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DIA MUNDIAL DO RIM
Hospital Universitário Gaffrée e Guinle participa da campanha em defesa da saúde dos rins
A segunda quinta-feira do mês de março, que neste ano cai no dia 14, é o Dia Mundial do Rim, uma data criada com o objetivo de alertar para a importância deste órgão. Com o tema “Saúde dos rins (& exame de creatinina) para todos: porque todos têm o direito ao diagnóstico e acesso ao tratamento”, a campanha é desenvolvida por instituições públicas e privadas com o objetivo de chamar atenção para a avaliação de saúde renal, a importância do diagnóstico precoce, as formas de prevenção e de tratamento.
O Hospital Universitário Gaffrée e Guinle (HUGG-Unirio), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), participou da campanha organizando um ciclo de palestras, na sala da Escola de Enfermagem do HUGG, a respeito do tema. Os assuntos versaram sobre diagnóstico e prevenção da doença renal crônica; o papel da Nutrição na saúde dos rins; o impacto da doença renal crônica na saúde mental; a importância do serviço social com a população renal; além de uma roda de conversa sobre as possibilidades de se viver bem, mesmo com a doença renal.
O chefe da Unidade de Terapia Renal Substitutiva, Henrique Novo, ressaltou que um dia apenas não resolve o problema, mas funciona como reforço, especialmente quando se considera que a doença renal sempre é silenciosa e que quando se está na fase avançada é uma doença grave. “O rim é um órgão vital, então, por isso, quando temos uma insuficiência máxima, isso é incompatível com a nossa vida”, falou.
Antes de se chegar a isso, ainda de acordo com o médico, existem diversas intervenções bastante efetivas para coibir a progressão da doença renal, que o indivíduo, frequentemente, nem sabe que tem. Por exemplo, pessoas hipertensas ou diabéticas costumam não ligar suas enfermidades às doenças renais, sendo que essas são as principais causas da perda da função renal. “Às vezes o indivíduo já tem uma doença crônica, que sabe que tem de tratar, e às vezes trata de forma irregular, e isso vai destruindo lentamente os órgãos e o rim”, continuou.
E a intervenção educativa é uma das formas de prevenção. Por isso, as equipes de enfermagem, o corpo discente e os médicos, em conjunto com a equipe do laboratório, resolveram ir além durante as palestras. Ao início do evento, todos os presentes preencheram um formulário, disponibilizado por “QR Code”, com perguntas que buscavam medir o grau de instrução das pessoas sobre a Doença Renal Crônica (DRC).
A professora adjunta da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), e nefrologista, Lygia Maria Soares, explicou que a partir da compilação das respostas será possível partir para uma ação capaz de identificar as falhas na transmissão de conhecimento dos profissionais de saúde e elaborar metodologias para implementar e implantar a disseminação do conhecimento dentro do hospital universitário. Com isso, o valor dos dados obtidos, ainda que inicialmente intangíveis, enquanto isolados, poderão ser agregados, ajudando a “tangibilizar a partir do entendimento onde podemos melhorar. Então, na verdade, é uma ajuda que a comunidade vai dar para nós, nefrologistas, oportunizando, junto com a equipe multidisciplinar, de desenvolvermos algo que possamos retornar para o bem coletivo da nossa comunidade do HUGG”, falou.
A chefe da Divisão Médica, e também nefrologista, Hildeliza Maria Salles, exaltou o evento e reforçou a beleza da especialidade que abrange toda fisiologia “Especialmente nesse momento em que as doenças cardiovasculares estão subindo consideravelmente em razão de um mundo mais sedentário, ocasionando diabetes e obesidade, que estão entre as principais causas de doenças renais crônicas, mesmo em jovens”, informou, acrescentando a importância dos profissionais de saúde aprenderem a solicitar os exames necessários quando identificarem um paciente de risco.
Entre os exames preventivos estão a dosagem de creatinina, exame sanguíneo que deve ser feito, ao menos, anualmente e o spot urinário (nome dado à detecção de pequenas quantidades de proteínas na urina (30 a 300 mg/24 horas) que tem importância no diagnóstico e na evolução da nefropatia). Todos os ouvintes das palestras saíram com pedidos para marcação de ambos os procedimentos, como foi o caso de Maria das Vitórias dos Santos, dona de casa e paciente da hemodiálise, que gostou bastante das atividades “É sempre bom saber como agir e prevenir. Estou feliz de sair daqui com os pedidos para continuar o tratamento”, concluiu.
Prevenção e Diagnóstico
Especialistas da rede Ebserh explicam que a Doença Renal Crônica (DRC) pode ser prevenida e suas formas de tratamento, embora tenham passado por avanços em termos de medicação e técnicas, ainda são complexas e caras. Daí a importância de promover o tratamento adequado para pacientes que têm fatores de risco (como diabetes e hipertensão), estimular hábitos saudáveis e orientar sobre a necessidade de exames periódicos, principalmente de creatinina.
A DRC acomete 10% da população, o que representa 20 milhões de pessoas no Brasil, sendo que em geral os casos são diagnosticados nas fases mais avançadas da doença, quando os sintomas costumam aparecer e, no momento do diagnóstico, muitos pacientes já precisam da terapia renal substituta, como a diálise. A doença renal também aumenta o risco cardiovascular dos pacientes, levando a uma série de complicações como o infarto, AVC e óbito.
Segundo os especialistas, para a prevenção, o primeiro passo é avaliar o funcionamento dos rins e procurar atendimento se for detectado algum sinal da doença. Se houver algum grau de disfunção renal, é preciso adequar as orientações ao tipo e estágio da doença, o que pode ser feito pelo nefrologista em conjunto com a equipe multidisciplinar.
Se os rins estiverem bons, a dica é manter os bons hábitos de vida, como a prática de atividade física regular, evitar sobrepeso/obesidade, dieta saudável evitando excesso de sal ou alimentos ultraprocessados, ingerir a quantidade adequada de água (30 mililitros para cada quilo, aumentando a quantidade na maior exposição do sol e calor) e evitar o uso frequente de medicamentos sem prescrição médica, especialmente anti-inflamatórios.
Os indivíduos que pertencem aos principais grupos de risco para a doença renal (hipertensão arterial, diabetes, história familiar de doença renal, doença cardiovascular ou ser idoso) devem procurar o especialista para avaliar a saúde renal imediatamente. Alterações urinárias, como a presença de espuma e coloração avermelhada, podem sugerir proteína no sangue ou sangue na urina, que são indicativos de problemas renais.
Em todos estes casos, a recomendação é procurar o serviço de saúde para avaliação dos rins.
Nos hospitais da rede Ebserh e nos hospitais públicos em geral, as linhas de cuidado para pacientes renais incluem o tratamento conservador, com consultas ambulatoriais com nefrologistas, a fim de retardar a progressão da doença, além da hemodiálise, diálise peritoneal e transplante renal, que são as terapias de substituição da função renal.
Sobre a Ebserh
O Hospital Universitário Gaffrée e Guinle (HUGG-Unirio) faz parte da Rede Ebserh desde dezembro de 2015. Sobre a Ebserh. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Redação: Sinval Paulino e Felipe Monteiro, com revisão de Danielle Campos
Coordenadoria de Comunicação Social/Ebserh