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Inpa mobiliza quase 6 mil visitantes na 22ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia
Foto Kaylane Golvin/ Ascom Inpa
A 22ª edição da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) encerrou com ampla participação em 2025. Em três dias de evento na sede do instituto, quase 6 mil pessoas, entre estudantes, professores e comunidade em geral, participaram de mais de 100 atividades, entre exposições, oficinas, palestras e visitas a laboratórios. Além de Manaus, o Inpa esteve presente em outras SNCTs realizadas no interior do Amazonas e na capital federal, Brasília.
Para o chefe do Bosque da Ciência e coordenador das atividades da SNCT no Inpa, Jorge Lobato, o evento reafirmou o papel social e educativo da instituição. Alunos de 50 escolas participaram das ações. “A popularização da ciência é essencial para um diálogo da ciência com a sociedade, tornando o conhecimento mais compreensível e trazendo reflexões sobre a importância da ciência para o nosso dia a dia”, frisou.
A programação na sede do instituto, no período de 21 a 23 de outubro, foi conduzida por cerca de 30 grupos de pesquisa e contou com a participação de parceiros do instituto, como o Projeto Gavião-real, a Associação dos Amigos do Peixe-boi (Ampa), o Projeto Primatas da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), além do Comando do 9º Distrito Naval, do Centro de Instrução de Guerra na Selva (Cigs) e do Grupamento de Engenharia do Exército.
SNCT em Brasília
Segundo levantamento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), mais de 100 mil visitantes participaram das atividades no pavilhão montado exclusivamente para o evento na Esplanada dos Ministérios, em Brasília (DF). O estande do Inpa apresentou a exposição PULSO — “Se os rios pudessem falar, quais histórias nos contariam?”.
As fotografias compõem um mosaico visual poderoso, entrelaçando narrativas sobre as secas e cheias na Amazônia, a abundância e a escassez, a beleza e a devastação. A mostra é assinada pelos fotógrafos Raphael Alves e Musuk Nolte, em parceria com o pesquisador do Inpa Jochen Schöngart, e conta com curadoria artística de Lilian Fraiji.
Com uma narrativa visual impactante, a exposição revelou curiosidade e sensibilização no público. “As pessoas ficaram bastante impressionadas, porque realmente as fotos são muito marcantes dos últimos eventos extremos, tanto de seca quanto de cheia. Esses eventos afetam diretamente as pessoas que dependem dos rios, que moram na beira dos rios e dependem deles para viver, para se alimentar, se deslocar”, explicou a Chefe da Divisão de Planejamento Estratégico, Monitoramento e Avaliação (Dipan), Adriana Terra, que atuou como expositora no evento.
Dialogando com as comunidades
Em São Gabriel da Cachoeira (AM), a equipe do Laboratório de Citotaxonomia e Insetos Aquáticos (Lacia/Inpa), coordenada pela pesquisadora do Inpa Neusa Hamada, realizou durante três dias de atividades sobre a importância dos insetos aquáticos para a conservação dos ecossistemas amazônicos. Para chegar às comunidades, a equipe passou algumas horas de aventura. A ação contou com a parceria da 2ª Brigada de Infantaria de Selva e da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn).
Num dos trajetos, para percorrer 80 km até a Terra Indígena do Balaio, foram quase cinco horas de estrada e alguns atoleiros. Na bagagem, cartilhas, livros e outros materiais de divulgação científica para serem doados.
A primeira parada contou com ações na sede do Instituto Federal do Amazonas (Ifam), com a participação de alunos das escolas estaduais e municipais. O percurso de palestras e oficinas seguiu até as comunidades Ya Mirim e Parintins, na comunidade Duraka, localizada na ilha de Camanaus, e incluiu ainda a entrega do livro trilíngue para crianças de três comunidades indígenas da Serra da Bela Adormecida.
“Na entrega de livros nas comunidades da Terra Indígena Balaio, no Parque Nacional Morro dos Seis Lagos, tivemos uma ajuda essencial do Exército Brasileiro, do Comando Militar da Amazônia e da 2ª Brigada de Infantaria de Selva. Sem o apoio, não teríamos conseguido chegar tão longe nessas comunidades”, contou a pesquisadora do Inpa, Neusa Hamada.
A pesquisadora do Inpa, Ana Carla Bruno, revelou que apesar do desafio logístico, a experiência foi uma imersão profunda na riqueza cultural e na troca de saberes com as comunidades locais. “Foram dias intensos e repletos de diversidade linguística e cultural em São Gabriel da Cachoeira. A equipe que pesquisa insetos aquáticos é ativamente engajada com a popularização da ciência. Levar e dialogar, respeitando os diferentes sistemas de conhecimentos através das línguas faladas nas comunidades indígenas é um desafio, mas extremamente importante”, contou.
Saindo da tríplice fronteira (Brasil, Colômbia e Venezuela) e vindo para perto da capital amazonense, outra equipe atuou em ações do Instituto Soka no Careiro da Várzea, na Região Metropolitana de Manaus. A coordenadora de Tecnologia Social do Inpa, a tecnologista Marcela Amazonas, ofereceu uma oficina sobre a produção de papel a partir de resíduos agroflorestais, na comunidade São José.
SNCT em Presidente Figueiredo
De 03 a 07 de novembro, o Laboratório de Fisiologia Aplicada à Piscicultura (Lafap) realizará, em parceria com o Instituto Federal do Amazonas (Ifam), uma programação da SNCT em Presidente Figueiredo. A equipe vai instalar a “Tenda da Ciência” na praça principal do município, com demonstrações e exposições sobre pesquisas voltadas à produção sustentável de peixes na Amazônia.
De acordo com a líder do Lafap, a pesquisadora Elizabeth Gusmão, a programação prevê ainda cursos, palestras em escolas da rede estadual e municipal, lançamento de cartilha educativa, além de uma exposição no Ifam, promovendo a interação entre ciência e comunidade.
Sobre a SNCT
A SNCT é o maior evento de popularização da ciência do Brasil. Criada em 2004, já contou com mais de um milhão de participantes em todo o país, com ações presenciais e digitais em todos os estados, promovendo o acesso democrático ao conhecimento, estimulo a curiosidade científica e integração das escolas, das universidades, dos institutos de pesquisa, dos museus, além de empresas, governos e sociedade civil.




