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Fundaj aprova relatório de pesquisa que analisa desempenho escolar e pessoal de alunos
Vizinhança, autoestima, presença dos pais e saúde. Todos esses fatores influenciam o desempenho escolar de crianças e adolescentes e, juntos, são determinantes para o rendimento em sala de aula. Desenvolvido pela Diretoria de Pesquisas Sociais (Dipes), o relatório “Acompanhamento longitudinal do desempenho escolar de alunos da rede pública do Recife” traçou um perfil de alunos do 6º e 7º ano do ensino fundamental em Recife e analisou como essas características afetaram a vida acadêmica deles.
A pesquisa foi iniciada em 2013 e coletou dados de mais de 8 mil alunos de 120 escolas públicas da capital pernambucana. Dentre as informações levantadas estão as habilidades socioemocionais dos estudantes, suas redes de amizades em sala de aula, a saúde dos seus pais, contato com drogas, bebidas alcoólicas e armas de fogo.
Foram aplicados questionários para os alunos, professores, diretores das escolas e pais ou responsáveis pela vida escolar dos alunos ao longo de dois anos consecutivos. Além disso, a Fundaj aplicou provas no início e final de cada ano letivo para avaliar o que os estudantes aprenderam e associar com os outros fatores. Essas estratégias foram fundamentais para que o conjunto fosse analisado de forma mais completa.
“Procuramos nesta investigação identificar tanto a parte escolar em si quanto a parte da vida pessoal do aluno. O objetivo final é identificar cada um dos elementos e como eles influenciam no processo de aprendizagem dos alunos”, explica a pesquisadora da Fundaj e coordenadora da pesquisa, Isabel Raposo.
De acordo com a pesquisa, os alunos que apanham quando fazem algo errado têm notas inferiores em matemática quando comparado com alunos que sofrem outros tipos de punição, como castigo ou conversa, por exemplo. Em 2017, 51% das crianças afirmaram que nunca apanham da mãe quando fazem algo errado, enquanto 8% responderam que isso sempre acontece.
Em relação às emoções dos alunos, o relatório apresenta dados importantes: aqueles que têm uma visão mais negativa do futuro - como os que acreditam que vão morrer com menos de 30 - apresentam notas inferiores àqueles com visões positivas do futuro - que afirmam que vão ser ricos. O processo de aprendizado é diretamente influenciado pela motivação em relação às atividades do cotidiano.
Além de “Acompanhamento longitudinal do desempenho escolar de alunos da rede pública do Recife”, outros dois relatórios foram aprovados na 113ª Reunião do Conselho Diretor (Condir), que aconteceu no dia 28 de janeiro. As outras pesquisas apresentadas são sobre mudanças climáticas na caatinga e inovação social.
Outros dados:
Segurança:
2018: 29% dos alunos não sentem-se seguros no bairro onde moram
Autoestima:
2018: 20% dos alunos concordam com a afirmação “Às vezes, eu penso que não
presto para nada”
Recursos:
2018: 72% dos pais afirmaram não ter computadores ou notebooks nos domicílios dos alunos
Local para estudar:
2018: 14% dos alunos afirmaram não ter um local calmo e reservado para estudar em casa
Relatório:
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