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Evento acontece de 30 a 31 de outubro na Universidade Federal de Pernambuco
INSA/MCTI participa do Simpósio de Combate à Desertificação
O Instituto Nacional do Semiárido (INSA/MCTI) marcou presença no Simpósio de Combate à Desertificação, evento organizado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) em parceria com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e financiado com recursos do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF). O simpósio ocorre entre os dias 30 e 31 de outubro no Instituto de Pesquisa em Petróleo e Energia (Litpeg) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e conta com transmissão simultânea pelo canal do INSA no YouTube.
Com o tema “Soluções para a crise ambiental em territórios em transformação”, o evento reúne diversos atores governamentais, científicos e da sociedade civil para debater o avanço da desertificação no Brasil e em outros países, fenômeno que se torna ainda mais grave no contexto das mudanças climáticas que assolam o planeta. O INSA é uma das instituições que forneceram apoio científico ao simpósio, juntamente com o Observatório da Caatinga e Desertificação (OCA), o Instituto de Pesquisa em Petróleo e Energia (LITPEG/UFPE), o Observatório Nacional da Dinâmica da Água e do Carbono no Bioma Caatinga (OndaCBC) e a Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj).
A abertura do evento aconteceu na quinta-feira (30), às 9h, e contou com a presença de representantes de instituições ligadas ao enfrentamento da desertificação e às soluções ambientais como a UFPE, a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), a Universidade do Vale do São Francisco (Univasf), a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) e o Centro de Tecnologias Estratégicas para o Nordeste (CETENE).
Em sua fala inicial, o Diretor de Combate à Desertificação na Secretaria Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais e Desenvolvimento Rural Sustentável (SNPCT) do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), Alexandre Pires, um dos organizadores do simpósio, destacou a importância do tema para a agenda climática global e ressaltou a urgência de debater o assunto não apenas a partir de lentes técnicas e científicas, mas sobretudo considerando a realidade de quem convive com os impactos da desertificação no seu cotidiano, como agricultores familiares, comunidades tradicionais, povos indígenas e quilombolas.
O Diretor do Instituto Nacional do Semiárido, Dr Etham Barbosa, reforçou esse posicionamento e cobrou o engajamento de todos os setores da opinião pública no debate. “O problema da desertificação não é apenas ambiental e climático: ele é político, o que significa que são necessárias respostas efetivas de todas as instâncias de governo para mitigar as consequências da desertificação na nossa região. É preciso, portanto, uma atuação integrada e em rede que mobilize governos, movimentos sociais e a iniciativa privada em torno da elaboração e do financiamento de iniciativas que, de um lado, contenham o avanço da desertificação e, do outro, ajudem a recuperar áreas já degradadas”, afirmou o gestor.
A importância de conservar e restaurar áreas degradadas da Caatinga, o bioma-símbolo do semiárido brasileiro, também foi destacada pelo pesquisador Aldrin Marin, responsável pela área de Desertificação e Agroecologia do INSA e um dos coordenadores do Observatório da Caatinga e da Desertificação (OCA). “A caatinga precisa ser vista como um personagem central para o enfrentamento da emergência climática global, que abarca fenômenos como a desertificação, os eventos climáticos extremos e o aumento da temperatura do planeta. Esse protagonismo se justifica por vários fatores: a expressiva biodiversidade do bioma, o fato de ser a região semiárida mais populosa do mundo e lar de um número significativo de camponeses, povos e comunidades tradicionais, historicamente invisibilizados pelos governos locais e nacionais, e pela sua capacidade de oferecer ao Brasil e ao mundo um amplo leque de soluções baseadas na natureza, dentre elas o emprego das florestas no sequestro e no armazenamento de gases de efeito estufa da atmosfera, o principal fator causador das mudanças climáticas. Um olhar mais cuidadoso para a caatinga é não apenas urgente do ponto de vista climático, mas também uma questão de justiça histórica e socioambiental”, declarou o pesquisador na mesa de abertura do evento.

- Aldrin Marin
Após a solenidade de abertura, a programação do primeiro dia do evento seguiu com a realização dos painéis “Sociedade civil e convergência de saberes populares e acadêmicos”, que trouxe os movimentos sociais para o centro da discussão, “Ciência de dados e tecnologias aplicadas no monitoramento e modelagem da desertificação”, que ressaltou os avanços científicos no mapeamento da desertificação e na construção de alternativas de mitigação e adaptação climáticas, e “Soluções integradas para restauração dos territórios no Semiárido”, que mobilizou os participantes em torno de iniciativas conjuntas para recuperar áreas em degradação no semiárido brasileiro.
Às 17h, a agenda do evento deu lugar às apresentações de trabalhos nas seguintes áreas temáticas: Tecnologias e Monitoramento da Desertificação, Saberes Populares e Sustentabilidade no Semiárido e Mudanças Climáticas no Semiárido. O primeiro dia do simpósio se encerrou às 20h com o coquetel com pratos típicos da região oferecido aos participantes do evento.

