Notícias
Simpósio de Combate à Desertificação: debates sobre desafios e soluções para a crise ambiental marcam o segundo dia do evento
O dia 2 do Simpósio de Combate à Desertificação, que ocorreu nesta sexta-feira (31) na Universidade Federal de Pernambuco, reuniu especialistas, autoridades públicas e representantes de movimentos sociais em palestras, debates e apresentações de trabalho sobre os aspectos humanos e sociais da desertificação, a restauração de áreas degradadas e algumas estratégias de resiliência e adaptação frente aos desafios ambientais contemporâneos.
A agenda do dia começou às 8h com o painel intitulado “Gestão adaptativa e territórios resilientes”, que contou com a participação de integrantes do Banco do Nordeste, da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (FUNCEME), da Agência Pernambucana de Águas e Clima (APAC) e do Instituto Nacional do Semiárido (INSA), representado pelo pesquisador titular da área de Desertificação e Agroecologia da instituição, Aldrin Perez Marin.
Em sua fala, Aldrin destacou o papel da ciência cidadã na construção e difusão de conhecimentos que articulem os saberes acadêmicos aos conhecimentos tradicionais, desenvolvidos por povos e comunidades que convivem há décadas com os desafios climáticos e ambientais do semiárido brasileiro. “É o encontro entre o saber da ciência e o saber da vida no campo que viabiliza a produção de conhecimentos que sejam de fato úteis, aplicáveis e capazes de trazer benefícios para as vidas das famílias e comunidades que vivem na região. Esse diálogo precisa ser a base da transformação da gestão de recursos naturais em gestão de relações entre ciência, território e vida”, declarou o pesquisador.
O painel seguinte, “A dimensão humana da desertificação”, discutiu os impactos da desertificação e de outros eventos climáticos extremos na vida das populações que vivem no campo, sublinhando a necessidade de promover justiça social ao mesmo tempo em que se busca o desenvolvimento científico e tecnológico e a prosperidade econômica da região semiárida. Simultaneamente ao painel, foram realizadas as sessões de apresentação de trabalhos nas salas de aula do Instituto de Pesquisa em Petróleo e Energia (LITPEG) que contemplaram temas-chave como “Tecnologias e monitoramento da desertificação” e “Políticas Públicas e Governança”.
No turno da tarde, o público do simpósio pôde assistir ao Painel 6 “Articulação em rede para o enfrentamento da desertificação”, que contou com a presença de membros de entidades como a Associação Brasileira de Agroecologia (ABA), Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Rede de Hidrologia do Semiárido (REHISA), Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA) e da Rede de Estudos Rurais do Brasil.
Fechando a programação científica do evento, foi realizado um debate aberto com todos os participantes sobre os caminhos que podem ser trilhados para a pesquisa e a inovação no combate da desertificação no Brasil. A mediação da conversa ficou a cargo do professor da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e um dos coordenadores do Observatório da Caatinga e da Desertificação, John Cunha. Temas como monitoramento ambiental, restauração de florestas e áreas degradadas, descarbonização, governança dos recursos naturais, créditos sociais de carbono, justiça climática e serviços ecossistêmicos do bioma caatinga compuseram a agenda da discussão.
Por fim, às 18h, o evento foi encerrado com uma solenidade que recebeu especialistas das diversas instituições que apoiaram o evento como Fundação Joaquim Nabuco, Universidade Federal de Pernambuco, Observatório Nacional da Dinâmica da Água e do Carbono no Bioma Caatinga (OndaCBC), Observatório da Caatinga e Desertificação - OCA/UFCG/INSA, Ministério do Meio Ambiente, Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). O Instituto Nacional do Semiárido foi representado pelo pesquisador Aldrin Perez Marin.


