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Trem da Astronomia
Acordo entre o MAST e Município de Tanguá prevê estações para divulgação científica
MAST e município de Tanguá em prol da popularização científica
Com o aval do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), a Prefeitura do Município de Tanguá, na Região Metropolitana do Rio e o Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST) preparam a readaptação da antiga linha férrea do município, com 5 quilômetros de extensão, para um pólo de divulgação científica em Astronomia. No encontro realizado no MAST, nesta quarta-feira (22), o diretor do museu, Marcio Rangel, e o subsecretário de Ciência e Tecnologia de Tanguá, Carlos Augusto Azevedo, alinhavaram o acordo de cooperação que consistirá em oferecer conteúdo científico aos estudantes municipais.
Diretor do MAST, Marcio Rangel, afirmou que a reativação da linha férrea de Tanguá, em um modelo que privilegia a divulgação científica no campo da Astronomia, é um projeto que reforça ainda mais sua importância:
- É um dever, mas ao mesmo tempo uma satisfação dedicarmos tempo e conhecimento de qualidade para ajudar a informar milhares de estudantes da cidade e dos municípios vizinhos em um tema tão relevante como a Astronomia contribuindo para a popularização da Ciência.
Carlos Augusto Azevedo, subsecretário de Ciência e Tecnologia de Tanguá, disse que o projeto será fundamental para despertar o interesse dos 5,5 mil estudantes dos níveis fundamental e médio em Ciência, Tecnologia e Astronomia. "O desejo de desvendar os segredos dos astros representou a primeira e mais antiga ciência da história da humanidade", disse. E completou:
- A necessidade do saber científico e astronômico precisa ser aguçada e contemplada com conhecimento de qualidade.
Segundo Azevedo, o projeto prevê "implantar, ao longo da ferrovia, pontos de observação contando com telescópios digitais, planetários e pontos de divulgação científica. Por tudo isso, a participação do MAST é vital para o projeto".
A coordenadora de Educação em Ciências (COEDU), Josiane Kunzler, também esteve presente no encontro juntamente com o subsecretário de Educação de Tanguá, Gelson Gomes, a coordenadora Letícia Alfradique, e as professoras Caroline Melo, Yuri Colho, Jeniffer Duarte, Neli Gomes e Janete Duarte.
Ciência sobre trilhos
De acordo com o projeto apresentado pelo subsecretário ao MCTI, a linha férrea receberá "estações do conhecimento", a cada 100 ou 200 metros, onde estudantes terão acesso a equipamentos de alta tecnologia e conhecimento sobre Astronomia e Ciências Afins.
Região outrora ocupada por indígenas da nação Tamoio, Tanguá, a partir de 1878, passou a contar com uma linha férrea instalada para escoamento da produção de cana-de-açúcar. Mas, ao longo do último século, a laranja passou a ser o principal produto e era em trens de carga até o porto e mercados de Niterói.
Entretanto, um temporal, ocorrido em meados do século passado, derrubou pontes e acabou interrompendo o transporte ferroviário. À época, em vez de restaurar o transporte ferroviário, mais rápido e barato, a administração preferiu desativá-lo e substituí-lo pelo rodoviário. Esta mudança determinou o abandono paulatino da linha e de toda a região.
Até hoje, antigos moradores sonham com a reativação do transporte ferroviário: "o que agora poderá vir em forma de ‘trem para as estrelas’”, brincou Azevedo.