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07 de julho de 1978
Movimento Negro Unificado
No dia 7 de julho de 1978, em um ato nas escadarias do Teatro Municipal de São Paulo, se apresentou publicamente uma nova força política no cenário nacional, tornando-se a partir de então determinante nos rumos das lutas sociais no período da redemocratização. Herdeiro de lutas centenárias, o Movimento Unificado Contra a Discriminação Racial – logo em seguida MNUCDR e posteriormente apenas Movimento Negro Unificado (MNU) – havia sido fundado poucos dias antes, no dia 18 de junho, após a tortura e assassinato de Robson Silveira da Luz, trabalhador negro, em São Paulo.A reunião também foi impulsionada por um episódio de racismo sofrido por 4 jovens no Clube de Regatas Tietê.
Longe de serem casos isolados, rapidamente a indignação por esses eventos acaba articulando nacionalmente diversas iniciativas já existentes, mas em geral fragmentadas. Assim, o MNU marca tanto um novo momento, quanto a retomada de tradições de lutas negras antirracistas, profundamente reprimidas desde o início da ditadura empresarial-militar.
A ditadura, que já vigiava as organizações negras constantemente, percebe desde o início o perigo que MNU representava para a continuidade do regime, como é possível identificar na documentação dos variados órgãos de repressão e inteligência. Nesse sentido, o movimento garante pautas importantíssimas no processo de redemocratização que até os dias atuais se fazem centrais e ainda necessárias. Entre elas podemos ressaltar a contribuição no 1º Congresso Brasileiro pela Anistia, acontecido ainda em 1978, quando o MNU questiona a ideia de “preso comum”, por sua raiz social e racial, apontando como bandeira a não distinção entre presos comuns e presos políticos e, portanto, a necessidade de exigir igual tratamento e dignas condições carcerárias a todos os presos.
Os documentos acima ilustram os princípios do MNU, a perseguição realizada ao movimento negro antes mesmo da fundação do MNU e a incidência do MNU no debate sobre a Anistia.
Para mais informações ver: https://www.geledes.org.br/uma-historia-oral-do-movimento-negro-unificado-por-tres-de-seus-fundadores/ ; https://mnu.org.br/ ; Petrônio, Domingos Movimento Negro brasileiro: alguns apontamentos (https://www.scielo.br/j/tem/a/yCLBRQ5s6VTN6ngRXQy4Hqn/?format=pdf&lang=pt )
http://imagem.sian.an.gov.br/acervo/derivadas/br_dfanbsb_v8/mic/gnc/ppp/81002395/br_dfanbsb_v8_mic_gnc_ppp_81002395_d0001de0001.pdf - carta de príncipios
http://imagem.sian.an.gov.br/acervo/derivadas/br_dfanbsb_v8/mic/gnc/ccc/78004882/br_dfanbsb_v8_mic_gnc_ccc_78004882_d0001de0001.pdf - notícia da criação e do ato
http://imagem.sian.an.gov.br/acervo/derivadas/br_dfanbsb_vaz/0/0/10822/br_dfanbsb_vaz_0_0_10822_d0001de0001.pdf - organograma
http://imagem.sian.an.gov.br/acervo/derivadas/br_dfanbsb_v8/mic/gnc/aaa/80007542/br_dfanbsb_v8_mic_gnc_aaa_80007542_an_01_d0001de0001.pdf - preso comum, preso político negro

