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CAPACITAÇÃO
Gerência Administrativa realiza I Workshop de Planejamento Estratégico do HUGG
Diante de tantas certezas baseadas em achismos, como demonstrar para o outro que existe uma razão de ser em atuar de determinada maneira, objetivando um fim comum e coletivo? Afinal, certezas podem virar crenças que se transformam em valores capazes de nortear decisões, mas sem embasamento autossustentável, o que a médio ou longo prazo pode se mostrar desastroso, especialmente quando se trata de organizações. A maneira de se evitar isso é por meio de uma decisão unificada, integradora, capaz de determinar e revelar o propósito organizacional em termos de visão, missão, objetivos, metas e ações que possibilitem uma escala de priorização de recursos de maneira eficiente, eficaz e efetiva, ou seja, por meio de um planejamento estratégico. Por essa importância, entre os dias 24 e 27 de janeiro de 2023, ocorreu o primeiro Workhosp de Planejamento Estratégico do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle (HUGG-Unirio/Ebserh), voltado para a Gerência Administrativa e ministrado por Vinicius Martins, gerente administrativo e professor na área:
– Uma das grandes estratégias de qualquer mundo corporativo é conseguir mobilizar todos para caminhar numa mesma direção. O grande desafio de gestão não é questão processual, orçamentária e sim a gestão de pessoas. E quando mobilizamos para todos caminharmos num mesmo sentido há uma grande chance de se obter sucesso –, explicou o gestor.
De acordo com o palestrante, desta maneira, é possível criar ferramentas que embasem ações, por meio de mapeamentos e comprovações sistematizadas, fortalecendo a técnica sobre a vontade e ajudando na consolidação ou correção de processos:
– Cada unidade deve ter seu planejamento estratégico para fazermos de forma setorial esse desenvolvimento de identidade. Temos de criar metodologia para entender as prioridades e necessidades reais. Temos de fazer com que a técnica sobressaia ao desejo da gestão ou uma questão meramente política –, continuou Vinicius.
Durante a apresentação, Vinicius também apontou outros pontos positivos alcançados por meio de um planejamento estratégico como: o aumento da credibilidade, afinal, a sociedade estará acompanhando o que é feito; qualificação de gastos, já que se conseguirá equacionar o quanto se gasta e o consequente impacto na sociedade, permitindo evitar desperdícios; e racionalização logística e processual, já que por meio de um mapeamento é possível encontrar etapas que possam ser puladas, dentro dos limites legais, tornando mais fluido o andamento das atividades.
Além disso, deve-se levar em consideração que uma organização é feita de pessoas, processos, infraestrutura e tecnologia e é este conjunto de fatores que irá impactar o seu funcionamento e, quando em consonância, tende a levar ao sucesso.
– O maior patrimônio de qualquer empresa é seu grupo. Pode haver o melhor processo do mundo, a melhor estrutura, a melhor estratégia, ambiente, ferramenta, mas, se não tiverem pessoas engajadas, com um perfil adequado, sendo valorizadas, sendo observadas, não adianta de nada. Nenhuma empresa é sustentável se não olhar para o seu pessoal. Pré-requisito de qualquer bom gestor é saber conduzir relações –, prosseguiu Martins.
Por meio do planejamento, também é possível avaliar as ações a serem tomadas, entendendo o propósito de sua atuação, ao mesmo tempo em que se leva em consideração fatores internos e externos, avalia-se os cenários e tem-se em mente que o ambiente é mutável e por isso deve-se ter uma capacidade de adaptação:
– O planejamento estratégico se baseia em três pilares: preparar-se para o inevitável, ter opções frente ao indesejável e controlar o controlável. Mas para este controle devemos ter cada dado, informação, conhecimento e inteligência muito bem traçados na organização. Do contrário não conseguimos traçar estratégias. A organização precisa de racionalidade por meio da adoção de procedimentos formalizados, padronizados e sistematizados. Planejar é exercer o controle da situação. Se não planejarmos nosso futuro, outros farão por nós ou contra nós –, falou o gestor.
Além do planejamento estratégico, com uma visão mais a longo prazo, existe o planejamento tático, de médio prazo, que é responsável pela implementação das tarefas administrativas, pela coordenação e solução de conflitos na organização e exige muita habilidade humana, sendo o elo entre o planejamento estratégico e o planejamento operacional, mais de curto prazo, responsável diretamente pela produção, exigindo mais habilidades técnicas do que conceituais.
O planejamento deve refletir sintética e completamente o raciocínio estratégico da organização, sendo estruturado em três componentes de reflexão: análise estratégica, formulação da estratégia e implementação. Também são necessárias algumas condições para se implementar um planejamento estratégico, de acordo com o gerente: a consciência da necessidade de um planejamento, a decisão pela sua utilização, o envolvimento efetivo da direção, o clima, a facilidade de acesso a informações relevantes para o planejamento e a participação efetiva da organização.
– Existem inúmeras maneiras de se planejar e devemos escolher a que melhor se adapta à cultura da organização. Não há nenhuma forma universalmente aceita para elaboração do plano. O fundamental é aprofundar o planejamento, aprová-lo à luz da razão e da ciência e consubstanciar as ações a serem adotadas sob forma numérica, mensurável e com possibilidade de responsabilização de todos os envolvidos no processo –, concluiu Vinicius Martins.
Sobre a Rede Ebserh
Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência.
Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), e, principalmente, apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas.
Devido a essa natureza educacional, os hospitais universitários são campos de formação de profissionais de saúde. Com isso, a Rede Ebserh atua de forma complementar ao SUS, não sendo responsável pela totalidade dos atendimentos de saúde do país.