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SAÚDE
Segunda edição do “Ciclo de Palestras da Semana do Sono” é encerrada no HUSM
Santa maria (RS) – O Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM), gerido pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), realizou na manhã de sexta-feira (15), o “Ciclo de Palestras da Semana do Sono”. Com o objetivo de conscientizar o público-alvo sobre como hábitos, doenças e pesquisas sobre o sono impactam diretamente na qualidade de vida das pessoas. A programação trouxe profissionais envolvidos no campo da saúde do sono da região.
A abertura do evento contou com a palestra do otorrinolaringologista, Reinaldo Coser, que abordou o diagnóstico da apneia obstrutiva. Durante sua fala, Reinaldo, explicou o conceito da doença e suas variações como a hipopneia (obstrução brandas da vias aéreas superiores) e o respiratory effort related to arousal-RERA (registro de distúrbio respiratório); estatísticas populacionais; pessoas com predisposição e critérios para detecção das enfermidades. “Temos que investigar a apneia, independente do perfil, do biotipo do paciente, interações de humor, irritabilidade, ansiedade, depressão [...]”, ilustrou.
A pneumologista, Alessandra Bertolazi, explanou sobre estratégias comportamentais para melhorar a qualidade do sono. Em seu discurso, Alessandra elencou os tipos de adormecimento e, como alguns hábitos prejudiciais, em diferentes faixas etárias, podem alterar o desempenho dos níveis de repouso. “Então eu tenho que ter um ambiente adequado de sono; horário para dormir; evitar substância estimulante, que vai acabar atrapalhando o sono no outro dia, pois hoje é muito comum o remédio para ajudar a dormir. Depois, no outro dia, tenho o resíduo do remédio e vou usar um estimulante, e isso, cronicamente, trará algumas complicações médicas”, esclareceu.
“Desafios no manejo do bruxismo do sono” foi o tema abordado pelo dentista Eduardo Machado. Ele explicou os tipos de bruxismo e que quadros de ansiedade, depressão, abuso de medicamentos, genética, e outras doenças relacionadas como refluxo, são fatores de risco ao desenvolvimento do distúrbio. “Temos que sair daquele conceito que o bruxismo é só desgaste de dente, ele é parte integrante de um tratamento multidisciplinar [...] associado a uma série de comorbidades, elucidou.
A fisioterapeuta, Chaiane Piccin, apresentou seu relato de pesquisa da tese do doutorado sobre fisioterapia do sono, onde demonstrou os efeitos da hidroxicloroquina no controle da pressão arterial, na apneia do sono. “O objetivo desse estudo foi testar a hipótese de que a hipertensão causada pela hipóxia (deficiência de oxigênio para as células) intermitente, pode ser inibida pela ação anti-inflamatória da hidroxicloroquina, confirmando que essa hipertensão pode ser causada por mecanismos inflamatórios”, disse.
“Casos clínicos desafiadores na atuação do fisioterapeuta do sono” foi o tema da fisioterapeuta, Francine Bortagarai. Ela relatou casos de pacientes com dificuldades adaptativas, socioeconômicas ou de aceitação do problema, e como o profissional poderia ajustar o tratamento de acordo com as particularidades. “E aqui trago para vocês a identificação dos estágios motivacionais. Tenho que saber em que estágio de motivação o paciente se encontra quando vem à avaliação, porque eu tenho que saber como é a perspectiva dele em relação ao tratamento, e como ele está se sentindo em relação ao diagnóstico”, concluiu.
A programação encerrou com a apresentação da fisioterapeuta, Laura Rahmeier, com o tópico “Da escolha da interface à adaptação à terapia pressórica com CPAP”. O CPAP - continuous positive airway pressure (pressão positiva continua nas vias aéreas) é um pequeno aparelho compressor de ar silencioso, utilizado no tratamento para apneia do sono, do tipo obstrutiva. Durante sua apresentação, Laura relatou casos clínicos de adaptação ao CPAP, e como ele se tornou uma melhor alternativa em face a equipamentos anteriores, chamando um voluntário da plateia para fazer uma experiência comparativa entre os aparelhos. “Não subestime o paciente, dê a ele todas as oportunidades de tratamento”, encerrou.
Sobre a Ebserh
O Hospital Universitário de Santa Maria faz parte da Rede Ebserh desde 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Redação: Leandro Ferreira
Revisado por: Mariangela Recchia