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STATES OF THE FUTURE 2
Abertura do States of the Future 2 destaca papel estratégico do Estado diante de crises climáticas e desafios globais
Buscando promover um diálogo estratégico sobre a capacidade do Estado diante da emergência climática e dos desafios globais da governança democrática, teve início nesta segunda-feira (3/10), no Rio de Janeiro, o seminário internacional States of the Future 2: rumo à COP 30, promovido pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI). A ministra Esther Dweck participou da abertura e de um dos painéis do evento, onde destacou a importância de transformar a capacidade de resposta do Estado em preparo permanente.
A ministra ressaltou a importância de fortalecer capacidades estatais de forma preventiva, aprendendo com eventos extremos recentes e preparando o Estado para respostas mais rápidas e eficazes. Ela enfatizou: “Não basta reagir às crises; precisamos estruturar processos, instrumentos e servidores para que o Estado esteja sempre pronto para enfrentar grandes desafios, incluindo os relacionados à mudança climática e ao desenvolvimento sustentável” explicou.
Segundo a ministra, o MGI vem capacitando transversalmente os servidores em todas as áreas, para que estejam preparados diante de crises climáticas e desafios globais, já que temas estratégicos precisam ser tratados de forma integrada no serviço público. Ela citou a Semana de Inovação, realizada pela Escola Nacional de Administração Publica (Enap), na última semana, como uma das ações do governo federal voltada a essa capacitação dos servidores.
Esther Dweck também destacou os avanços na utilização de dados e na interoperabilidade entre órgãos, que permitem maior eficiência e melhores serviços à população, além de melhorar a qualidade do gasto público. “Apenas neste ano, essa integração de dados gerou uma economia estimada de quase 5 bilhões de reais, beneficiando tanto o setor público quanto o privado, que passam a não precisar reenviar informações, autenticar documentos ou duplicar processos, aumentando a eficiência e garantindo maior celeridade nas entregas.”, afirmou.
Ela explicou que o MGI tem promovido também a centralização de serviços e dados por meio da Secretaria de Serviços Compartilhados, que presta serviços a 13 ministérios por meio do ColaboraGov, gerando economia de recursos humanos, financeiros e maior agilidade na atuação do Estado.
Ela também citou o sucesso do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU2), aplicado em 228 cidades brasileiras, neste último domingo, como uma política pública de inclusão e diversidade no serviço público. A ministra reforçou que essas e mais 38 medidas lideradas pelo MGI, desde janeiro de 2023, fazem parte de um processo contínuo de transformação do Estado, com foco em democracia, eficiência e sustentabilidade.
O presidente da COP 30, Andre Corrêa do Lago, destacou o papel central do Estado diante dos desafios climáticos e a necessidade de respostas rápidas e coordenadas frente a eventos extremos, como as fortes chuvas no Rio Grande do Sul no ano passado, lembrando que a capacidade de coordenação permitiu proteger a população e minimizar os danos “O papel do Estado é absolutamente central. Tudo que funciona no Estado é normal, e tudo que falha é um absurdo. Mas a quantidade de coisa normal que o Estado faz é muito impressionante. A experiência recente mostrou que o Estado consegue se organizar e agir com rapidez frente a crises extremas”, disse.
A partir dessa reflexão, ele ressaltou a importância de fortalecer a cooperação internacional e o multilateralismo como instrumentos estratégicos para enfrentar crises globais: “Fortalecer o multilateralismo não é apenas uma frase diplomática, isso significa garantir que as instituições internacionais funcionem como Estado, representando a democracia internacional e permitindo que países pequenos e médios tenham voz diante de crises globais, como a mudança do clima” disse.
A diretora socioambiental do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES), Tereza Campello, ressaltou a capacidade do Estado brasileiro de mobilizar recursos e coordenar ações em momentos de crise, destacando os resultados positivos das respostas recentes. “Mesmo diante de grandes desafios, o Estado brasileiro demonstrou uma capacidade extraordinária de organização e ação. A resposta rápida e coordenada permitiu enfrentar eventos extremos e mostrar que é possível implementar soluções eficazes para proteger pessoas, empresas e comunidades”, disse.
States of the Future 2
Às vésperas da 30ª Conferência das Partes (COP 30), o seminário "States of the Future 2" propõe um diálogo estratégico sobre um pré-requisito fundamental para o desenvolvimento sustentável: a Capacidade do Estado. Esta é a segunda edição do seminário. Em 2024, em paralelo ao grupo de trabalho de desenvolvimento do G20, o evento reuniu cerca de 200 painelistas e líderes mundiais para debater as capacidades estatais necessárias para que governos e sociedades respondam de forma coordenada aos choques e às demandas do século XXI.
Este ano, o debate recai sobre as mudanças climáticas, especialmente as transformações institucionais, tecnológicas e climáticas necessárias para a construção de sociedades mais resilientes, justas e sustentáveis.
O evento promovido pelo MGI é realizado em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e com apoio da Organização de Estados Ibero-americanos (OEI), e da Fundação Getúlio Vargas.