60+1 anos do Golpe

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Em 1º de abril de 1964, um golpe de Estado destituiu o presidente eleito João Goulart e instaurou uma ditadura no Brasil. Com apoio de empresários, latifundiários, setores da sociedade civil, da imprensa, da Igreja e suporte militar do governo norte-americano, os militares alegavam combater uma suposta ameaça comunista.

Já nos seus primeiros dias, contavam com uma lista com cerca de cinco mil pessoas consideradas inimigas do regime com base em informações policiais e fichas do Ipes, órgão que ao lado do Ibad organizara a articulação da conspiração golpista através da descredibilização do governo e da propaganda política.

Em 2 de abril, o Congresso declarou vaga a presidência enquanto o presidente Jango ainda estava no país e algumas tentativas de resistência eram articuladas pelo CGT e forças legalistas. No dia 9, um comando militar instituiu o primeiro Ato Institucional, ampliando os poderes do Executivo, suspendendo direitos e garantias constitucionais e cassando mandatos.

Ainda nos primeiros dias de abril há registros de prisões ilegais, tortura e assassinatos. Com a prerrogativa aberta pelo AI-1, foram cassados os direitos políticos de 441 pessoas, entre elas os dos ex-presidentes Juscelino Kubitschek e João Goulart e milhares de funcionários públicos civis e militares foram demitidos ou “aposentados”. O que para alguns parecia ser uma intervenção temporária se revelaria uma longa ditadura que durou até 1985.

A fotografia em destaque registra a chegada dos tanques do Exército brasileiro na Avenida Presidente Vargas, em frente ao Ministério da Guerra, no Rio de Janeiro. A série de imagens dos dias 31 de março, 1 e 2 de abril faz parte de um dossiê com fotografias do jornal Correio da Manhã dedicado a registrar a movimentação de tropas de Juiz de Fora para o Rio de Janeiro (PH_0_FOT_050609) sob a custódia do Arquivo Nacional.