necessidade e os recursos disponíveis. O cotidiano é citado como a melhor forma de ensinar conceitos complexos, como idas ao mercado, por exemplo.
As crianças se veem como influenciadoras entre seus pares, o que mostra a importância da identidade na escolha de produtos, que se apresentam em uma relação “produto” + “desejo”. A influência dos pais e a dinâmica familiar também desempenham um papel crucial na formação dos hábitos de consumo das crianças.
Por fim, a professora reforça que ensinar crianças e adolescentes a terem uma relação consciente com o consumo é uma responsabilidade coletiva. Com o apoio de pais, escolas e a sociedade, é possível formar indivíduos mais preparados para lidar com questões financeiras de forma saudável e equilibrada.
O vídeo deste bate-papo pode ser conferido em : https://www.youtube.com/watch?v=Y0bI9kakGtQ