Notícias
Aniversário do “Rei do Baião”
Dia Nacional do Forró
Hoje é Dia Nacional do Forró em homenagem a Luiz Gonzaga, o “Rei do Baião”, que nasceu em 13 de dezembro de 1912, em Exu, no sertão de Pernambuco. Segundo filho da sertaneja Ana Batista de Jesus e Januário José dos Santos, o mestre Januário, ou "sanfoneiro de 8 baixos", o casal foi referência para várias de suas canções. Cresceu entre o trabalho na roça e na sanfona, animando as festas da região. Entre 1930 e 1939 serviu ao Exército no Rio de Janeiro, onde começou a tocar em bares e cabarés do centro.
Durante cinco anos, Luiz Gonzaga gravou cerca de setenta músicas. Foi o precursor de canções de protesto nacionais, dando visibilidade à miséria sofrida pelo sertanejo nordestino. A música “Asa Branca”, com letra de Humberto Teixeira foi um dos seus primeiros grandes sucessos nacionais. O disco original foi lançado pela RCA, no dia 3 de março de 1947.
Apesar de discreto politicamente, contrastando-se da postura crítica e combativa de seu filho, o famoso cantor e letrista Gonzaguinha, as músicas de Gonzagão também sofreram censura durante a ditadura militar. “Xaxado Maracujá”, de 1977, fruto de sua longa parceria com Valderedo Gomes, o Val Macambira, e José Manoel Fernandes Filho, foi vetada pelos censores. Estes entenderam a temática do “xaxado” e o som da sanfona como subterfúgios para “extrapolar para o lado político, numa crítica ao regime, deixando transparecer ideias tendenciosas”.
Resultado também dessa pareceria entre Gonzagão e Val Macambira figura a canção “Impossibilidade”. Vetada ainda em 1977 também pelo Serviço de Censura e Diversões Públicas da Secretaria Regional do Rio de Janeiro. Conforme os documentos custodiados pelo Arquivo Nacional nos apresentam, o chefe justifica o veto devido ao “objetivo flagrante de protestar, de condenar um estado de coisas em que nada é' permitido, nem mesmo pensar”, afirmando que “mensagem data vênia” não é indicada para “utilização num veículo de comunicação social como o rádio e a televisão”.
Gonzagão partiu em 2 de agosto de 1989 em Recife (PE). Das terras por que passou ficaram cerca de 500 canções distribuída em dezenas de álbuns.