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28 de outubro
40 anos do Tortura Nunca Mais
No dia 28 de outubro de 1985 teve início o I Seminário do Grupo Tortura Nunca Mais do Rio de Janeiro (GTNM-RJ), com a participação de personalidades de diversos lugares do país e do exterior, como as Madres da Plaza de Mayo. O Seminário marcou o primeiro ano de funcionamento do GTNM-RJ, que faz 40 anos em 2025.
A entidade surgiu após notícias de nomeação de agentes da ditadura em importantes cargos públicos, a partir de abril de 1985. Desde os primeiros momentos, mesmo no contexto da redemocratização, o SNI e demais órgãos de vigilância acompanharam as ações do grupo, que foi apresentado publicamente em junho, em uma reportagem de jornal, e oficializado no dia 26 de setembro. Nos anos seguintes a repressão acompanhou de perto, dando conta das denúncias realizadas pelo grupo, da formação de outros GTNM pelo Brasil, das descobertas de valas clandestinas, nomeação de logradouros públicos, reuniões e diversas homenagens, entre elas a primeira Medalha Chico Mendes de Resistência em 1989.
Um ano após o Seminário foi realizado o I Encontro Nacional de GTNM e entidades congêneres, onde também foi apresentado o primeiro projeto de monumento realizado por Oscar Niemeyer, feito especialmente para o GTNM-RJ, em homenagem à todas as pessoas atingidas pela tortura. O livro que registra a memória do Seminário, organizado por Branca Eloysa, foi lançado em 1987.
Na documentação presente na base do Memórias Reveladas, podemos perceber o acompanhamento das atividades do GTNM-RJ avançando sobre o período democrático até, pelo menos, 1997, inclusive com informações sobre as reuniões realizadas em sua sede. Organizações como o GTNM-RJ foram e são protagonistas na busca de memória, reparação, verdade e justiça, assim como pela construção da democracia, levando casos importantes, como o do Araguaia, às Cortes internacionais, fazendo com que o Estado brasileiro concretize políticas públicas no sentido da não repetição das violações de Direitos Humanos.