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OUTUBRO ROSA
Ampliação do acesso à mamografia reforça prevenção do câncer de mama
Laboratório de Radioproteção Aplicada à Mamografia do CDTN (Foto: Deivid Oliveira)
Em setembro de 2025, o Ministério da Saúde atualizou as diretrizes para a realização da mamografia no Brasil. O exame é a principal ferramenta para rastreio e diagnóstico precoce do câncer de mama, o segundo tipo de câncer mais comum entre as mulheres brasileiras, atrás apenas dos tumores de pele não melanoma.
Com a mudança, houve a ampliação do público indicado para a mamografia de rastreamento de 50 a 69 anos para 50 a 74 anos. A recomendação do Ministério da Saúde permanece: de que as mulheres, nesta faixa etária, sem sintomas ou sem fatores de risco, façam o exame a cada dois anos.
As novas diretrizes garantem ainda a realização do exame para mulheres de 40 a 49 anos, sob demanda, que não tenham sintomas ou forte histórico familiar, inclusive no Sistema Único de Saúde. A decisão deve ser compartilhada com um especialista. Já no caso de mulheres com sintomas, não há requisito mínimo de idade para a realização da mamografia diagnóstica. É necessária também avaliação por um profissional.
Qualidade da imagem é essencial para o diagnóstico
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), são estimados mais de 70 mil novos casos no país até o final do ano de 2025.
Além de garantir a ampliação da faixa etária e a cobertura do exame entre as mulheres brasileiras, um outro desafio no combate ao câncer de mama é a qualidade da imagem gerada pelos equipamentos, os mamógrafos.
Isso porque as imagens na mamografia estão diretamente relacionadas à chance de detecção de alterações na mama, já que o exame pode possibilitar a detecção de um tumor muito pequeno ou de baixa densidade, ou seja, que não é palpável.
Para monitorar tal cenário, existe, a nível nacional, o Programa de Qualidade em Mamografia do INCA, cujo objetivo é garantir a qualidade dos exames de mamografia realizados no Brasil, avaliando o desempenho dos serviços de imagem com base em critérios de qualidade da estrutura, processo, imagem clínica e laudo.
O único estado brasileiro que conta com um programa próprio de qualidade de imagem da mamografia é Minas Gerais, com a avaliação tanto de mamógrafos da rede pública, quanto da rede privada de saúde, que totalizam 493 equipamentos monitorados. A gestão e o monitoramento são feitos pela Vigilância Sanitária estadual, vinculada à Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais. Os resultados da avaliação dos equipamentos são publicados e podem ser acessados por qualquer pessoa graças ao Sistema Atalanta: software desenvolvido e mantido pelo Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN). Para conferir, basta acessar atalanta.cdtn.br e clicar em “Relação de Serviços Aprovados”.
O CDTN, unidade da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) em Belo Horizonte, conta com o único complexo laboratorial aplicado à pesquisa em dosimetria e controle de qualidade da imagem mamográfica no Brasil e na América Latina. As pesquisas e a manutenção do Sistema Atalanta são conduzidas pelo Laboratório de Radioproteção Aplicada à Mamografia, liderado pela pesquisadora Maria do Socorro Nogueira.
Deize Paiva
Assessoria de Comunicação
comunicacao@cdtn.br