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MAST Colloquia discute a tokenização de ativos físicos como forma de preservação do patrimônio cultural
A próxima edição do MAST Colloquia, ciclo de palestras promovido pelo Museu de Astronomia e Artes Afins (MAST), terá como tema “Os objetos digitais, as novas tecnologias de suporte e intercâmbio para a preservação do Patrimônio Cultural”. No dia 16 de abril, o evento apresentará a palestra “Blockchain e Tokenização da Escadaria Selarón”, proferida por André Andion Angulo, museólogo do IBRAM - Museu da República. A palestra será ministrada, às 14hs, no auditório do MAST, Rua General Bruce, 586, São Cristóvão, Rio de Janeiro.
A proposta é apresentar a infraestrutura de blockchain e a tokenização como forma de registro e preservação digital de um bem cultural. Blockchain é uma tecnologia que permite registrar e compartilhar transações de forma segura, transparente e imutável. É um livro-razão digital descentralizado que usa blocos de dados interligados. A tokenização de ativos é a transformação de bens, direitos ou serviços em representações digitais. Essa representação é chamada de token, que é uma pequena unidade de código registrada na rede blockchain.
A partir dessa perspectiva, o evento visa a discutir o impacto que a tecnologia tem na forma como se seleciona, armazena e preserva dados e informações sobre fatos da realidade. Objetos culturais representam esses fatos, e os objetos digitais são suas representações codificadas. Há, porém, questões a serem consideradas. Uma delas é como evitar a dissociação entre dados e informações preservadas. Questões técnicas também devem ser consideradas, por exemplo, como garantir a interoperabilidade das informações ao longo do tempo. E ainda é preciso avaliar como criar novas informações a partir de milhares de objetos digitalizados ou nativos digitais.
Fundador da LIGUIA (Liga Independente dos Guias de Turismo do RJ), André Andion Angulo liderou o plano de gestão da Escadaria Selarón, aprovado no Programa BNDES + Patrimônio Cultural (2019), com financiamento coletivo (matchfunding) envolvendo mais de 500 colaboradores e ampla cobertura midiática. Angulo tem expertise em gestão urbana, patrimônio cultural e turismo sustentável; e experiência em projetos interdisciplinares vinculados a museus, memória e espaços públicos. Ele é graduado em Museologia pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO, 1998), com mestrado em Arquitetura e Urbanismo (área de Gestão do Espaço Urbano) pela Universidade Federal Fluminense (UFF, 2006). Possui formação avançada em Turismo (Programa Doutoral da Universidade de Aveiro, Portugal, 2015) e em Museologia (Museu da República/Universidade Lusófona, 2018).
Atua como museólogo responsável pela reserva técnica do Museu da República (IBRAM/MinC), com experiência em curadoria e gestão de projetos culturais. Foi curador e coordenador do Circuito Sítios Históricos da República (2009); curador do Programa Museus Verdes (Rio+20, 2012) e co-curador do roteiro Paisagens do Poder (2015); e idealizador e titular do Comitê Gestor do Programa Socioambiental do Museu da República, que se tornou obrigatório para museus brasileiros (Decreto 8124/2013).