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Além da comitiva chinesa, o evento recebeu representantes de instituições de ciência e tecnologia e de governos da região para fortalecer parceria entre Brasil e China
INSA/MCTI recebe comitiva da Universidade Agrícola da China para avançar na implementação do Laboratório de Mecanização Agrícola para o Semiárido
O Instituto Nacional do Semiárido (INSA), unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), recebeu nesta terça-feira (18) uma visita especial de uma comitiva liderada pela Reitora da Universidade Agrícola da China (CAU), profª Dra Yang Minli. O encontro marcou um novo capítulo na cooperação internacional entre os dois países com o lançamento simbólico, desta vez em território brasileiro, da pedra fundamental do Laboratório Brasil-China de Mecanização e Inteligência Artificial na Agricultura Familiar, um equipamento estratégico que será sediado no instituto para impulsionar a agricultura familiar no semiárido brasileiro.
Além da professora Yang e de sua equipe, o evento também contou com a presença de diversos atores que fazem parte do ecossistema técnico-científico da região, como membros do Consórcio Nordeste, da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), do Instituto Federal da Paraíba (IFPB), da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (Fapesq), da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UERN), da Articulação Semiárido Brasileiro, da Fundação Parque Tecnológico da Paraíba (PaqTcPB) e de autoridades ligadas aos governos da Paraíba e do Rio Grande do Norte. Durante o encontro, todos os participantes manifestaram entusiasmo com a colaboração entre o Brasil e a China e o fortalecimento das ações ligadas à agricultura familiar, área central para a região nordeste, e à transferência de tecnologia entre os dois países.

- Foto: Felipe Brito
Durante a solenidade, a reitora da Universidade Agrícola da China, professora Dra Yang, destacou em seu discurso o potencial transformador da união entre a experiência chinesa em mecanização de pequeno porte e a riqueza produtiva do semiárido brasileiro. Segundo a dirigente, a parceria vai muito além da instalação de equipamentos: ela prevê um intenso intercâmbio de recursos humanos, troca de conhecimentos e transferência direta de tecnologia. O objetivo é adaptar soluções de maquinário inteligente e monitoramento ambiental para a realidade dos pequenos produtores da região, aumentando a eficiência sem perder a sustentabilidade.
O lançamento realizado no INSA carrega um forte peso simbólico e diplomático. O ato oficial de criação do laboratório ocorreu originalmente em outubro deste ano, na China, durante uma missão oficial da gestão do instituto ao país asiático. A cerimônia em Campina Grande serviu para "fincar a bandeira" do projeto no solo onde ele será construído, reafirmando os compromissos firmados entre o MCTI e o Ministério da Ciência e Tecnologia da China.

- Foto: Vitor Lima
O diretor do INSA, Dr. Etham Barbosa, reforçou que a chegada dessas tecnologias valida o papel estratégico do semiárido para o desenvolvimento nacional. Em sua fala, ele sublinhou que a região está pronta para aliar a sabedoria de seus povos às novas ferramentas digitais e mecânicas. "O semiárido brasileiro, que já é uma potência na agricultura familiar, em produção de alimentos, em energia renovável e em conhecimentos tradicionais, mostra mais uma vez que não é território de limitações, mas de possibilidades. A mecanização inteligente que hoje lançamos é mais uma porta aberta para que nossa gente produza mais, com menos esforço, mais autonomia e, sobretudo, mais dignidade", afirmou o diretor.
O gestor concluiu destacando a união de forças locais: "A presença das instituições de ciência e tecnologia da Paraíba e do Rio Grande do Norte, dos governos estaduais e de parceiros nacionais e internacionais reforça a convicção de que essa é uma agenda que olha para o futuro com coragem e para o presente com responsabilidade."
Já a Coordenadora de Pesquisa do INSA, professora Dra Dilma Trovão, concentrou a sua fala nos impactos que a colaboração entre o instituto e a CAU já vem gerando. Segundo a professora, os agricultores que receberam a visita da comitiva da professora Yang Minli na segunda-feira (17) agradeceram a iniciativa conjunta e afirmaram que a aquisição de máquinas agrícolas e a capacitação para operá-las deve promover uma evolução significativa em seus negócios, ampliando a sua produção, o alcance e a qualidade de seus produtos. "Alguns agricultores que visitamos já se referiam ao projeto como 'minha máquina, minha vida', em uma clara referência ao programa 'Minha casa, minha vida', implantado pelo governo federal em XXXX, que transformou a vida de milhares de famílias ao fornecer melhores condições econômicas e de financiamento para famílias de baixa renda comprarem a casa própria. Esse apelido por si só ilustra como as expectativas dos produtores rurais sobre a parceria Brasil-China para a produção de máquinas agrícolas são as melhores possíveis", declarou a coordenadora.
O futuro laboratório deverá focar no desenvolvimento de máquinas adaptadas à agricultura de sequeiro, uso de inteligência artificial (IA) para análise de solo e clima, e capacitação técnica para que os agricultores familiares sejam os protagonistas dessa revolução tecnológica no campo.

- Foto: Vitor Lima