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SBPC 2025
CNEN leva ciência nuclear para o público com palestras e exposições interativas
Expositores da CNEN com a Ministra de Ciência e Tecnologia, Luciana Santos - Foto: Diego Galba/MCTI
Entre os dias 14 e 19 de julho, o Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN), unidade da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), participou da 77ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). O evento reuniu as principais instituições de pesquisa do país em um movimento para aproximar a ciência da sociedade, evidenciando para o público a multiplicidade do saber científico e do desenvolvimento tecnológico do Brasil.
Realizadas desde 1948, as reuniões anuais têm como objetivo promover o debate público sobre ciência, tecnologia, educação e inovação. A cada ano, o evento ocorre em uma universidade diferente, como forma de descentralizar o conhecimento e fortalecer as instituições científicas em diversas regiões do país. A edição de 2025 foi realizada na Universidade Federal Rural de Pernambuco, no Recife.
Durante o evento, servidores e colaboradores do CDTN apresentaram aplicações em diferentes campos: 1) reatores nucleares para a geração de energia elétrica, pesquisa científica e produção de isótopos, explicadas por meio da maquete do Reator TRIGA IPR-R1, que evidencia a estrutura da instalação, bem como o funcionamento das atividades; 2) rejeitos radioativos, sua classificação, armazenamento seguro, impactos ambientais e perspectivas para a área no Brasil; 3) medicina nuclear e radiofármacos, sua produção, aplicações clínicas e benefícios para a saúde pública, abordados por meio de materiais utilizados na síntese dos produtos e das blindagens utilizadas para o transporte do fármaco; e 4) irradiação gama e sua utilização na esterilização e tratamento de materiais, com foco nas gemas e nos alimentos.
Tecnologia Nuclear é arretada, visse?
O estande da CNEN, que utilizou elementos regionais de Pernambuco para contar a história da tecnologia nuclear no Brasil, reuniu cerca de 40 servidores e colaboradores das unidades de pesquisa, com apresentações sobre os mais variados temas.
O Centro Regional de Ciências Nucleares do Nordeste (CRCN-NE) abordou a dosimetria biológica, que permite estimar a radiação absorvida por uma pessoa analisando alterações celulares. Por meio de dois microscópios, o público pôde observar, na prática, como essa análise é feita.
O Instituto de Engenharia Nuclear (IEN) exibiu, durante o evento, maquetes interativas: uma delas sobre o transporte de urânio e outra do Reator Argonauta. O instituto também levou óculos de realidade aumentada, que possibilitaram ao público visitas simuladas à “Cidade Virtual da Ciência” e aprendizado sobre protocolos de segurança em instalações nucleares.
O Instituto de Radioproteção e Dosimetria (IRD) apresentou equipamentos utilizados em grandes eventos para rastreamento e segurança radiológica, além de equipamentos de proteção individual (EPIs) usados em coletas ambientais e materiais empregados em ações realizadas durante eventos como os Jogos Olímpicos, a Copa do Mundo e a Cúpula do G20.
O Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) demonstrou tecnologias estratégicas e soluções voltadas à saúde, energia e meio ambiente, com destaque para os radiofármacos, o desenvolvimento de elementos combustíveis e de célula a combustível voltados à geração de energia, além da unidade móvel para tratamento de efluentes industriais.
Além das atividades no estande, o presidente da CNEN, Francisco Rondinelli, contribuiu para a difusão do conhecimento científico por meio da palestra "Aplicações Sociais da Tecnologia Nuclear". Durante a apresentação, destacou o papel da ciência nuclear em diferentes áreas estratégicas, desde a produção de energia e aplicações na saúde e meio ambiente até projetos estratégicos em desenvolvimento, como o Reator Multipropósito Brasileiro (RMB) e o Centro Tecnológico Nuclear e Ambiental (CENTENA).
A presença da CNEN no evento reforça o compromisso da instituição com a educação científica, ao oferecer um espaço de diálogo acessível sobre o uso seguro da energia nuclear e sua importância para o desenvolvimento sustentável do país.
E o que o CDTN tem a dizer?
“A experiência de participar da SBPC foi extremamente positiva: apresentar as diversas aplicações da energia nuclear e notar o aprendizado do público foi inspirador”, destaca Guilherme Cavalcante, aluno de doutorado e um dos expositores do Centro no evento. Guilherme apresentou também a palestra “Radiação na investigação criminal: a radiologia por trás da ciência forense”, na qual ressaltou o papel cada vez mais relevante da radiologia na perícia criminal, ao oferecer recursos tecnológicos precisos para a investigação de crimes. Chamada de radiologia forense, a área tem se consolidado como um recurso de alta precisão em investigações complexas, sendo utilizada para analisar ferimentos internos, localizar projéteis, detectar fraturas e até identificar vítimas.
Marina Bicalho, farmacêutica e servidora do CDTN, exibiu a apresentação intitulada “Saúde e bem-estar: os radiofármacos no combate ao câncer e outras doenças”, onde pontuou a importância do desenvolvimento de radiofármacos para o avanço da medicina nuclear. Radiofármacos são medicamentos que combinam elementos radioativos com moléculas específicas e que se ligam a órgãos ou tecidos-alvo, permitindo uma visualização precisa do funcionamento interno do corpo humano. “Falar sobre o uso de radiofármacos na medicina nuclear é essencial para esclarecer o público sobre os benefícios dessas tecnologias, como diagnósticos precisos e tratamentos eficazes, desmistificando preocupações relacionadas à radiação. Essa divulgação fortalece a imagem positiva da área nuclear, destacando seu papel transformador na saúde e na qualidade de vida dos pacientes”, explica Marina.
Alice Queiróz
Assessoria de Comunicação CDTN
comunicacao@cdtn.br


