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MAST recebe visita de representante do Science Museum Group
Victor Limeira (COCIT/MAST), Laura Pieters (Science Museum London), Marcio Rangel (diretor do MAST) e Raphael Uchôa (COCIT/MAST)
Na última quarta-feira (22), o Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST) recebeu a visita de Laura Pieters, curadora de Ciências Matemáticas do Science Museum London. A vinda dela ao Rio de Janeiro tem a ver com sua participação na roda de conversa "Papos Quentes", promovida pelo Museu do Amanhã que, no dia 23 de outubro, em meio ao contexto da COP30, debateu o encontro entre clima e cultura, especialmente no que se refere ao papel dos espaços culturais na comunicação eficaz das mudanças climáticas.
No MAST
Como o MAST e o Science Museum Group fecharam um amplo acordo de cooperação em 2024 - o que culminou na assinatura de um Memorando de Entendimento entre as duas instituições neste ano de 2025 -, Laura aproveitou para realizar uma visita técnica ao museu com o objetivo de conhecer sua experiência museológica e estreitar laços com a instituição, por meio dos pesquisadores Victor Limeira e Raphael Uchôa, ambos da Coordenação de História da Ciência e Tecnologia (COCIT). A princípio, Limeira e Uchôa estão à frente dessa cooperação entre os órgãos brasileiro e britânico.
Além disso, Laura Pieters também aproveitou para conhecer mais sobre o museu, já que está realizando pesquisas para a criação de uma futura exposição no Science Museum acerca de questões relacionadas à Ciência Islâmica, o que envolve diretamente a Astronomia. Com base nisso, ela tem buscado, também, exemplos que possam inspirar reflexões para entender focos de conhecimento científico fora do padrão europeu em outras culturas e países que, há séculos, têm cultivado práticas astronômicas.
No MAST, ela visitou todas as exposições e o campus, incluindo as lunetas históricas, momento em que lhe foi detalhada toda a história do museu, desde o início do Observatório Nacional até hoje. Além disso, Laura participou de reuniões - uma, inclusive, junto do diretor do MAST, Marcio Rangel - e, em um dos encontros, foram estreitados os diálogos em torno de outros momentos da colaboração entre as instituições. A conversa incluiu a proposta de uma possível futura exposição conjunta (MAST e Science Museum Group), que vai partir das coleções de instrumentos científicos ingleses do MAST.
Bate-papo
A equipe de Comunicação do MAST aproveitou a presença de Laura Pieters no museu para conversar um pouco sobre sua visita e sobre como os museus podem participar do enfrentamento às crises climáticas. Confira a seguir:
Qual a importância da parceria entre Science Museum e o MAST?
LP - Parcerias como essa são muito importantes para o Science Museum Group, porque queremos pensar globalmente. Essencialmente, não podemos contar nossa história sobre a ciência e a ciência contemporânea, que acontece hoje, ou qualquer ciência que tenha acontecido historicamente, sem pensar globalmente, sem pensar nessas conexões globais. Ser capaz de contar essas histórias autenticamente para nossos visitantes é muito importante para nós, e a melhor maneira de fazer isso é por meio de parcerias com museus e organizações ao redor do mundo, como o MAST no Brasil.
Qual é o papel dos museus no enfrentamento da crise climática?
LP - Acho que os museus são muito importantes quando se trata do clima, porque as pessoas vêm aos museus em busca de uma voz confiável e, especialmente, de uma visão mais ampla. As pessoas não vêm ao nosso museu para notícias de última hora, elas vêm para uma abordagem mais ponderada, inclusive no que diz respeito à crise climática. Nesse sentido, nos museus, as pessoas podem encontrar opiniões bem elaboradas sobre ciência e uma espécie de autoridade confiável.
Seguindo esse raciocínio, as instituições culturais também ajudam a moldar narrativas, além de simplesmente informar, e queremos ter certeza de que estamos fazendo o melhor trabalho para fornecer o que quer que seja, como inspiração, esperança e empoderamento, por exemplo. E queremos especialmente empoderar cientistas no futuro para que possam ir a campo, então isso também é muito importante. Acho fundamental que os museus, que se movem mais lentamente do que as notícias, se mantenham atualizados sobre essas mudanças sutis no que diz respeito à percepção pública em relação a algo como a crise climática.
Como a parceria entre o MAST e o Science Museum pode ajudar a combater a crise climática?
LP - Bem, acho que colaborações como essa demonstram uma visão global e podem mostrar que, quando os países se unem, a mudança acontece. Também acredito que a variedade e a diversidade de vozes que se juntam para combater um problema como este é o que melhor funciona. Creio que, quando há diversidade de pontos de vista, qualquer mudança realmente significativa acontece.