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Balanço
Inpa apresenta resultados e estratégias institucionais em reunião do Conselho Técnico-Científico
Foto: Kaylane Golvin/ Ascom Inpa
O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) realizou a reunião do Conselho Técnico-Científico (CTC) com foco na avaliação de resultados de 2025 e no delineamento do Plano Diretor para os próximos anos. A reunião do órgão colegiado de orientação e assessoramento da Direção ocorreu em formato híbrido, com participação presencial e online de conselheiros membros do Inpa e do Instituto Mamirauá e Instituto Nacional da Mata Atlântica (INMA).
Durante o encontro, foram apresentados os principais resultados que subsidiam a avaliação institucional e a consolidação do relatório anual, além de informações estratégicas para a definição para 2026. Destaque para os recursos previstos na Lei Orçamentária Anual (LOA), captação de recursos, produção científica e editorial do Instituto, além da ampliação no quadro de recursos humanos com a entrada de novos servidores via concurso. Atualmente, o Inpa conta com 435 servidores, distribuídos entre pesquisadores, tecnologistas, analistas, técnicos, assistentes e empregados públicos.
Para o diretor do Inpa, professor Henrique Pereira, as conquistas de 2025 são frutos de um esforço coletivo para o avanço científico e tecnológico na região e para a melhoria da qualidade de vida das pessoas que moram na Amazônia. “Os resultados que obtivemos junto a setores importantes, como a Editora do Inpa, com recorde de publicações, assim como o aumento no número de novos estudantes dos programas de pós-graduação, incluindo mestrado, doutorado e iniciação científica, marcaram o ano do Instituto” frisou.
“Foi também um ano significativo com a chegada de novos servidores aprovados no último concurso. Para 2026, a expectativa é a realização de um concurso de nível técnico para o Inpa, uma demanda nacional, além do início da implementação da estrutura do novo Herbário”, completou Pereira.
Produção científica em números
A produção científica e editorial também ganhou relevância, com o lançamento de 22 obras pela Editora Inpa e a publicação de 68 artigos na Acta Amazonica, representando um aumento de 51% e 69% respectivamente, comparado ao ano de 2024. Livros, cartilhas, notas técnicas e outras publicações foram lançados em eventos nacionais e internacionais, além do reconhecimento em premiações, como o Prêmio Jabuti Acadêmico, uma das mais importantes premiações dedicadas à valorização da produção científica no Brasil. O livro “Espécies de Aves do Rio Cubate: Terra Indígena do Alto Rio Negro” ganhou na categoria Ciências Biológicas, Biodiversidade e Biotecnologia, enquanto “Ariá: um alimento de memória afetiva” chegou à final na categoria de Ilutração.
Outro destaque foi a apresentação dos projetos aprovados em editais de fomento em 2025. Ao todo, o Inpa participou de 18 editais, resultando na aprovação de 51 projetos junto ao CNPq, Fapeam e Finep. O volume de recursos captados em agências de fomento totalizou R$ 95,2 milhões, reforçando a capacidade institucional de articulação e execução de pesquisas na fronteira do conhecimento e estratégicas para a Amazônia.
Além do orçamento regular previsto na LOA, o Inpa fortaleceu suas ações em 2025 com a captação de recursos extra-orçamentários, viabilizados por meio da descentralização de verbas federais para a execução de projetos estratégicos. No exercício de 2025, o orçamento autorizado do Inpa foi de R$ 40,2 milhões, com R$ 38,5 milhões empenhados, alcançando 100% de execução dos limites disponibilizados. Em paralelo, o Instituto recebeu R$ 8,53 milhões em Programações Orçamentárias Externas, provenientes de diferentes órgãos federais, viabilizadas por Termos de Execução Descentralizada (TEDs) e emendas parlamentares, direcionadas a iniciativas específicas de pesquisa científica, modernização de laboratórios e estudos ambientais de grande escala.
Entre os recursos descentralizados, destacam-se R$ 1,14 milhão da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) para o fortalecimento da pesquisa voltada ao desenvolvimento sustentável na Pan-Amazônia; R$ 500 mil provenientes de emenda parlamentar destinados à modernização do Laboratório de Malária do Inpa; e R$ 250 mil do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) para estudos científicos relacionados à produção de peixes nativos.
Uma iniciativa importante do Inpa e inédita no país é a criação da Cátedra Indígena da Pós-Graduação, um marco no compromisso com a valorização das ciências indígenas e a integração entre o conhecimento científico ocidentalizado e as epistemologias dos povos originários da Amazônia. A ação pioneira intitulada de Programa de Cátedra de Saberes Amazônicos foi instituída em novembro via Acordo de Cooperação Técnica entre o Inpa e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Os editais internos devem ser lançados no primeiro trimestre de 2026.
Eventos e Núcleo do Inpa no Amapá
A pauta incluiu ainda a realização e participação em eventos relevantes, como os 30 anos do Bosque da Ciência - parque verde urbano que de janeiro a novembro recebeu 133,6 mil visitantes, a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) e a Conferência das Partes para a Mudança do Clima - COP 30, realizada em novembro, em Belém (PA). O Conselho ressaltou também o papel do Instituto na codireção do Centro Franco-Brasileiro da Biodiversidade Amazônica (CFBBA), iniciativa de cooperação científica internacional entre Brasil e França voltada ao fortalecimento das pesquisas na Amazônia, além dos eventos promovidos pela Rede BioAmazonia na qual o Inpa ocupa a vice-presidência do consórcio de instituições.
Entre as novidades, a recomendação do CTC para a criação de um Núcleo de Apoio à Pesquisa no Amapá, ampliando a atuação do Inpa na Amazônia, bioma onde a instituição possui quatro núcleos (Santarém/ PA, Rio Branco/ AC, Boa Vista/RR e Porto Velho/RO), e área de abrangência do CFBBA. A pauta foi concluída com avaliações gerais e a apresentação das diretrizes relacionadas ao Plano Diretor da Unidade (PDU) do Inpa, incluindo o cronograma preliminar de atividades para a construção do plano 2026–2030.
No dia seguinte, membros do conselho participaram de uma visita a sítios de pesquisa do Inpa, localizados na ZF-2, no quilômetro 934 da BR-174, onde puderam acompanhar de perto as atividades de campo desenvolvidas na base do experimento AmazonFACE. Considerado a maior cooperação científica internacional entre Brasil e Reino Unido, o programa busca compreender como a Amazônia vai responder ao aumento da concentração de gás carbônico na atmosfera, em um contexto de intensificação das mudanças climáticas.
Sobre o CTC
O Conselho Técnico Científico do Inpa é uma unidade colegiada com função de orientação e assessoramento ao diretor do Instituto no planejamento das atividades científicas e tecnológicas. Instituído em 2002, o Conselho compõe a estrutura regimental do Inpa, sendo composto sete membros designados pelo Ministro de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação, e presidido pelo diretor do Inpa.
Além do professor Henrique, são membros do CTC as pesquisadoras Ana Carla Bruno e Sônia Alfaia, representantes dos servidores; João Valsecchi (Instituto Mamirauá) e Márcia Perales (Fapeam), como membros dirigentes em unidades de pesquisa do MCTI ou outros órgãos da administração pública. Sérgio Lucena (INMA) e Ricardo Galvão (ex-presidente do CNPq) são membros representantes da comunidade científica, tecnológica ou empresarial, atuantes em áreas afins às do Instituto. A vaga antes ocupada por Galvão (CNPq) está em processo de substituição, mediante definição de uma lista tríplice a ser enviada ao MCTI, conforme deliberação do Conselho.
