Memória, Verdade e Justiça na Argentina

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Dia Internacional para o Direito à Verdade sobre Graves Violações dos Direitos Humanos e pela Dignidade das Vítimas, o 24 de março é dia da Memória, Verdade e Justiça na Argentina, um dia de lembrança e reflexão sobre o golpe militar de 1976 que deu início à ditadura mais violenta da história do país. Aproximadamente 30 mil pessoas desapareceram vítimas da “guerra suja” e de suas práticas brutais como os “voos da morte” e o sequestro de filhos de prisioneiras políticas.

Em 1985, já sob um governo civil, ocorreu o Julgamento das Juntas, um marco na justiça internacional. Pela primeira vez na América Latina, líderes militares foram levados a julgamento e condenados por crimes contra a humanidade.

Um deles foi o general Jorge Rafael Videla, condenado à prisão perpétua em 2010. Sua visita ao Brasil em 1980, no contexto de cooperação entre as forças armadas no poder no Cone Sul, motivou protestos contra a ditadura brasileira e denúncias de acordos entre Videla e Figueiredo, como se vê no documento produzido pelo Serviço Nacional de Informações, parte do Fundo SNI (V8), do acervo do Arquivo Nacional.
Instituída oficialmente em 2002, a data reforça a importância do não esquecimento dos crimes cometidos pela Junta Militar e seus colaboradores. Feriado nacional na Argentina, é dia de honrar as vítimas e reafirmar o compromisso com a democracia e os direitos humanos.